sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Aspecto da entrada do Convento de Cristo, no reinado de D. Manuel I, antes da construção do "Convento novo" a partir de 1530. Observe-se a escadaria, bem diferente da actual, bem como o nível do terreiro, abaixo do agora existente, conforme mostram as duas portas do lado esquerdo.

Crónica do outro hemisfério

Nova versão do 25 de Novembro, salvar o jardim francês do castelo templário, e outras coisas assim

Estar nesta altura no outro hemisfério, tem a enorme vantagem dos 25-30 graus todos os dias, com uma agradável aragem marítima, mas também comporta inconvenientes. Um deles é que, a 7 horas de avião de Lisboa, acabamos por só ter notícias da terrinha em segunda mão, pelo menos.
Uma delas é uma nova versão do 25 de Novembro, bem achada sem dúvida alguma. Um comentador opina no TNR que o referido movimento militar, mais não foi afinal que a frustração dos intentos de conhecidos esquerdistas, como por exemplo Durão Barroso e Ana Gomes, bem como impedir a tentativa da extrema~direita de ilegalizar o PCP. Nem mais nem menos, se ainda sei ler em português. Perante o que se coloca uma pergunta, que é capaz de incomodar um bocado algumas cabeças mais dotadas. Ei-la: Se o PCP realmente não foi visto nem achado na intentona de 25 de Novembro, como se deduz deste comentário, porque raio é que a alegada extrema-direita o queria ilegalizar, obrigando à intervenção decisiva do major Melo Antunes no CR, que o salvou como partido político legalizado?
Outra notícia em 2ª mão é o aparecimento de uma PCP - Petição de Cidadãos Preocupados, todos naturalmente de variados quadrantes partidários, e tendo como líder informal alguém que não é do partido. Pretendem defender o jardim modelo francês do castelo, que data dos anos 40 do século passado. Se por aí estivesse, até era capaz de assinar também, obtidos alguns esclarecimentos indispensáveis. Desde logo sobre o timing. Não será demasiado tarde, agora que as obras estão a começar, embora que eu saiba nunca tenha havido a obrigatória sessão de apresentação e debate do projecto? Ou teve lugar quando veio o António Costa a Tomar, e não avisaram? Outro aspecto básico é que a salvação do jardim me parece secundária, estando em causa um nova entrada no Convento, através do Paços henriquinos e com a edificação de uma rampa para cadeiras de rodas.
Do meu ponto de vista, há erro crasso de projecto, pois a nova entrada no Convento, com rampa e tudo, devia fazer-se através da porta do antigo hospital militar, aí começando os futuros circuitos de visita, usado as duas portas já existentes entre o ex-hospital e o Claustro do Cemitério. Isto digo eu, que como é do conhecimento geral, conheço mal o Convento. Os senhores arquitectos e engenheiros de Lisboa é que sabem do ofício. Deus os abençoe, se puder.
Outra reivindicação desta semana é do ilustre conterrâneo António Costa Cabral e refere-se à urgentíssima necessidade de mais estacionamento em Tomar, pois como escreve o comentador, convidamos os visitantes mas depois não lhes asseguramos condíções mínimas para estacionar, o que os forçará a virem de comboio. Afinal são só duas horas a partir de Lisboa...através da paisagem. 
Concordo em absoluto com o que escreve Costa Cabral, mas devo acrescentar que um novo parque de estacionamento será sempre insuficiente, por maior capacidade que tenha. Chegados a esta situação miserável em termos de estruturas de acolhimento turístico, o mínimo que se deve reivindicar são dois grandes parques de estacionamento, um na Várzea grande e outro no vale da Anunciada, bem como uma ligação rápida não poluente entre a cidade e o Convento (escada rolante, elevadores, ou ambos), com acessos pela zona do actual parque de estacionamento e pela Cerrada dos Cães. Ando a escrever isto há anos. Quem entenda um pouco de turismo moderno, a chamada indústria da hospitalidade, percebe porquê. Infelizmente aos nossos eleitos, mesmo e sobretudo quando dão o pulo para uma entidade regional de turismo... falta-lhes fôlego, apesar da excelente  oralidade.



4 comentários:

  1. Ora viva Professor Rebelo, espero que tenha feito boa viagem e já esteja recomposto do jet lag.

    Chegou a ver as notícias do vereador do Chega do Entroncamento Luís Forinho?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado, amigo Helder pela sua saudação e interesse. Está a ser mais difícil desta vez, mas lá vou conseguindo, embora a idade ajude cada vez menos.
      Ainda não li nada do vereador que refere. Onde está publicado? Do anterior fiquei com a ideia de que se trata de um nacionalista um bocado destemperado, (com o devido respeito), que todavia assume algumas posições que julgo justas apesar bastante desconfortáveis no actual contexto político português, onde como sabe muitos consideram que só há esquerdistas, marxistas, socialistas, extrema direita e fascistas. Não há centristas ou social-democratas, nem de direita moderada, pelo menos na douta opinião do pessoal de esquerda. E eles é que sabem, ou pelo menos assim pensam. É afinal aquilo que lhes inculcaram na escola pública, infelizmente.

      Eliminar
    2. Eu vi qualquer coisa sobre um vereador do Entroncamento e uma t-shirt mas nem liguei. Só agora é que vi com atenção e para lhe ser sincero estou "fascinado" com o personagem. Era alguém assim é que o chega precisava para candidato por Tomar, com esta energia. Ele já deixou o chega, agora é independente. A direita tem de ser direita, não queremos direita democrática ou centró direita. A escola sempre esteve capturada pela esquerda. Se um professor(a) explocar ás crianças que o matrimónio (casamento) é entre um homem e uma mulher porque não se consegue casar dois parafusos ou duas porcas, mas sim um parafuso e uma porca é logo despedido(a). Eu fiquei fã e espero que tenha um grande resultado em 2025.

      Eliminar
    3. Nem tanto assim, amigo Helder! O Adolfo também teve milhões de entusiastas e olhe o resultado trágico. No caso, parece-me útil lembrar a velha frase publicitária "Há mar e mar! Há ir e voltar! Por conseguinte, na política como na bebida ou na comida "Nem tanto ao mar, nem tanto à terra", porque depois há as consequências inevitáveis dos excessos. Faço-me entender?

      Eliminar