segunda-feira, 7 de março de 2016

Uma terra de costumes demasiado brandos

Somos mesmo uma terra de costumes demasiado brandos, de hábitos excessivamente macios. Quando afinal me limito a escrever num estilo directo, aqui e ali rugoso, logo me acusam pela calada de acutilância em demasia. Agora até esse bem-vindo meteoro que assina José da Silva e que ignoro quem seja, vem pedir por escrito para não o matar. Subentendido: não me desacredite, não seja violento comigo, poupe-me, em suma.
Fiquei pasmado ante semelhante prosa, ainda por cima de qualidade. Sim, porque eu procuro ter sempre o cuidado de separar a forma e o conteúdo. Coisa que, pelos vistos, José da Silva não quer entender. É lá com ele. E não vai interferir de forma alguma na minha maneira de escrever, nem no meu modo de pensar.
Há nesta prosa mais recente do excelente, mas infelizmente anónimo prosador local, um facto que me pareceu sobremaneira importante. Refere vários trechos do escrito que lhe dediquei, porém cala deliberadamente a parte referente à informação local e  ao querido Ivo Querido. Exactamente como sucedeu no acto de pirataria informática, de que fui vítima anteontem. O delinquente subtraiu dois parágrafos da minha peça que, coisa curiosa, eram exactamente sobre os falidos órgãos de comunicação locais e ... o querido amigo Ivo Querido. Ele há coisas!
Como é evidente, cada qual tem dos políticos locais as opiniões que quer (se sabe e está habituado a usar o cérebro), ou que pode (nos restantes casos, que na minha tosca opinião são de longe os mais numerosos). O que não deve, sob pena de descrédito total, é confundir bexigas de porco, mesmo cheias de ar, com lâmpadas eléctricas. Nada tenho de pessoal contra Pedro Marques, ou contra qualquer outro político nabantino. O que não me coíbe de falar claro e mijar a direito quando se trata de os apreciar politicamente. Porque sou contra os costumes demasiado brandos. Porque em democracia ninguém deve ser intocável. Nem sequer os comentadores!
Escreve José da Silva que Pedro Marques se está tornando numa referência, pois que nas reuniões camarárias todos o temem. Ó senhor José, ou lá quem é! Tenha santa paciência! Antes de mais, não é preciso muito para atemorizar aqueles nossos conterrâneos agora sentados à mesa do orçamento municipal e à mesa do executivo, por esta ordem, em quase todos os casos. Depois e sobretudo, porque o facto do ex-presidente ser eventualmente temido pelos seus pares actuais, não impede que a opinião pública tomarense o tenha já condenado definitivamente enquanto candidato à autarquia. Como de resto vêm demonstrando os sucessivos e insatisfatórios resultados eleitorais dos IpT. Pode-se não gostar. Mas é um facto. Não desmentível, que os factos são obstinados. Mesmo negados, continuam a existir e a impôr-se. O que muito incomoda os politiquelhos locais. Entre outros.

anfrarebelo@gmail.com

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