Após a reunião de ontem, ficou a saber-se que Luís Ferreira deixou oficialmente de ser o chefe de gabinete de Anabela Freitas, Hugo Cristóvão é promovido a vice-presidente e o vereador Serrano deixou os seus pelouros, deixando de estar em regime de permanência. Soube-se também que Virgílio Saraiva passa a ocupar o lugar de Ferreira e Hugo Cristóvão a gerir os pelouros de Serrano.
É para já o culminar do modus operandi de Luís Ferreira. Nas autárquicas de 2013, para robustecer uma lista fraca, foi convencer Serrano, antes vice-presidente de Abrantes, a integrar a candidatura PS em Tomar. Apesar de tomarense, Serrano hesitou. Ferreira ofereceu-lhe então perspectivas aliciantes: vice-presidente e, mais tarde, já com Anabela como deputada, a presidência e futuro cabeça de lista. Serrano aceitou, o PS ganhou, instalaram-se no poder.
Pouco confortável com a escolha de Ferreira para chefe de gabinete, Serrano confessou em roda de amigos que o demitiria logo que pudesse. Confissão imprudente, que logo chegou aos ouvidos do pouco estimado Ferreira. Que, politicamente muito ágil, foi lesto na decisão: Anabela seria substituída como candidata a deputada. e Serrano não passaria a presidente substituto nem conseguiria a cabeça da lista. A conclusão provisória aí está. Um empate técnico. Ferreira vai continuar a ser o presidente efectivo, mas deixa de receber à roda de 3 mil euros mensais + despesas de representação. Serrano continua vereador, mas perde os pelouros e também cerca de 3 mil euros mensais + despesas de representação. E agora?
Como por aí se diz, a previsão é uma ciência difícil, sobretudo quando se trata de prever o futuro. Apesar disso, julgo não ser complicado prever novos solavancos no executivo tomarense e, sobretudo, um final de mandato caótico. Numa curta frase: O PS já perdeu a próxima eleição, desde que entretanto o PSD ou os IpT consigam arranjar um candidato em condições. Porque com cavalos cansados e outros cabeçalmente pouco escorreitos, não vamos longe.
Ameaçador, Luís Ferreira já declarou que vai "continuar a partir a espinha à direita". Mas até nisso está enganado. Infelizmente, para o bem e para o mal, a direita local não tem nesta altura coluna vertebral. E não se pode partir o que manifestamente não existe.
Pobre gente. Pobre terra. Ou, como desabafava o outro: Só nos faltava mais esta! Chiça!!!
Para contactar o autor: anfrarebelo@gmail.com
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