Do aqui antes escrito e documentado em fotos, resulta claramente que nunca existiu nem existe na câmara nabantina qualquer plano articulado de sinalização turística. É mesmo provável que nem sequer saibam o que isso é realmente. Se assim não fosse, tanto os tomarenses como os forasteiros evitariam ser confrontados com situações assaz caricatas. Esta, por exemplo:
Aos automobilistas que descem a Rua de Coimbra, indica-se Fátima e Lisboa para a esquerda, via Rua Ângela Tamagnini.
Então porque é que, conforme documenta a foto, aos que vêm justamente dessa mesma rua, em sentido inverso, indicam Lisboa e Leiria, subindo a Rua de Coimbra?
Em que ficamos afinal? Lisboa e Leiria pela Rua de Coimbra? Fazer quase 10 quilómetros pró boneco?
Apenas uma falha, dirá o leitor. O pior, digo eu, é que não é só uma. São várias.
Eis outro exemplo: Conforme mostrámos nas peças anteriores, o Centro histórico é de longe o mais indicado nos painéis existentes. Ainda bem? Ainda mal! Porque ninguém sabe do que se trata de facto. Se nem o tomarense comum sabe o que é o centro histórico, qual a sua área e quais os seus limites, como querem que os turistas saibam?
Desta confusão resultam situações que seriam cómicas se não fossem demasiado tristes. Exemplo:
Quem desce a Norton de Matos é confrontado com um dilema. Em primeiro plano, indica-se Centro histórico para a direita. Em terceiro plano, indica-se Igreja de Sta. Maria dos Olivais para a esquerda. Quer dizer que a dita igreja, a segunda mais antiga de Tomar, não faz parte do Centro histórico? Ou traduz apenas o desejo implícito dos senhores autarcas de que todos os automobilistas se dirijam para a Praça da República, ou melhor, para o Parque pago?
Se é isso, trata-se de uma asneira monumental. Chegado à nossa praça principal, o visitante não encontra qualquer sinalização turística. E para ver há apenas a Igreja de S. João, que até pode estar fechada (se for à 2ª feira, por exemplo), a Câmara, que não é visitável...e o Gualdim de perfil, que esse sim, vale realmente a visita:
Os leitores terão decerto reparado que apenas referi, nas peças anteriores, a sinalização para turistas motorizados. A isso fui forçado, pois sinalização para turistas a pé é coisa muito rara nesta terra de turismo que é Tomar. Exceptuando aquelas nódoas lá em cima no Convento, que mesmo assim têm o mérito de existir, só conheço dois casos; a Sinagoga (obra de particulares) e o Museu dos fósforos:
Este último, ali junto ao antigo Convento de S. Francisco, a demonstrar que, quando querem, os numerosos senhores técnicos superiores camarários até sabem fazer as coisas em condições. Mas o clima é tão quente no verão e tão agreste no inverno...
Só mais três parágrafos, para expressar a minha preocupada angústia. Se a câmara e os seus mais de 500 funcionários (de cuja competência não me atrevo a duvidar), não são capazes de resolver problemas tão pouco complicados, como este da sinalização, a manutenção dos jardins, a conclusão do saneamento na cidade antiga ou a limpeza adequada dos passeios, serão capazes de resolver a questão do desenvolvimento económico do concelho, que condiciona afinal tudo o resto?
Diz o povo desde há séculos que "Presunção e água benta, cada qual toma a quer quer". Os nossos políticos e alguns técnicos superiores camarários têm mostrado ser grandes consumidores da primeira...
E a população continua calada e pachorrenta. Até quando?
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