segunda-feira, 18 de abril de 2016

Ao menos as boas maneiras, senhores!

Passava na Praça da República. Ouvi música e vi bastante gente junto aos Paços do Concelho. Aproximei-me. Actuava a Tuna da Faculdade de Medicina da Universidade da Extremadura, de Badajoz. Muito público nos degraus e sob os arcos. Janelas sacadas do piso nobre repletas de estudantes femininas do Politécnico. Procurei e voltei a procurar entre a numerosa assistência. Nem um autarca, nem um funcionário superior em representação do município. Lamentável. Porque, quer se queira quer não, ali é a casa de todos nós. E quando uma agremiação vem apresentar cumprimentos ou simplesmente exibir-se à nossa porta, o mínimo que devemos fazer é estar presentes. Fazer as honras da casa, diz o povo inculto. Simples questão de boas maneiras, escrevo eu. De saber viver em sociedade, afinal.
Coisa praticamente impensável, mas se um dia destes a Nabantina, a Gualdim Pais ou a Tuna do IPT se forem exibir frente à alcaidaria da capital raiana e não estiver lá nenhuma entidade credenciada para fazer as honras da casa, logo a delegação forasteira dirá cobras e lagartos, palavras e palavrões. Agora imaginem o que irão dizer os futuros médicos espanhóis da cidade onde já o nosso primeiro rei partiu uma perna. Num habia nexexidade, diria o diácono Remédios, de boa memória.
Mas quem julga conhecer bem tanto os autarcas nabâncios como os tomarenses em geral já percebeu tudo. Em anos futuros, se os organizadores tunantes do IPT quiserem melhorar o acolhimento aos seus convidados, designadamente com a presença de autarcas e funcionários superiores da autarquia, o melhor será providenciar uma boa refeição, tipo feijoada com muito tintol, no salão nobre dos Paços do Concelho. Vão ver que não faltarão eleitos nem chefes disto e daquilo... 
E assim nos vamos afundando. Pouco a pouco, mas eficazmente. Naquela lama que sai da base do corpo de todos nós. Dado estar a falar de boas maneiras, não seria adequado escrever merda. Mas é disso mesmo que se trata. Já estamos afogados nela pelo menos até à cintura. E mesmo assim o cheiro pestilento parece não incomodar grande gente. Habituamo-nos a tudo!

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