quarta-feira, 24 de março de 2021

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           (Foto copiada do blogue Tomarnarede)

               UMA FOTOGRAFIA MUITO ELUCIDATIVA

António Rebelo

Tomar na rede publicou, em 23 do corrente, a fotografia supra, que suponho fazer parte do espólio de Silva Magalhães. Tal como os monumentos, as fotos facultam a quem sabe ver um manancial  de informações sobre a época em que foram obtidas.
Neste caso, comecemos por situar o cliché, que data de finais do século XIX, princípios do século passado. Em qualquer caso, de antes da demolição e posterior edificação do chamado prédio Vieira Guimarães, ao fundo da Corredoura, do lado direito de quem olha para o castelo, que data dos anos 20
do século passado.
A surpreendente torre de madeira, modelo Eiffel, reprodução em miniatura do original parisiense, mostra que terá sido montada para ornamentar a cidade, decerto por ocasião da Festa dos tabuleiros. Este carácter ornamental e provisório torna-se evidente quando olhamos com atenção para as muralhas do vetusto castelo templário, bastante arruinadas e sem ameias. O que não impediu  o içar da bandeira na torre de menagem, também para enfeitar.
Cem anos mais tarde, mantém-se em Tomar a tendência para ornamentar o espaço público com  obras sem outra utilidade prática, designadamente por ocasião dos tabuleiros, em detrimento das urgentes reformas e reparações necessárias, como demonstram os lamentáveis casos da Várzea grande e da avenida Nun'Álvares, em que ficaram no papel a rotunda da ARAL e os sanitários, por exemplo. Ou a actualização do saneamento numa parte do centro histórico.
Mostra também a fotografia que infelizmente se perdeu entretanto a tendência para inovar, copiando o que de melhor se vai fazendo no estrangeiro. Por isso, ante a evidente resistência à mudança, parte da população faz a mala, em busca de urbes com mais oxigénio. Só não vê quem não quer.
É uma pena, quando uma terra tem tantos recursos e os seus governantes não sabem ou não querem aproveitá-los. Nem sequer encaram a hipótese de seguir a velha máxima "se quereis saber, consultai os especialistas."

ADENDA - 1
Poderão pensar aqueles leitores mais dados a estas coisas do raciocínio que, no fim de contas, a torre Eiffel original também serve para enfeitar. É verdade. Tem porém, ao contrário da imitação tomarense já desaparecida, uma vertente comercial: Um restaurante lojas no primeiro piso, plataforma miradouro, no segundo, tudo servido por ascensores. 7,3 milhões de turistas visitaram a torre parisiense em 2019.

ADENDA - 2
Devido à pandemia, a torre Eiffel está encerrada, ainda sem data para reabrir.
Em tempo normal, a torre Eiffel está aberta das 09H30 às 23H45 de Junho a Setembro e das 10H30 às 18H30 nos outros meses.
O acesso pela escada ao 2º andar custa 10,50€, e pelo ascensor 16,70€. O bilhete para o ascensor até ao último andar custa 26,10€.
Significa isto que, em 2019, os 7,3 milhões de visitantes terão rendido, só em bilhetes, pelo menos 100 milhões de euros.
Comparar com os menos de 400 mil visitantes do nosso Convento de Cristo, a 6€/pessoa, receitas que vão para Lisboa, para a DGPC. 400 mil visitantes/ano é pouco? Pois é. Mas no verão a torre Eiffel fecha cerca da meia-noite e o Convento de Cristo às 6 da tarde. Não se pode ter tudo.

2 comentários:

  1. Bom dia. Espero que esteja tudo bem consigo. Só uma frase a propósito de uma data. A foto da "nossa" Torre Eiffel à entrada da Corredoura será de 1914, portanto, como diz, de inícios do séc. XX. Parabéns pela retoma do blog. Cumprimentos e votos de uma Boa Páscoa. Simon

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  2. Retribuo com alegria os votos de Boa Páscoa, aos quais acrescento Boa saúde e boa disposição.
    Estou bem e já estou vacinado com as duas doses. Vieram aqui a casa. Gratuitamente e sem subsídios europeus.

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