domingo, 7 de fevereiro de 2016

O "homem soviético" e a respectiva mentalidade


Em Portugal nunca houve "homem soviético", fora do PC e dos pequenos partidos pró-chineses e pró-albaneses à sua esquerda. Em pouco mais de 40 anos tudo isso ruiu, com maior ou menor estrondo. Restam apenas escombros. Mas a triste mentalidade aí está, bem vigorosa. Direitos adquiridos, umpregozinho na função pública para toda a vida, respeitinho é muito bonito, independência nacional, os capitalistas são uns exploradores,  quem não é por mim é contra mim, compete ao estado assegurar a saúde, a educação, a cultura, o emprego, os transportes...
Ainda ontem o primeiro-ministro Costa veio à TV anunciar, todo ufano, que tinha conseguido um bom acordo na TAP. Enfiou lá mais um milhão e novecentos mil euros dos nossos impostos, para ficar nominalmente com...50% do capital de uma empresa tecnicamente falida. Sabendo-se que o Estado, e portanto o governo, dispõe a todo o tempo da faculdade de nacionalizar, mediante o pagamento das respectivas indemnizações, qual o interesse táctico ou estratégico de deter 50%, 40%, 30% ou mesmo 0%? Controlar a empresa? Mas então porque continua a respectiva gestão a ser totalmente privada, como anteriormente?
Tratou-se claramente de uma mera fantochada, destinada a sossegar os parceiros da precária coligação, para quem o que conta são as aparências. Exactamente como antes da queda do Muro de Berlim e a subsequente implosão de TODOS os países de leste, segundo os comunistas e apaniguados, tudo ia bem no melhor dos mundos por aquelas bandas.
Aqui pelas margens do Nabão, a nossa simpática presidente, que terá subido na via a pulso, mas cedo se abrigou na emperrada máquina do Estado,  e logo num serviço onde o pai trabalhava há longos anos, pois a nossa prendada presidente também tomou uma medida semelhante à do seu líder Costa. No rescaldo da recente salganhada, aproveitou para nomear o vereador da CDU para os SMAS. Porquê e para quê? Eis o que lhe falta explicar. Mas já sabemos ser tarefa que ela detesta. Feitios.
Os SMAS são uma máquina pesada, com várias artroses e outros vícios entranhados. O que explica parcialmente porque pagamos a nossa água da torneira bem mais cara que os lisboetas, embora ela vá daqui para lá. Não é a água, são as alcavalas, dirão os habituais entendidos. Pois são, respondo eu. E daí? Isso altera o quê? Porque razão no final de cada mês pagamos uma taxa de esgoto, uma taxa de saneamento e uma taxa de resíduos sólidos? Então o saneamento não inclui já tudo isso? Trata-se de diluir, de tentar ocultar o manifesto esmifranço, não é?
Pois mesmo assim, os ditos SMAS não têm capacidade para completar a modernização da rede de águas e saneamento, em apenas cinco ruas da cidade antiga que ainda faltam. O que mostra bem o triste estado a que aquilo chegou. Haveria, é claro, a hipótese de privatizar a água, o lixo, o saneamento, os esgotos, os transportes urbanos e o estacionamento. Como já foi feito nalgumas autarquias vizinhas. Entre outras vantagens, libertaria o município de 20 ou 30% dos seus funcionários, o que não é pouca coisa. Mas com a nomeação do vereador CDU, obviamente para lhe agradar, não me parece que seja ou venha a ser essa a orientação. E nós sem milagres, e Fátima aqui tão perto... com a água benta e a outra já privatizadas. Os tomarenses não têm mesmo sorte nenhuma!

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