Bastas vezes aqui tenho alertado para a evidente e acelerada decadência da cidade e do concelho. Os estabelecimentos e as empresas que fecham, a população que diminui a olhos vistos, a emigração que aumenta, os profissionais de turismo, sobretudo os operacionais, que são os motoristas e os guias, que boicotam Tomar sempre que possível...
Tudo em vão, até agora. Quem lê e tem poder de decisão vai dizendo que são apenas balelas, que não basta afirmar, escrever. Tem de haver provas. Como se estivéssemos num tribunal a julgar o autor destas linhas e todos os que ele -de boa fé e por uma boa causa- contesta e maltrata civilizadamente.
Os excelentíssimos eleitos que temos querem provas? Pois aqui vai uma, indesmentível:
Um dos principais operadores portugueses de turismo, PME de excelência, acaba de lançar um novo produto turístico. Um circuito em autocarro, denominado O nosso Portugal, que em 9 dias dá a volta ao país (ver ilustração), por 790€/pessoa.
Surpresa das surpresas e certamente surpresa bem triste para quem ande mais arredado destas coisas, o dito circuito faculta a visita a localidades cuja vocação turística não é nada evidente, por óbvia falta de recursos, mas não passa por Tomar.
A cidade gualdina, capital templária, com um monumento Património da humanidade, que é também o principal, o mais rico historicamente e o mais variado em arquitectura, de todos os monumentos do país, ficou de fora. Foi boicotada. Porque não faz parte do Nosso Portugal? Devido à má vontade daquele prestigiado operador nortenho de turismo? Claro que não!
Sucede apenas que, fartos de aturar as sequelas da incompetência dos políticos nabantinos e constatando que em Tomar se continua a perder sempre bastante tempo em vão, por falta de sinalização adequada, de estacionamento devidamente equipado, de ligação eficaz e rápida entre a urbe e o Convento e de horários adequados neste monumento, resolvem simplesmente evitar uma visita que é muitas vezes uma verdadeira encrenca. E o resultado aí está. Continuem assim, senhores autarcas e senhores políticos locais. E depois queixem-se que este mundo é injusto e cruel.
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