Por se enquadrar bastante bem na presente situação política portuguesa, particularmente em Tomar, transcrevo a parte final do editorial do Le Monde datado de 02/12/2016, e assinado pelo seu director Jérôme Fenoglio:
"No passado dia 27 de Novembro, na segunda volta das primárias directas, os eleitores de direita acabaram pelo voto com a carreira política nacional do antigo primeiro-ministro Alain Juppé. Já antes, em 20 de Novembro, na primeira volta das mesmas eleições, os mesmos eleitores tinham afastado pelo voto o ex-presidente da República Nicolas Sarkozy, que pretendia voltar a candidatar-se. Agora, foi o próprio Chefe de Estado em exercício de funções que, constrangido e forçado, anunciou em directo na televisão que não tenciona recandidatar-se, mantendo-se contudo em funções até ao final do mandato.
Há 20, há 10 e há 5 anos, respectivamente, estes três homens políticos anunciaram a mudança, a reforma e a recuperação do país. Cada um paga agora, à sua maneira, o preço dessas promessas, que ou não resultaram, ou ficaram pelo caminho. Trata-se simultaneamente da primeira causa e da primeiro efeito do fosso que se vai alargando, cada vez mais perigosamente, entre os governantes e os governados.
Esperemos que os candidatos para 2017 acabem por compreender finalmente este novo aviso."
O texto refere-se a presidentes da República Francesa e a candidatos a esse lugar. Há, no entanto, dois detalhes importantes a destacar. 1 - Aqui, na nossa algo trôpega República gualdina, também vamos ter eleições presidenciais em 2017. 2 - Conforme estabeleceu Lavoisier, que era francês, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos.
Sendo certo que os candidatos do burgo nabantino fogem de eventuais eleições primárias abertas, como os gatos fogem dos cães, ou o diabo da cruz, aos eleitores não restará outra hipótese que afastar os incapazes só na eleição final, por não haver oportunidades anteriores. Vamos ter portanto, como tem acontecido até agora, uma espécie de póquer mentiroso em 2017. É pena.
Sendo certo que os candidatos do burgo nabantino fogem de eventuais eleições primárias abertas, como os gatos fogem dos cães, ou o diabo da cruz, aos eleitores não restará outra hipótese que afastar os incapazes só na eleição final, por não haver oportunidades anteriores. Vamos ter portanto, como tem acontecido até agora, uma espécie de póquer mentiroso em 2017. É pena.
Tanto mais que, conforme documenta a foto, por estas bandas também se propagandeou a mudança, e afinal só nos resta agora perguntar: Mudança? O que mudou afinal, além do sexo do regedor concelhio e da sua vida privada, que só a ela devia dizer respeito?
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