O leitor João Ferreira teve a amabilidade de comentar o meu texto sobre o escrito de António Lourenço dos Santos no Tomar opinião. Escreveu a dado passo que "As pessoas querem é soluções, pois os problemas estão identificados", acrescentando depois que as soluções não serão fáceis, dado o nível de endividamento da autarquia.
Trata-se de um triplo equívoco. Ponto um, os problemas não estão todos identificados. Quanto mais não seja porque aquilo que para uns é um problema, para outros mais não será que uma falsa questão.
Ponto dois, ao criticarem, reclamarem, ou pedirem providências, os cidadãos estão face aos políticos eleitos como os doentes perante os médicos. Dizem onde lhes dói. Cabe depois aos políticos encontrar e implementar soluções. Aos médicos identificar a maleita e prescrever a respectiva terapêutica. Não será assim, estimado leitor Ferreira? Portanto, não cabe aos analistas políticos nem aos críticos avançar soluções, como condição para poderem escrever.
Ponto três, o endividamento camarário é realmente excessivo, mas não é argumento convincente para explicar a evidente inércia e a falta de aptidão política da actual gerência autárquica. O défice galopante dessa extravagância chamada transportes urbanos, com um prejuízo diário superior a 500 euros; o problema do trânsito e estacionamento no centro histórico, ou o erro monumental que consiste em proibir que os autocarros de turismo possam descer a estrada do Convento, ai estão para demonstrar o contrário. Em qualquer dos casos citados, a solução é tendencialmente gratuita: A - Acabar com os transportes urbanos, porque são praticamente desnecessários na sua estrutura actual e um sorvedoiro de recursos; E porque andar a pé faz bem, evita a obesidade. B - Suprimir o trânsito e o estacionamento na centro histórico, excepto para urgências, cargas/descargas e acesso às garagens, porque se trata de uma área com menos de 500 metros de largura ou comprimento. E porque andar a pé faz bem à saúde; C - É um gesto bem simples inverter o sentido do trânsito de autocarros na estrada do Convento: em vez de subirem, poderem descer. Assim sendo, os eleitos que temos, estão à espera de quê?
Há até um situação assaz embaraçosa para a nossa simpática mas ineficaz presidente. Refiro-me às portagens na A13 e na A23, cuja redução solicita por serem das mais altas do país. Mas que autoridade moral tem o município de Tomar para exigir ao governo semelhante decisão, quando se sabe que os SMAS-Tomar também praticam os preços mais altos do país nos serviços que fornecem à população? No caso das ex-SCUT, quem não quer pagar, vai pelas estradas nacionais. No caso dos SMAS-Tomar, quem não quer continuar a ser roubado, como é que faz? Trata-se de um monopólio, que agora até tem um representante do PCP no seu conselho de administração...
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