sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ESPERANÇA > DESALENTO > ESPERANÇA

Regressei de Marrocos com alguma esperança. Ainda em Mazagão (actual El Jadida), li o comunicado do PSD Tomar e não desgostei. Pelo contrário. Não sendo uma obra-prima, nem uma beleza de argumentação, também não envergonha. Demonstra ânimo, vontade de mudar e de acertar. Só aquela ameaça oca do final é que era, quanto a mim, escusada. Mas eu não sou do PSD e os actos ficam com quem os pratica. Vinha portanto com uma réstea de esperança...


Chegado a Tomar, levei logo com um balde de água fria. Lá se foi a esperança e lá voltou o desalento. Falo da estrambótica entrevista da nossa presidente ao Cidade de Tomar. Senhora simpática, educada, geralmente bem vestida e penteada, com evidente facilidade de palavra, confesso que não esperava dela tanto dislate em tão pouco tempo. "Acredito no meu projecto para Tomar", afirma a dado passo. Mas qual projecto?!?! Algumas ideias avulsas do tipo abertura do museu da Levada, Tabuleiros a património da humanidade, turismo judaico? Visivelmente a respeitável autarca confunde ou finge que confunde um monte de tijolos com um muro. Porque algumas medidas descosidas, sem articulação e mal fundamentadas, não constituem nenhum programa. São apenas alibis para tentar entreter o eleitorado. E logros, que saem em geral muito caros, porque raramente têm retornos.
Se bem percebi aquilo que li e reli , Anabela Freitas está convencida de que governou bem até agora. Julga que vai conseguir melhorar a situação local a curto/médio prazo, embora não explique como. E para cúmulo, vê-se como vencedora das futuras eleições locais, o que a levou a apresentar extemporaneamente a sua candidatura. Para garantir o lugar, evitando inoportunas ultrapassagens. Parece-me francamente de quem não tem os pés bem assentes na terra que pisa, nem compreende bem o contexto político em que age.
Agravando a questão, resolveu a simpática senhora autarca usar uma linguagem de soberano absoluto, só ela saberá com que fito: "Porque não admito que quem concorre a eleições... ... saia a meio. A equipa tem que ir até ao fim." ... ... "E a distribuição de pelouros é competência exclusiva minha, quer os vereadores gostem quer não."
Sendo assim, a senhora assume-se como rainha. Fica então por explicar o caso do príncipe consorte, que ao fim de pouco mais de dois anos, teve afinal tão pouca sorte. Caso perdido, portanto?
Resta a esperança PSD. Se quiserem ter a coragem de trabalhar politicamente como se faz por essa Europa aberta fora, julgo que o melhor será marcar até Outubro uma eleição primária aberta para escolher o candidato à autarquia, bem como a restante lista. Eleição primária aberta = todos podem ser candidatos e todos podem votar, filiados ou não no partido, desde que sejam eleitores no concelho, Vamos a isso???

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