A inexistente ou fraca cultura política da generalidade dos tomarenses provoca situações insólitas. Sobretudo porque têm tendência a confundir os seus desejos com a realidade. Nessa senda, na recente salganhada camarária, apeado o Mandanela pelos seus filhos políticos e herdeiros ingratos, pensaram que o assunto estava resolvido de uma vez por todos. Erro crasso.
O Mandanela tem os seus defeitos, como todos nós. No caso dele muito ampliados por ser um cabotino nato e um provocador político por prazer. Mas também tem muitas qualidades, a principal das quais é um bem muito raro por estas paragens -a inteligência. Algo que é inato, que não se pode adquirir durante a vida. Essa é que é essa! E o Mandanela sabe disso. Que é inteligente e que a malta em geral não o é.
Apeado do cavalo do poder pela sua companheira, pressionada pelos outros filhos políticos do Mandanela, o mártir tem agora a vida facilitada e um futuro político risonho à sua frente. Para já vai mandando mails aos funcionários, aos vereadores e aos membros da AM. Nesses escritos alerta para a influência cada vez maior do vereador comunista Bruno Graça e do ex-presidente Pedro Marques.
Penso que tem razão quanto àquele, mas erra completamente quanto ao vereador IpT, incapaz de controlar ou sequer condicionar o PSD local, pela simples razão que não tem qualquer visão estratégica.
Percebe-se o erro deliberado do Mandanela. Pretende passar a ideia de que os laranjas do executivo não passam afinal de meros verbos de encher, que deixam a querida presidente ir na onda do Bruno, um antigo marxista-leninista, agora integrado eleitoralmente nas hostes comunistas. Situação que, conforme o próprio Mandanela assinala, a breve trecho causará graves prejuízos ao município.
Resta esperar para ver. E constatar que afinal a notícia da morte política do Mandanela não passou de um exagero desses tais que confundem os seus desejos mais íntimos com a realidade envolvente. O ex-chefe de gabinete e principe transitoriamente com menos sorte sabe do ofício político. Por isso adoptou para já o célebre slogan político do Maio de 68, era ele uma criança: Ce n'est qu'un début, continuons le combat! Que é como quem diz É só o início, vamos continuar a luta!
Isto promete!
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