Já lá vão anos desde que, tal como os outros tomarenses conscientes, preocupados com o presente e o futuro desta terra, tive de engolir esse sapo gigantesco que dá pelo nome "Caso ParqT". Os anos passaram, mas ainda não consegui digerir o dito monstro. Por isso, até já solicitei por duas vezes para aceder ao respectivo processo, ao abrigo da lei do direito à informação. Para tentar compreender. Tanto o presidente Carlos Carrão como a presidente Anabela Freitas me informaram por escrito que o dito conjunto de documentos se encontra no tribunal administrativo de Lisboa em segredo de justiça.
Porquê e para quê, eis o que ainda me falta saber. Enquanto tal não acontece, vou-me agarrando àquele anexim oriental que diz "Dá tempo ao tempo; o tempo dar-te-à todas as respostas". Mesmo se algo triste quando medito naquele outro provérbio: "Quando alguém (eu, no caso) aponta para a Lua, os palermas olham para o dedo".
EXPRESSO - ECONOMIA, 27/08/2016, pág. 27
Este anúncio, se não erro mandado colocar por uma irmã da ParqT, ainda não dá directamente respostas. Mas incita a formular diversas perguntas:
1 - Se um parque de estacionamento com 90 lugares, bem situado em Coimbra, à ilharga do grande eixo viário da baixa daquela cidade de 145 mil habitantes, com bons acessos e dotado de um posto de lavagem de carros todo equipado, dotado de vigilância permanente e com 25 anos de existência = clientela fiel, vale apenas, segundo os seus proprietários, 480 mil euros; como é possível que um parque de estacionamento com apenas 160 lugares operacionais, mal situado em Tomar, porque afastado dos principais eixos viários desta cidade com apenas 40 mil habitantes, com acessos complicados e uma única e perigosa saída, sem posto de lavagem de carros, mas com uma pequena construção destinada a cafetaria e um ascensor, que nunca funcionaram, com menos de 20 anos e uma reduzida clientela a preços igualmente reduzidos; como é possível, repito, que um parque assim tenha custado aos tomarenses todos que pagam ao fisco, via orçamento municipal, mais de 6 milhões de euros, ou seja 14 vezes o valor do parque de Coimbra??? Está tudo louco, ou quê?!?!?
2 - Bem sei que foi uma decisão de um tribunal arbitral, mas perante tão abissal diferença de valores, agora documentada por este anúncio, não estaremos perante um acordo leonino, um autêntico roubo camuflado, como tal contestável no foro judicial?
3 - A câmara de Tomar, que reuniu por diversas vezes expressamente para debater o caso ParqT e suas consequências, já contestou judicialmente, no local próprio, a referida decisão final do tribunal arbitral? Se o fez em tempo útil, qual é o ponto da situação nesta altura?
4 - Em que se fundamenta a câmara para continuar a ocultar aos tomarenses toda a trapalhada relacionada com a ParqT?
5 - Se antes do litígio Câmara/ParqT, o parque P1 era privado e seria explorado por essa mesma sociedade privada, o que levou e como conseguiu a autarquia mandar instalar lá toda a parte ruidosa do seu sistema de ar condicionado, muito antes de tomar posse legal do monstro?
Espero que não me venham outra vez com a estafada desculpa do segredo de justiça, para evitar responder cabalmente às perguntas supra. Os tomarenses pagam impostos. Têm portanto o direito de saber. E as eleições são já no próximo ano...
anfrarebelo@gmail.com
anfrarebelo@gmail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário