segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Crise em Paris, devido aos atentados

"Por falta de clientes, o Pied de Cochon [célebre e muito concorrido restaurante parisiense] começou a encerrar à meia-noite e meia hora, às segundas, terças e quartas, a partir de 1 de Janeiro. Desde  a inauguração, em 1947, este restaurante  da zona dos Halles, bem conhecido pela sua sopa de cebola, estava aberto 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Dados oficiais, dizem que os atentados provocaram um redução de 1% do PIB francês , no quarto trimestre, sobretudo nas áreas do alojamento e da restauração. Outro sector atingido e já antes com dificuldades, é o do turismo. Depois dos russos e dos chineses,, desde o final de 2014, [os atentados foram em Novembro], chegou a vez dos sul-coreanos e dos japoneses renunciarem também a uma estada na capital francesa.
Segundo o organismo de desenvolvimento turístico Atout France, a redução do total de turistas é da ordem dos 20%, em Paris e zonas limítrofes.Com forte preocupação da Air France, que avalia a redução do negócio na ordem dos 120 milhões de euros, metade do lucro conseguido em em 2015. 
Que fazer então para conseguir a retoma do turismo em Paris? Enquanto os grande armazéns continuam a insistir na abertura aos domingos, Atout France procura sossegar a clientela asiática, no que se refere às condições de segurança. Nesse sentido, associou-se à Air France, que recebeu em Janeiro uma delegação de operadores turísticos nipónicos, para procurar engendrar um plano de reconquista comercial.


E para procurar serenar mesmo estes turistas especiais do Arquipélago, dos quais quase metade já tinham renunciado a vir a França, as duas sociedades levaram-nos a visitar...o 36 Quai de Orfèvres, sede da polícia e da PJ". Muito conhecida graças ao fictício  Inspector Maigret, dos livros policiais de Georges Simenon. Mas é claro, creio eu, que não foi só nem principalmente por causa do Maigret que foram visitar um edifício em geral fechado ao público. Antes, no meu entender, além do resto, para verem as dezenas de salas e as centenas de écrãs... oficialmente só para vigiar o trânsito, bem entendido.

Juliette Garnier, com o serviço economia, Le Monde - Economie e Entreprise,, 07/08/Jan/2015
Tradução adaptação e resumo de A. Rebelo

Que tem tudo isto a ver com Tomar? O leitor dirá. Tendo em mente que "quando vires as barbas do vizinho a arder, põe as tuas de molho". mas também que o concelho de Tomar corresponde a apenas 1% da população de Paris/Ile de France. 
Dito isto, por estes lados a população diminuiu cerca de 3 mil pessoas nos últimos 10 anos, aumenta o desemprego, multiplicam-se as falências e os imóveis devolutos e as ruínas, algumas mascaradas com fotos, mantêm-se as usuais dificuldades na área do licenciamento, pagamos das águas mais caras do país, e por aí adiante. Mas não há crise, segundo os senhores eleitos. Dizem que é apenas invenção de alguns comentadores. A prova, acrescentam, é que nem os jornais impressos nem as rádios locais falam no assunto. O que me parece ser pouco abonatório para os citados. Entretanto tivemos direito a algumas "Cenas da vida conjugal", de Bergman, com laivos de "Mulheres à beira de um ataque de nervos", de Almodôvar. Aguardam-se as cenas dos filmes seguintes.
Em todo o caso e à cautela, se no âmbito da promoção do turismo local o executivo mandar vir algum grupo de viajantes estrangeiros de marca, aconselho que os deixam visitar o Convento sozinhos, para se poderem perder à vontade. E para verificarem que em matéria de segurança não existe absolutamente nada. Apesar daquilo ser património da humanidade.
Depois da antiga sede da Ordem de Cristo, é minha opinião que os devem deixar assistir a uma sessão da AM e outra do executivo. De seguida, virá mesmo a calhar a visita a um dos serviços instalados nos Paços do Concelho e a uma brigada municipal em serviço externo (que não seja a de recolha do lixo, pois esses trabalham a sério, visto que têm a comandá-los o ritmo do condutor e a extensão do giro).
Os forasteiros ficarão assim a saber, por observação directa, que não há pórticos de segurança em lado algum por evidente falta de utilidade. Com os trabalhadores e os eleitos da artarquia a funcionar em três andamentos (devagar, muito devagarinho e parados, tal como na tropa antes da guerra em África), têm todos muito tempo para observar em volta e detectar sem falhas qualquer candidato a terrorista. Ou estou a ver mal e os pórticos fazem mesmo falta?                                   

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