O elevador do castelo de Leiria, inaugurado há pouco tempo.

Uma das escadas rolantes de acesso ao castelo de Montemor o velho.

Escada rolante dentro das muralhas de Toledo - Espanha.

Turismo - equipamentos - economia local

Não há piores cegos do que aqueles que não querem ver

Leiria já tem. Montemor o velho também. Agora é Torres Novas que lança a empreitada:

https://radiohertz.pt/torres-novas-abertura-de-concurso-de-acessibilidades-ao-castelo-elevador/

Terras cujos monumentos não são Património da humanidade, e junto dos quais nem há problemas de estacionamento, vão instalando os equipamentos indispensáveis ao desenvolvimento do turismo moderno. Só Tomar vai ficando  a ver passar os turistas, que vão ao Convento e não vêm à cidade, pelo que não fazem despesa. Porquê?

O desenvolvimento de uma cidade de turismo, com um monumento Património mundial, e mais de 400 mil visitantes anuais, não pode estar dependente de birras, de retaliações, de opções partidárias caducas. De votos comprados. De autarcas ultrapassados pelos acontecimentos. Sob pena de definhar rapidamente.

É verdade que em Tomar, ao contrário de Torres Novas, Leiria ou Montemor o velho, a instalação do equipamento de ligação entre o Núcleo histórico e o Convento não é nada fácil. Sejam elevadores, escadas rolantes, ou ambos, mediante um bom plano prévio, facultarão receitas confortáveis, podendo até vir a ser concessionados. Sem isso, instalados assim como calha, serão mais um sorvedouro de dinheiros públicos, e nem servirão capazmente nem os turistas nem a população local, que é pouca naquele trajecto.

Porque o problema é este: Lá em cima, nos períodos de maior afluência (alta estação e fins de semana) não há estacionamento suficiente, nem coisa que se pareça, situação que se vai agravando. E tão pouco é possível ampliar os parques existentes a custos comportáveis, devido à protecção do património construído e da paisagem.

Nestas condições, os elevadores ou escadas rolantes só poderão gerar receita se em simultâneo houver nas proximidades parques de estacionamento com capacidade suficiente e estruturas de apoio adequadas, tanto para  ligeiros como para autocarros de turismo. Caso contrário, a frequência será bem reduzida, porque ninguém deixa o carro a quilómetros para andar nos elevadores ou escadas rolantes.

Além disso, há depois outras questões conexas, igualmente fundamentais para o êxito do projecto. Trata-se afinal de aproveitar o ensejo para implementar nova maneira de receber e encaminhar os visitantes, de forma a que sejam bem mais rentáveis para o comércio local. Foi com esta ideia, amparada em muitos equipamentos similares. que já vi e utilizei por esse mundo fora, que apresentei à actual maioria PS a ideia de conceber um plano local de turismo.

Decerto porque insisto em exercer os meus direitos de cidadania, entre os quais a liberdade de criticar quando não estou de acordo, os senhores autarcas recusaram de forma ríspida a minha proposta, e/ou nem sequer responderam..

Exactamente como fizeram com a candidatura da Festa dos tabuleiros, que eu poderia ter elaborado pro bono e em pouco tempo, como fiz com êxito a do Convento de Cristo, agora podem também entregar o problema dos elevadores, e outros equipamentos conexos, a "especialistas", mediante ajuste directo. Não é fácil, nem barato, mas pode dar milhões. Pode é não correr nada bem.

No caso da candidatura dos tabuleiros, já passaram mais de dois anos e, apesar de o governo rambém ser do PS. ainda nem sequer conseguiram a inscrição na lista nacional do património imaterial, condição prévia para a candidatura à UNESCO. Bastante mais complexa, a empreitada dos elevadores. e/ou escadas rolantes, pode bem levar anos e anos. O que até pode covir aos actuais eleitos. Fazem o ajuste directo com uma empresa amiga e quem vier a seguir que se governe.

E depois admiram-se que a população mais jovem e mais capaz continue a dar à sola. Você, leitora ou leitor, está satisfeita/o com a sua vida quotidiana em Tomar?