terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Balanço

Fim de ano. Época de balanço. Resumido, que o pessoal gosta pouco de textos longos.
Começo pela informação. Uma terra de 40 mil almas, onde um único cidadão se assume como contestatário e dá a cara quando critica, só pode ser uma terra doente. Essa terra é Tomar. O cidadão sou eu.
Em termos de ensino superior, os politécnicos da Covilhã e de Tomar foram criados na mesma altura. Agora o da capital serrana é a Universidade da Beira Interior, que até já tem Faculdade de Medicina, sendo um potente motor de desenvolvimento regional. Quanto ao de Tomar, encolhe de ano para ano em termos de inscrições, já só recebendo praticamente os candidatos que não conseguem lugar alhures. Assim uma espécie de refugo do refugo.

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Na indústria, tempos houve em que Tomar tinha quatro fábricas de papel (Porto da Cavaleiros, Marianaia, Matrena, Prado), e Torres Novas apenas uma -a Renova. Em Tomar faliram todas, excepto o Prado, que está em vias disso. Em Torres Novas, a Renova é um exemplo a nível europeu e mundial no domínio do papel doméstico (toalhetes, toalhas, guardanapos, papel higiénico). Curioso: É lá que produzem o papel higiénico, mas é em Tomar que há cada vez mais merda...

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Instalações da Renova. Antes e agora

A população tomarense continua a fugir daqui, enquanto a de Ourém vai aumentando. A tal ponto que até já têm mais eleitores que Tomar. Porque será? Porque têm Fátima, dirão os espertos do costume. Pois têm, meus amigos. Mas não têm ensino superior, não têm quartel, não têm um grande hospital, não têm caminho de ferro na cidade. Nem têm Convento de Cristo, nem Nabão, nem Festa dos Tabuleiros.
Mas tiveram a coragem de concessionar o fornecimento de água, o saneamento e a limpeza urbana. Por isso têm agora melhores condições para atrair investidores e população em geral, oferecendo água mais barata, taxas mais moderadas e ausência de presunção. Outra atitude. Conseguiram uma coisa cada vez mais rara no país e por estas bandas: Ter uma autarquia com pouco pessoal e com técnicos superiores que sabem estar ao serviço dos cidadãos. Não se consideram, como acontece noutros concelhos próximos, donos da câmara, nem directores de consciência dos eleitos e dos investidores. Felizes oureenses que continuam progredindo. Mesmo com um presidente PS em vias de ser declarado insolvente na sua vida privada, alheia à autarquia.
É isto. Por ora, que a prosa já vai longa.

2 comentários:

  1. Em Tomar também concessioraram água, mas a alguns amigos que têm piscinas para encher, quanto ao zé paga se não cortam, parafraseando: pobre terra........

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  2. Concessionaram a água mas foi "em alta". "Em baixa" continuam com o melhor de dois mundos: recebem directamente dos consumidores e mantêm os empregos públicos, que são os que dão votos e sindicalizados à extrema-esquerda.
    Diz bem. Pobre terra! Pobres consumidores, que continuam em regime de pagar e calar, por não haver fornecedor alternativo.

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