Dizem os arautos locais, com destaque para os políticos, que o futuro da urbe tomarense está no turismo. Pode ser. Mas olhem que temos também excelentes possibilidades no sector agrícola. Ou de produção verde, como se usa agora.
Quase todas as semanas aparecem nas redes sociais residentes nabantinos agastados com as ervas nos passeios e outros recantos citadinos. São uns ignorantes. Esquecem, ou não sabem, que se trata de excelente produção agrícola, com direito à menção "agricultura biológica" e tudo, que o mesmo é dizer sem adjuvantes químicos de síntese.
Por exemplo na Rua Aurora de Macedo, sector poente, onde este vosso servidor habita há décadas, a dita produção verde biológica vai de vento em popa. Mesmo ao cimo da rua, medra um excelente canteiro de beldroegas, regado por uma oportuna ruptura na rede de distribuição de água. É tão lindo e está tão viçoso que já vários turistas têm parado para fotografar...
Dado que gosto muito de sopa de beldroegas, cheguei até a pensar num almoço colectivo com os restantes moradores da rua. Depois, porém, tudo visto e devidamente ponderado (como sempre consta das actas camarárias), mudei de opinião.
A fazer-se esse tal repasto, haveria provavelmente consequências. O fisco não deixaria de vir reclamar o IVA correspondente. Acrescido eventualmente pelo IRA - Imposto sobre o rendimento agrícola. O que, claro está, me deixaria irado. Mais do que já estou. Quem sabe até se não haveria que liquidar um oportuno e cada vez mais necessário IAJ - Imposto de Apoio à Jeringonça. Para compensar os gastos com o retorno às 35 horas e outras farturas deste governo...
Por tudo isto e o mais que me abstenho de mencionar, rogo aos responsáveis autárquicos que procedam quanto antes à remoção das ditas beldroegas e à reparação da citada ruptura. Acabarão assim com o vespeiro em que aquilo se transformou.
Se depois quiserem usar as beldroegas para fazer uma boa sopa, com muitos enchidos e regada com um bom tintol, isso já não é da minha conta.
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