Já bem causticado pela evidente carência de adequada sinalização turística, numa urbe cuja gerência autárquica insiste em proclamar que o futuro da cidade passa...pelo turismo, o visitante motorizado chega finalmente próximo do Castelo dos Templários. Mais precisamente ao parque de estacionamento pago da Cerrada dos Cães. Como sempre sucede na época alta, não encontra nenhum lugar vago. Resolve por isso dirigir-se para o desvio que o leva à fachada norte do Convento de Cristo. Onde acaba por conseguir estacionar. Sem pagar, mas já bastante afastado do monumento.
Vem a pé até à pequena porta à ilharga do Claustro da Micha, de onde vê sair outros visitantes. Repara então numa pequena sinalização do lado esquerdo da dita porta:
Segue a seta e continua até ao Portal filipino, antiga entrada principal no Convento, 50 metros mais à esquerda. Aí consegue enxergar com alguma dificuldade uma pequena placa metálica afixada na porta:
Aproxima-se e, porque é português, consegue ler esta obra-prima de texto informativo, cuja clareza é tanta que até cega:
Volta atrás, pergunta a uma das vendedeiras junto à saída do monumento onde é afinal a entrada do castelo e -já agora- a do Convento. Conseguida a informação, vai caminhando e cogitando que os tomarenses devem estar loucos. Pois se nem ele, que conseguiu ler e interpretar aquele texto obscuro, conseguiu atinar ainda a com a entrada do monumento, coitados dos estrangeiros que não entendam de todo a nossa língua...
Foi com estes pensamentos sombrios que avistou uma outra indicação:
Recordando que a pequena placa de metal referia ser a entrada do Convento pela porta do castelo templário, rumou decidido para a porta de S. Tiago e, atravessado o jardim, subida a escadaria, chegou ao "PORTAL DA IGREJA" igualmente mencionado na já citada placa. Para seu espanto, o portal estava fechado, como sucede desde há mais de 10 anos. O que o levou a nova indagação e, enfim! àquele ridículo e bem acanhado acesso à Capela de S. Jorge. Onde começam todas as visitas, com a aquisição por 6 euros do respectivo bilhete de acesso.
Durante a visita, sem guia, o nosso visitante foi falando com os seus botões: Ou me engano muito ou quem governa por estas bandas está interessado em que haja quanto menos turistas melhor. Porque quanto mais visitantes, mais chatices. Sem qualquer compensação suplementar no final de cada mês.
A ser assim, reconheço que vão bem lançados. Porque, se for tão difícil chegar ao Céu como achar o caminho e depois a entrada para o Convento de Cristo - Património da Humanidade desde 1993, o purgatório deve estar superlotado.
Sem comentários:
Enviar um comentário