domingo, 28 de março de 2021

 




(Ao fundo da Corredoura noutros tempos)

Estratégia Local de Habitação em Tomar


CASAS CONDIGNAS PARA MAIS DE DUZENTAS FAMÍLIAS E INVESTIMENTO DE 60 MILHÕES EM REABILITAÇÃO E MODERNIZAÇÃO

António Rebelo

Gostou deste panfletário conjunto antetítulo e título? É da autoria de gabinetes de comunicação, da câmara ou ao serviço da câmara. e encabeça um texto noticíoso de 50 linhas, todo recheado de maravilhas. Se tiver paciência para tanto, pode consultar aqui:https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2449942825139396&id=392722130861486&sfnsn=mo
Se aceitou o repto, vai decerto notar o abismo entre os cabeçalhos e a primeira frase do texto, algo chocha na sua evidente secura: "Foi aprovada pela CMT a Estratégia Local de Habitação". O que resulta um bocado incongruente, numa altura em que se acentua o êxodo populacional, não constando que tal se deva à falta de habitação condigna. Se fosse Estratégia Local de Turismo, ainda se percebia, agora de habitação, estamos conversados.
Logo mais adiante aparece outra incongruência. Num plano estratégico de habitação, inclui-se a reabilitação e requalificação do espaço público (Objectivo operacional 2.1) e listam-se edifícios públicos a reabilitar, que nada têm a ver com habitação:
1 - Colégio Nun'Álvares, para escola profissional;
2 - Convento de S. Francisco e espaço contíguo, não constando para quê;
3 - Abegoaria municipal, não constando para quê;
4 - Convento Sta. Iria e CNA feminino, para unidade hoteleira;
5 - Estalagem de Sta Iria, para unidade hoteleira;
6 - Palácio Alvim, também não se sabe para quê;
7 - Igreja de S. João Baptista, cujas obras incumbem à DGPC, por ser monumento nacional, propriedade do Estado desde 1834.
Tudo isto sem que constem respostas para as perguntas clássicas: Como? Quando? Onde? Porquê? Para quê?
Se o oco conteúdo anterior não deixa dúvidas quanto à natureza propagandísta deste documento municipal, o seu objectivo operacional 3.1 permite perceber que se trata de algo meramente teórico, só para alimentar e ornamentar a campanha eleitoral que se aproxima:
"Objectivo operacional 3.1: Capacitar a equipa técnica do Município para a implementação da nova geração de políticas de habitação".
Ou seja, previamente ainda há que preparar profissionalmente a "equipa técnica do Município", para depois encetar as anunciadas obras. Isto se aceitarmos, com bastante boa vontade, que há mesmo uma equipa técnica no município tomarense. As conhecidas tranquibérnias no escandaloso caso da Estalagem, por exemplo, tendem a demonstrar o contrário, uma vez que alguns técnicos superiores acusaram implicitamente colegas de terem organizado uma hasta pública ilegal. Se isto é de uma equipa, não sei o que sejam inimigos.
É Tomar no seu novo esplendor, no ano da graça do Senhor de 2021. Oitavo ano do reinado da srª Dª Anabela Freitas, que Deus proteja, na sua infinita misericórdia.

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