sexta-feira, 8 de abril de 2016

Linguagem publicitária

Aquando das recentes eleições internas no PSD nabantino, João Tenreiro apresentou-se e venceu com o mote "Ganhar 2017". Esta semana, entrevistado pelo Cidade de Tomar, Bruno Graça garante que "A CDU vai concorrer às eleições para ganhar". Já em 2013, Anabela Freitas afiançava que, caso fosse eleita, resolveria o problema do acampamento cigano no Flecheiro. CDS e BE não se coíbem de fazer outro tanto. Refiro-me ao uso e abuso da linguagem publicitária na área política. O que é sobremaneira pernicioso.
Como bem sabemos, pelo menos desde o célebre "Omo lava mais branco", os publicitários são especialistas no uso de uma linguagem dúplice, que lhes é muito própria. Não sendo falsa, tão pouco é verdadeira. Isto é: Não se consegue demonstrar, no momento em que é usada. que se trata de algo falso. Mas os leitores e/ou ouvintes duvidam imediatamente, escaldados que estão por experiências anteriores. Porque afinal, "Omo lava mais branco" que quê? Que os outros outros detergentes? Ainda que tal fosse verdade, não se vê como seja possível com a roupa de cor.
Esta falta de rigor, de honestidade intelectual, vai em simultâneo engordando os publicitários mas degradando pouco a pouco a credibilidade dos políticos. De tal forma que quase metade dos cidadãos já nem se dá ao trabalho de ir votar "porque são todos uns aldrabões". Aqui em Tomar então, a situação é cada vez mais assustadora para quem saiba e queira analisar friamente a dramática realidade local.
Com os políticos totalmente desacreditados, a população em geral parece continuar a aguardar a vinda de um messias, que nos salve a todos da miséria, trazendo progresso e desenvolvimento económico. Naturalmente propiciados pelo Estado, uma vez que a burocracia cada vez mais pesada e a condenável mentalidade de autarcas e funcionários, todos convencidos de que a população está ao serviço deles, e não o inverso como deveria ser, tudo fazem para afastar os potenciais empresários e investidores. Agem assim, uns porque são mesmo contra a iniciativa privada. É o caso do Bloco de Esquerda e da CDU. Outros porque não se dão conta das consequências daquilo que fazem no seu dia a dia.
Claro que é tão legítimo defender uma economia estatizada como lutar a favor da iniciativa privada. 
O fundamental é não se enganar naquilo que andamos a semear e depois a regar. Noutros termos: Ninguém espere semear cebolas para depois colher melões. China, Cuba, Vietnam, Coreia do Norte e Laos são economias estatizadas. Países escandinavos, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Japão são economias de iniciativa privada. 
Tomar é uma minúscula economia estatizada de facto, uma vez que o essencial da actividade económica concelhia depende exclusivamente do Estado (funcionários públicos, aposentados e pensionistas). Inversamente, Ourém é uma economia de iniciativa privada. Nem sequer têm hospital ou ensino superior, por exemplo. Não espanta por isso que Tomar esteja cada vez mais enterrada na crise e Ourém na senda do progresso. Exagero meu? Basta olhar para a população senhores. Há 20 anos Ourém tinha menos gente que Tomar.  Actualmente já tem mais 6 mil eleitores: 37 mil em Tomar, 43 mil em Ourém. Dados oficiais incontroversos.
Simples milagre de Fátima? Ou aqui em Tomar andamos há décadas a apostar nos cavalos errados? Faça o leitor o favor de responder a si próprio. E depois procure começar a agir em consequência. Nunca é tarde...

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