Câmara - ambiente
Os instalados temporários e o ambientalismo
O detalhe saliente nas obras camarárias mais importantes é a inclusão de pistas cicláveis. A Nun'Álvares até tem uma de cada lado. Ambas calcetadas com paralelopípedos brancos, para dar um ar de antanho e de ruralidade. A falha é a Várzea grande, onde se esqueceram dos ciclistas. Não há por ali qualquer pista ciclável. Acontece...
Ainda assim, fica a ideia que a actual maioria, ou as eminências pardas que a dirigem de facto nos aspectos práticos, pretende defender o ambiente, o que nas presentes circunstâncias implica poupar água e evitar a poluição na medida do possível.
Quanto à poupança de água, foi destruído durante os mandatos de António Paiva (que os seguidores da actual maioria odeiam) o sistema tradicional de rega do Mouchão, utilizando a água da roda e por conseguinte neutro para o ambiente. Uma vez que a roda continua a funcionar, que tal acabar com o actual sistema por aspersão automática, com água da rede pública, que volta e meia até dá uma chuveirada num passante desprevenido? Até se podia alargar à Várzea pequena, bastando para tanto efectuar as obras necessárias. Estão à espera de quê?
Na mesma linha, tendo em vista a defesa do ambiente e do património, vai sendo tempo de elaborar planos que permitam a prazo proibir o acesso de veículos ao Convento e ao Castelo, excepto para os moradores na área, que são poucos. Isto porque, para além da impossibilidade de conseguir estacionamento para tanta afluência, a não ser destruindo irremediavelmente a paisagem, avulta o problema da poluição. São anualmente centenas de milhares de veículos, a gasolina e a gasóleo, cujos fumos de escape vão atingindo paulatinamente as velhas pedras calcáreas do Castelo, do Convento e da capela da Conceição.
É certo que num futuro mais ou menos próximo os veículos deixarão de queimar combustíveis fósseis. Mas continuarão a usar pneus, óleos vários e placas de travões, cujas poeiras também vão poluíndo, como bem sabe quem vive perto de grandes vias de comunicação.
Só para lembrar aos mais distraídos, como é óbvio só se poderá proibir o acesso motorizado ao Convento-Castelo-Srª da Conceição, depois de terem sido instaladas cá em baixo as indispensáveis condições de estacionamento, informação e acesso, cuja exploração até facultará milhões anualmente.
Tal como no caso da rega tradicional no Mouchão, estão à espera de quê? Já perdemos a excelente oportunidade da bazuca europeia. Querem perder também as seguintes? São agora bem conhecidos dois provérbios de origem chinesa. O primeiro diz que "Se deres um peixe a um homem, ele alimenta-se uma vez. Se o ensinares a pescar, pode alimentar-se toda a vida." O outro é mais simples: "Quando o dedo aponta a Lua, os idiotas ficam a olhar para o dedo."
É um tema preocupante a falta de chuva e água, e não vejo os políticos suficientemente preocupados com ele. Já agora, tem informações de como vão o Zêzere e o Nabão?
ResponderEliminarAqui, a sete horas de avião de Lisboa, no sertão nordestino, tem sido um bom ano de chuva numa região com problemas de seca.
ResponderEliminarEm Tomar, segundo me dizem, o Nabão continua a correr, sem problemas de falta de água. No Castelo do Bode, o problema apenas foi sendo adiado. Prevista apenas para produzir energia, está-se mesmo a ver que mais cedo ou mais tarde os lisboetas epalianos terão de ir procurando fontes alternativas de abastecimento. Até porque, numa solução assaz pitoresca já se fala em transvases do Cabril para compensar a falta de caudal do Tejo. A ser assim, onde irá o Castelo do Bode buscar água, uma vez que o Cabril está a montante? Estas cabeças!