Incomodada com a reacção do eleitorado tomarense, geralmente demasiado brando, perante o escandaloso lucro anunciado pelos SMAS, a simpática presidente Anabela Freitas desta feita reagiu prontamente. Anunciou e mandou publicar nos órgãos ao seu serviço que o citado lucro vai servir para melhorar a limpeza urbana e reduzir as taxas cobradas aos explorados consumidores de água. Tenho para mim que é apenas conversa fiada. Mais precisamente prematura propaganda eleitoral, tentando desde já assegurar uma cada vez mais hipotética reeleição. Candeia que vai à frente alumia duas vezes.
É provável que as referidas taxas até baixem, sobretudo em 2017. Mas só poderá ser uma redução cosmética, do tipo do aumento das pensões anunciado pelo governo Costa. Se viermos a pagar menos um euro ou dois já será uma festa. Isto porque o bicho está e vai continuar na fruta. A experiência mostra que, nos concelhos onde as águas e saneamento foram privatizados, os consumidores pagam menos. Como por exemplo em Ourém, cuja população continua crescendo enquanto a de Tomar diminui, e onde o presidente Paulo Fonseca, apesar de socialista, não reverteu as citadas concessões. Porque terá sido? Porque é um socialista dissidente? Desnaturado? Ou simplesmente realista?
Quanto à limpeza urbana, vai decerto mudar qualquer coisinha no aspecto actualmente miserável das nossas ruas e dos nossos parques e jardins, para que no essencial tudo possa continuar como até aqui -uma vergonha. Isto porque melhorar tais serviços implica arranjar mais meios humanos, mais máquinas e mais consumíveis. Tudo aquilo que a autarquia não pode pagar nas condições actuais, porque tem excesso de pessoal supérfluo. Há chefes e funcionários de secretária a mais. Faltam varredores, jardineiros, pedreiros, operadores de máquinas, carpinteiros... E não há disponibilidade orçamental para aumentar as despesas com pessoal, posto que a câmara cada vez recebe menos em impostos e transferências do governo.
Julgo que Anabela Freitas sabe tudo isto muito bem. Tal como sabe igualmente que não pode nem deve despedir ou mandar para casa com o vencimento integral os funcionários supérfluos, pois deles depende a sua desejada reeleição, cada vez mais problemática. São os funcionários e os pensionistas que votam PS. Não os empresários ou os proprietários.
Entretanto, os desgraçados munícipes de uma parte da cidade antiga, praticamente ao lado dos Paços do Concelho, vão continuar a pagar o mesmo que os outros consumidores, sem contudo terem direito à mesma qualidade de serviço. Refiro-me àquela zona histórica cujas infraestruturas de águas e esgotos ainda datam da primeira metade do século passado e cuja modernização continua aguardando melhores dias. Matéria sobre a qual Anabela Freitas foi omissa
Mas temos os museus da Levada. Custaram perto de 6 milhões de euros, mas valeu a pena! É ver as filas de visitantes a comprarem os seus bilhetes e a entrarem, para se extasiarem ante tais maravilhas...
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