Obras na Praceta Infante D. Henrique
(Largo da entrada da Cerca)
"Recuperar a sua monumentalidade original",
dizem eles
Mão amiga enviou-me a informação oficial camarária sobre a recente sessão de apresentação e discussão do projecto de obras de saneamento e rede viária no centro histórico. Eis os dois últimos parágrafos:
"Em relação ao arvoredo, não haverá qualquer mexida na Rua dos Arcos, que continuará a ser marcada pelo tom das olaias. Na antiga Rua da Graça, que já passou por diversas fases no que a esta questão diz respeito, prevê-se que as poucas árvores atualmente existentes, mélias e tulipeiros (cuja estrutura já foi muito afetada por muitos anos de podas de controlo) sejam substituídos por liquidâmbares (como acontece na Rua Ângela Tamagnini, por exemplo), árvores de grande efeito paisagístico mas muito mais adequadas a arruamentos desta dimensão. O número de árvores a plantar será aproximadamente o quádruplo das atualmente existentes.
Está ainda prevista uma intervenção na Praceta do Infante D. Henrique, de modo a recuperar a sua monumentalidade original, bem como um espaço de encontro e de fruição, retirando apenas daquele local o estacionamento automóvel e ficando a circulação condicionada, acrescendo igualmente a plantação de algumas árvores."
Deste excerto resultam claramente três conclusões. 1 - A Câmara anda a intrujar a União Europeia e os tomarenses; 2 - É o mundo às avessas. Mantém-se o que está doente (olaias da Rua dos Arcos) e abate-se o que é saudável (Árvores da Rua da Graça); 3 - Os autores do projecto parecem pensar que os tomarenses nasceram ontem, ou são todos irremediavelmente idiotas chapados. Vamos aos factos.
1 - A Câmara anda a intrujar Bruxelas e a população, pois desta informação oficial resulta claramente que já estava tudo definido no projecto de obras. A sessão de apresentação e discussão foi só para cumprir a directiva europeia e dar aos habitantes a ilusão de que estavam a contribuir para melhorar algo que afinal já estava e está decidido.
2 - É o mundo às avessas, uma vez que as olaias da Rua do Arcos, quase todas em mau estado de conservação, vão manter-se, mas as árvores saudáveis da Rua da Graça já estão condenadas, porque não se enquadram na estética urbana dos senhores projectistas alfacinhas.
3 - Apresentar como argumento para justificar as obras da entrada da Mata "recuperar a sua monumentalidade original", ou é um lapso de todo o tamanho, ou estão deliberadamente a brincar com os eleitores tomarenses. Monumentalidade original? A imagem acima mostra como era aquele espaço nos anos 30 do século passado.
Do lado direito, no primeiro plano, o prédio térreo que foi demolido para dar lugar ao edifício actual do turismo municipal, de 1936. No segundo plano o Hospital de S. Brás, que lá se mantém, tal como o prédio do lado esquerdo da Estrada do Convento.
À esquerda, os prédios demolidos nos anos 30 do século passado, para o arranjo urbanístico que se mantém, com os portões da Cerca vindos do santuário de Fátima, e a estátua do infante D. Henrique, ali colocada erradamente em 1960, aquando das comemorações nacionais do 5º centenário da morte do infante.
Obras e 4 árvores para "recuperar a sua monumentalidade original"? Não será melhor os senhores camaristas e projectistas irem gozar com as avozinhas respectivas, ou com quem lhes aprouver, em vez de tentarem aldrabar grosseiramente os eleitores tomarenses?
Na parte que me toca, chega! Deixei de ter paciência para aturar incapazes. Coisas da idade e do clima. Aqui fica o meu protesto contra práticas inaceitáveis na União Europeia. Trafulhas!
Como já tinha dito todas estas apresentações públicas para o povão se pronunciar e inclusivamente poder alterar o projeto ( heresia porque os iluminados arquitetos estão num Olimpo não atingível pelos pobres incultos) são urdidas pela Comissão Europeia pelo mesmo motivo. Simular um debate com os tansos dos utilizadores.
ResponderEliminarPara este projeto já não se deve evitar toda esta estupidez, mas no futuro só com uma mudança para a direita forte e não a fofinha e comprometida com o sistema poderá devolver Tomar à sua grandeza.
Concordo consigo, salvo no que diz respeito à UE, que julgo agir de boa fé, forçada pelas circunstâncias. No caso presente, tal como nos anteriores, o problema reside na falta de arcaboiço cultural dos eleitos, incapazes de debater de igual para igual com os arquitectos e engenheiros na fase preparatória, que assim acabam quase sempre por impôr as suas opções estéticas, por mais inadaptadas que sejam. Parece-me oportuno recordar que em 2013, quando venceram à rasca o PSD, os socialistas tinham um arquitecto na lista em 2º lugar. Poderia ser agora o vice-presidente, se não tivessem corrido com ele em 2015, por razões nunca apuradas. A vice-presidente actual é muito mais maleável, permeável e sobretudo festivaleira, com tudo o que isso implica.
EliminarQuanto à "direira forte" que menciona, era capaz de ter um futuro promissor em Tomar, se conseguisse gente diferente da que agora tem. Mais encorpada politicamente e mais capaz culturalmente. Resta aguardar, pois tarde é o que nunca vem, e ainda faltam 11 meses para o próximo embate.
Caro Zé Caldas, Tomar NUNCA mais vai voltar a ser grande. Tomar está condenado. A indústria, que é o sector que cria mais postos de trabalho, nunca mais vai voltar, porque custa muitas dezenas de milhões montar uma fábrica e é preciso gente capaz para estarem á frente desses negócios que são difíceis de encontrar. Nem o Chega tem soluções para pôr Tomar e Portugal grande outra vez, eu compreendo que digam isso para enganarem o eleitor médio, que é papalvo, estúpido. O nosso maior problema é o acentuado decréscimo populacional. Os imigrantes brasileiros, que quanto a mim são a solução para o problema, não querem ir para Tomar porque não há trabalho, e vão para a Marinha Grande onde ele não falta, o que para mim é um mistério, eu gostava de saber porque é que fechou tudo em Tomar e na Marinha Grande não???!!!
EliminarO amigo Helder não sabe porque é que em Tomar fechou tudo e na Marinha grande não? A resposta é fácil: Porque em Tomar praticamente todos têm telhados de vidro, e vidro é na Marinha grande., portanto vão lá abastecer-se, assim contribuindo para o desenvolvimento local dos marinhagrandenses.
EliminarA UE está capturada por esta corrente esquerdista e de burocratas que se preocupam com as suas vidinhas mesmo indo contra o que as populações /povos querem estabelecendo novas regras normas sempre com a preocupação de o fazerem para o bem do povo que o não quer.
ResponderEliminarO tal bem maior que os ignorantes ou fascistas na sua opinião não atingem.
Instalou-se uma arquitetura hostil que impõe ao cliente o "correto" e não o que ele quer e lhe torna a vida melhor.
E quando se vende uma banana com fita adesiva colada numa parede por uns milhões isso é arte, não uma cagada de um imbecil que conseguiu vender a outro imbecil rico que pagou por ela.
Assim será mais uma obra de arquitectos muito eruditos que nos vão brindar com mais uma treta urbanística de topo
Zé Carldas, não é só a UE que está tomada pela esquerda, é o mundo todo!!! Na UE a esquerda só não governa em Itália, Hungria e Polónia, na Alemanha as coisas andam mal e a Alemanha é o motor da europa. Nos US fizeram de tudo para que o Trump não fosse a eleições, desde tentativa de assassinato a ser condenado por uma violação a pagar mais de 80 milhões de dólares que ocorreu nos anos 90, nem especificaram o dia!!! A Oprah Winfrey, a Taylor Swift, o Bruce Springsteen, Robert Deniro, etc..., alguns bilionários e outros multimilionários opoiaram todos a Kamala, a quem as sondagens davam a vitória e foi o que se viu!!! Vamos lá ver como vai correr a política do Trump, eu tenho algumas dúvidas na política económica e no controlo da imigração...
EliminarNo Brasil já despacharam o Bolsonaro. O caso está a ser julgado por uma das potenciais vítimas, o juiz Alexandre de Moraes, o que é surreal.
Se em vez das quatro árvores e outras mariquices propostas, se limitassem a mudar a estátua do Infante lá para cima para o Convento, ou para aquele terreiro onde está a Fonte da Prata, na Rotunda, aumentavam bastante os lugares de estacionamento, gastavam menos dinheiro e ninguém refilava. Mas como não nasceram nem vivem cá, querem lá saber das pessoas e das suas conveniências. Querem é ornamentação e bolso cheio, à custa da relativa ignorância dos autarcas, e contando com o habitual silêncio cúmplice da oposição. Toda.
ResponderEliminar