TURISMO
O MILAGRE TURÍSTICO TOMARENSE
É o mundo às avessas. O contrário do que deveria ser. Quando se foca o cada vez maior fosso entre Ourém a crescer e Tomar a decair, há luminárias nabantinas -ditas de esquerda, ainda por cima- que reajem prontamente e de forma categórica -"É porque os gajos têm Fátima." Seria portanto lógico que, contando com a propensão para milagres naquele famoso santuário, os oureenses, que são a capital concelhia da zona, dispensassem a elaboração de custosos e fastidiosos planos de desenvolvimento turístico, que depois é necessário ir actualizando, assim se gastando verbas que tanta falta fazem noutros sectores. Nos subsídios e concertos à borla, por exemplo.
Vai-se a ver e não senhor. Antes pelo contrário. A autarquia de Ourém não se fiou nem nos milagres de Fátima, nem na protecção da fada Oureana, nem nas suputações dos nabantinos, seus sócios na Tejo Ambiente, um negócio das arábias, e vai daí encomendou a elaboração de um Plano estratégico de turismo para o concelho, que após apresentado numa recente reunião do executivo, vai agora para debate e aprovação na Assembleia municipal. (Ver link).
Minudências de somenos importância, que a maioria socialista tomarense dispensa, e com toda a razão. Não consta do seu magnífico programa, sufragado pelos tomarenses. Além disso, quem tem a Casa das ratas, a Filipinha das festarolas à borla, e a protecção de santa Anabela, agora alcandorada a altas funções, justamente na promoção turística, integrada numa lista dos adversários "laranja" de forma limpa, precisa lá agora de planos! Necessita, isso sim, é de fundos nacionais ou europeus para estoirar, e da complacência do rebanho de eleitos tomarenses, que nossa senhora de Fátima ajude e Deus proteja. O resto, que é quase tudo, virá por acréscimo. E caso não venha, só perde é quem tem algo a perder. Pois se até há por aí um respeitável cidadão -abrigado num nome suposto, porque nunca se sabe- sempre pronto a repetir, em comentários sucintos, que o grande erro tomarense tem sido a aposta no turismo, vejam bem!
Vivó socialismo tomarense! Vivá brilhante oposição que temos! Vivá excelente informação local, cujas magníficas análises são apreciadas no país inteiro, graças à sua nunca desmentida pertinência e acutilância! A óbvia decadência tomarense é apenas um pequeno acidente de percurso, sem grande incidência no futuro brilhante que aí vem para Tomar. Amém!
ADENDA
Cereja no topo do bolo e elegante bofetada de luva branca, o Plano estratégico para o turismo de Ourém, não só não prejudica, como até ajuda Tomar. Tem cinco eixos turísticos estratégicos, e outras tantas áreas turísticas-chave a desenvolver. Uma dessas áreas é o Agroal. O lado oureense, é claro.
Na margem tomarense do Agroal, consta que o Departamento de Estudos Turísticos do Politécnico está a encarar a hipótese -caso venha a conseguir obter a indispensável licença camarária- de pôr a funcionar uma área de turismo selvagem experimental para nudistas, com distribuição diária de sopas para comer sem colher, e um litro de tintol da zona por cabeça e por refeição. Tudo à borla, estilo tomarense. "Agroal food" depois da recente "street food", do glorioso reinado filipino, agora infelizmente quase a terminar.
Sem estratégia, sem rumo, sem liderança e sem dinheiro, lá seguem os vizinhos de Ourém/Fátima que não sabem para onde vão e, vejam só, numa semana, vão ter a peregrinação de 13 de agosto, o (novo) Festival da Saudade a pelo menos 25 euros por cabeça e a chegada de uma etapa da volta a Espanha em bicicleta... pobrezitos!
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