Tal como previ no texto anterior, a oposição que temos, ou pelo menos uma parte substancial dela já embandeira em arco. Os laranjas locais comunicaram à população que lastimam o sucedido e exigem eleições antecipadas. Estão cheios de razão. Também me parece não haver nesta altura outra solução tão boa como novas eleições locais. Para as quais, convém dizer, nenhuma formação está minimamente preparada. Se vieram a ocorrer, todos terão sido apanhados por assim dizer com as calças na mão. À antiga portuguesa.
E depois há óbices. No meu entender pelo menos dois principais, a saber. O tipo de eleição e a sua inevitabilidade. Quanto ao tipo de eleição, convirá a todos saber antes se serão eleições intercalares, só para concluir o mandato actual; ou eleições antecipadas, para um novo mandato de 4 anos. Parece-me mais lógico, mais proveitoso e mais barato que sejam antecipadas. O que estipula a legislação eleitoral?
No que concerne à inevitabilidade de novas eleições, a música é outra, bem mais complexa. O PSD exige eleições mas, sendo um partido de gente moderada, nada fará para as provocar. Argumentarão os seus dirigentes que usualmente quem provoca eleições nunca as ganha. Conversa fiada.
Em todo o caso, já escreveram no seu comunicado que "...o futuro, governado apenas pela presidente Anabela Freitas e os vereadores Hugo Cristóvão e Bruno Graça, nada de bom augura." Maneira de admitir que vão aguardar que o que resta do grupo governante venha a cair de maduro. Atitude duplamente errada, penso eu. Por um lado, porque o trio Anabela-Hugo-Bruno só poderá continuar em funções com a ajuda de pelo menos mais um elemento do actual executivo. Seja ele do PS, do PSD ou dos IpT. Por outro lado, porque exigir eleições é afinal limitar-se a aproveitar a situação. E a isso chama-se oportunismo político.
Por conseguinte, julgo que os tomarenses saberão na altura própria agradecer nas urnas a quem tiver tido antes a coragem de colocar em tempo útil o que resta do executivo em minoria, assim forçando a ainda presidente nominal a convocar eleições. Mas para isso terá de haver antes negociações sérias entre Serrano, Tenreiro e Pedro Marques. Será assim tão difícil chegar a um acordo sólido, para logo em seguida comunicar a Anabela Freitas que deixou de ter condições para continuar na cadeira do poder, uma vez que apenas dispõe de 3 votos, legalmente insuficientes num órgão de 7?
É isto ou o naufrágio geral daqui a um ano, que a população está farta de cantigas ao desafio. E já os nossos antepassados latinos deixaram gravado no mármore RES NON VERBA. Obras. Chega de palavras!
Aqui ficam o humilde aviso e a tosca opinião de um leigo ignorante das coisas da vida e da política. Boa sorte a todos!
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