quinta-feira, 2 de maio de 2024


 Animação turística

Encontro anual de consumidores de lavadura

Menos sopas e menos restaurantes no Congresso da Sopa | Tomar na Rede

É já amanhã que vamos ter a 30ª edição do Congresso da Sopa, que o saudoso Gonçalo de Macedo, então director do Cidade de Tomar,  com a sua habitual frontalidade, crismou como "Encontro anual de consumidores de lavadura". Ideia genial de Manuel Guimarães, que veio das faldas da Serra da Estrela, por ter sido colocado como professor de Português e Francês na Jácome Ratton, nunca mais evoluiu após o desaparecimento prematuro do seu inventor, vítima de síncope à mesa, enquanto almoçava.
Na ideia original, o certame devia evoluir, tal como o seu nome indica, para algo anualmente inovador, com votação do público participante e atribuição de prémios. Algo assim como um festival nacional de invenção gastronómica. O falecimento de Guimarães tornou tudo isso impossível. A organização camarária apenas se tem preocupado, como é hábito com tudo aquilo que faz ou manda fazer na área da animação, em cumprir a tradição e conseguir maior participação do público em relação ao ano anterior.
Não espanta por isso que o certame se tenha transformado em algo repetitivo, simples reunião anual de gente que pretende encher o bandulho a bom preço, num local aprazível mas cada vez menos adequado para a função, por falta de espaço, de comodidades e de instalações sanitárias em quantidade e qualidade.
Infelizmente, os autarcas que temos tido, surdos e julgando que já sabem tudo e mais alguma coisa, não estão muito virados para a inovação. Pelo contrário, insistem em repetir, mesmo quando é óbvio que o modelo está ultrapassado, como no caso dos tabuleiros, por exemplo. Uma vez que as próximas autárquicas são já dentro de 16 meses, resta esperar que, por improvável milagre, os tomarenses escolham finalmente candidatos mais em conformidade com os tempos que correm, cá dentro e por essa Europa fora. O problema é que os milagres, mesmo em Fátima... E a população vai ter de continuar a calçar os patins, em busca de outros horizontes mais aliciantes... e de sopas mais inovadoras. É a vida!



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