terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Câmara de Tomar ZERO!

O inesperado e caricato aconteceu ontem na RTP 1. Em mais uma emissão do PREÇO CERTO, um programa popularucho que o seu apresentador tem sabido transformar numa emissão de sucesso. Chamados os concorrentes, o popular Gordo procurou como habitualmente localizá-los geograficamente. Ocasião que os sorteados aproveitam para lhe entregar lembranças da sua presença e da sua região.
A primeira concorrente, de Castelo Branco, deu bronca: entregou um par de garrafas de azeite albicastrense, oferta da Câmara Municipal, disse ela. Mas quando Fernando Mendes lhe perguntou como se chama o presidente da câmara, ela embatucou e a colega também. Por conseguinte, a autarquia de Castelo Branco manda lembranças para o apresentador do PREÇO CERTO, mesmo quando os seus emissários/concorrentes nem sequer sabem quem é o presidente. Como deve ser, pois o sol quando nasce é para todos.
Seguiu-se uma concorrente de Tomar, que presenteou Mendes com um leitão assado, já cortado e pronto a comer. Surgiu então o pai e acompanhante da senhora, que foi claro e objectivo: -A Câmara de Tomar ZERO, disse com ênfase, ao mesmo tempo que fazia um zero com a mão, olhando para a câmara...da RTP. Resultado: Péssima imagem da autarquia nabantina, numa emissão vista por mais de meio milhão de pessoas. Vinte vezes a população do concelho. E como rezam as crónicas jornalísticas, mais vale uma imagem que mil palavras.
Mas a nossa simpática e comunicativa presidente não se incomoda com semelhantes ninharias, conforme vem demonstrando desde o início do seu cada vez mais atribulado mandato. Logo após a inesperada e surpreendente vitória (que foi sobretudo uma derrota do PSD local), os do PS nabantino constataram que precisavam de uma bengala para poderem governar. Ou seja, não dispunham de  maioria absoluta, pelo que tinham de celebrar um acordo com pelo menos uma das outras três forças políticas com eleitos para o executivo.
Havia três hipóteses, o PSD, Pedro Marques e a CDU/PCP/PEV. Excluídos de antemão os laranjas, por razões óbvias, os socialistas locais resolveram conversar com Bruno Graça. Não por opção ideológica ou porque considerassem ser a melhor solução. Apenas e só porque estavam e estão de relações cortadas com Pedro Marques, que no entanto é um moderado e tem experiência política, pois presidiu aos destinos do concelho durante dois mandatos, eleito numa lista PS. A política tem destas coisas...


Político calejado, o eleito da CDU percebeu logo que os mãozinhas locais estavam entalados entre a CDU/PCP/PEV ou nada. E esticou a corda. Obteve assim, entre outras coisas, o pelouro do desenvolvimento local. O que, não estando em causa nem a capacidade, nem a honestidade, nem a personalidade de Bruno Graça, mas apenas a ideologia da força política pela qual foi eleito, representa mais ou menos, salvaguardando as proporções, o mesmo que a entrega a um muçulmano dos assuntos relativos ao desenvolvimento do comércio da carne de porco. Exagero? Creio que não. Como todos bem sabemos, empresários/investidores e tropas do PCP são como os cães e os gatos. Salvo raríssimas excepções, onde estão uns, os outros não se sentem bem.
O estranho acordo contra a evidência das coisas já dura há 15 meses. E resultou neste princípio de 2016 na queda em desgraça do príncipe consorte, transformado em bode expiatório de uma situação que pode ser tudo menos confortável. E com tendência para o agravamento.
Entretanto, continua a ignorar-se o que terá levado a CDU/PCP/PEV a só agora impôr a saída de Ferreira, como condição para continuar a servir de bengala ao PS local. Mas com o tempo tudo se vem a saber...

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