Turismo e campismo
Campistas e caravanistas
regressam sempre onde já foram felizes...
Aparentemente, só o presidente Cristóvão é que não sabia que campistas e caravanistas são gente de hábitos. Tendem a voltar sempre onde já foram felizes. Por isso, ao ser surpreendido pela notícia do link supra, relatando que caravanistas "batem com o nariz na porta", apesar da Câmara ter avisado atempadamente que o "encosto" está encerrado durante todo o mês de Janeiro, o presidente em exercício procurou justificar-se.
Fê-lo em conformidade com a usual cartilha socialista: subsídios, ajustes directos, obras de fachada, festarolas e verdades forçadas. Desta vez, veio de novo à baila a questão do parque de campismo, que foi extinto alegadamente devido à existência de um plano de pormenor municipal para aquela zona, que não prevê tal equipamento no local onde sempre funcionou a contento de todos.
Segundo Cristóvão, "Um Plano de pormenor aprovado antes deste executivo (mas não diz exactamente quando, porquê?), não permite a instalação de um parque de campismo, nem tão pouco de um parque de autocaravanas, nem a prestação de serviços." Embora tendo os seus defeitos, como todos, incluindo o autor destas linhas, o presidente em exercício já demonstrou ser uma pessoa inteligente e bem formada. Deve saber portanto que não está a dizer a verdade toda, assim tentando aldrabar os eleitores.
Na realidade, não há agora em Tomar um parque de campismo como já houve, porque essa é a opção política da maioria PS desde 2013. Os tomarenses ainda se lembram certamente das infelizes declarações da presidente anterior, dizendo que se pretendia atrair visitantes de elevado poder de compra e limitar a vinda de turistas de mochila às costas. Por conseguinte, a justificação do tal plano de pormenor é apenas uma treta para convencer os eleitores tomarenses a continuarem a votar na mediocridade.
Não há dúvida que o plano de pormenor existe mesmo, e com as implicações mencionadas. Mas Cristóvão, a oposição, os técnicos superiores de urbanismo da autarquia, e os juristas da casa, têm obrigação de saber que o dito documento pode ser revogado pela mesma entidade que o aprovou, nos termos do disposto no Artº 165 nº 1 do Código do Processo Administrativo. Aí se estabelece designadamente que "A possibilidade de revogação justifica-se pela prossecução do interesse público."
Nestas condições, a maioria socialista está à espera de quê, para deliberar a revogação do citado plano e posterior submissão à Assembleia municipal, para aprovação final? Não finjam senhores! Se até já fizeram isso mesmo com os planos de pormenor das Avessadas e do Vale do ovos, por exemplo, que vos impede de continuar nessa via, além da vossa política obsoleta e vesga?
E a oposição, porque continua calada nos assuntos fulcrais? É assim que esperam vir a conquistar os eleitores em Outubro próximo? A época em que "o calado foi a Lisboa e veio no comboio e não pagou nada", já passou há muito. Agora, mesmo reclamando e pagando, nem sempre se consegue ir e vir de comboio por causa das greves. Logo que o PS sai do governo, aumentam os conflitos laborais...