A Assembleia de Freguesia de S. João e Santa Maria voltou a chumbar o orçamento para o ano corrente, com os votos contra do PSD e dos IpT. Os laranjas voltaram a invocar a sua discordância em relação às opções do presidente Augusto Barros, como fundamento para o seu voto negativo. Aceita-se, embora seja consensual que estão a ser demasiado exigentes com um homem mais de acção que de reflexão.
Já os amigos de Pedro Marques ficaram-se praticamente pelos ataques pessoais, sabido como é que não têm qualquer programa distinto, nem nunca sequer por aí foram em termos de argumentação para justificar o chumbo. Apenas nunca aceitaram a fuga de Augusto Barros dos seguidores de Pedro Marques para os de Luís Ferreira. Compreende-se. Ninguém gosta de estar no lugar do marido enganado.
Assim sendo, lamenta-se que, ao longo dos mais de dois anos já decorridos no actual mandato, as duas referidas formações nunca tenham querido ou sabido agir de igual modo na câmara e na AM, levando a cabo uma oposição substantiva, eficaz e visível em termos de opinião pública. No executivo, tanto quanto se sabe, que neste caso as paredes nem sempre têm ouvidos, têm-se ficado praticamente pelas quezílias pessoais, transitórias e inconsequentes. E quanto à Assembleia Municipal melhor é nem falar, para que a pintura não fique excessivamente escura.
Neste quadro pouco alegre, a ideia que chega à opinião pública não é mesmo nada favorável aos esforçados (?) eleitos oposicionistas que temos. Salvo explicação mais convincente, que ainda não apareceu, o voto PSD na AF da freguesia urbana está justificado, mas o dos IpT é entendido como uma mesquinha vingança pessoal contra Augusto Barros, por este se ter passado para o PS, conforme referido mais acima. Temos portanto dois pesos e duas medidas no que diz respeito à acção dos seguidores de Pedro Marques. Na junta urbana vão até ao fim. Na Câmara e na AM ficam-se pelo paleio inconsequente. Outro tanto sucede com a tropa liderada por João Tenreiro. Na junta, são mais rijos, na câmara e na AM nitidamente mais maleáveis, nunca ousando levar as discordâncias até ao fim. Porque será?
À maneira de conclusão, acrescento que nada adianta invocar uma vez mais a minha inventada aversão a Pedro Marques, ou o meu congénito pessimismo e estilo agreste, na linha da argumentação putiniana agora visando explicar o "escândalo Panamá" como tratando-se apenas de calúnias para denegrir a Rússia. Como os tomarenses em geral não sabem, mas já foi repetido à saciedade, "em política o que parece é". Foi Salazar que o disse e neste caso tinha razão. Como se constata uma vez mais no triste episódio do chumbo do orçamento da freguesia urbana. Assim vão os tempos...
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