Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.
Promoção turística
FOI UM ÊXITO O FRACASSO
DO CONGRESSO DA SOPA
Quem, como o autor destas linhas, já anda nisto há muito tempo, sabe que parte dos leitores nabantinos só gosta de boas notícias. Ou de eventos noticiados pela positiva. Quando assim não é, não lêem e estão no seu direito. Ciente dessa situação, Tomar a dianteira 3 passa a "dizer bem" da recente edição do Congresso da sopa, sem atraiçoar a realidade factual.
Na excelente informação local que temos, houve ocasião para ler dois estilos opostos. Num deles, não se mencionava o manifesto insucesso do congresso, que registou menos sopas, menos restaurantes e menos manducadores, para assim realçar o êxito da coisa, escondendo o malogro. No outro, pelo contrário, foi-se ao osso da notícia. Escreveu-se que houve menos sopas e menos restaurantes inscritos. Só faltou a menor afluência, porque a notícia foi redigida antes da consumação do relativo desastre. (ver links)
Em pleno Congresso, a maioria PS local fez-se fotografar, todos com rasgados sorrisos, e com toda a razão. O evidente fracasso do Congresso da Sopa foi um êxito. Conseguiram de uma assentada menos sopas, menos restaurantes e menos congressistas de bandulho.
Melhor ainda, a vereadora do costume vai garantir a pés juntos que correu tudo o melhor possível, e que a menor participação se deveu às más condições atmosféricas, com alguma chuva e bastante frio para a época. Confirmará assim, sem disso se dar conta, que os proprietários dos restaurantes da zona, além de bons especialistas em culinária, são também excelentes meteorologistas. Conseguiram prever com semanas de antecedência que ia estar mau tempo, o que os levou a abster-se, para as sopas e o pessoal não se constiparem.
Outro êxito digno de nota foi o manifesto aumento de associações e entidades públicas, armadas em cozinheiras de salvação local. Perante a carência de tascas e restaurantes, tentaram colmatar, o que em termos práticos resultou numa substituição da iniciativa capitalista pela economia pública ou subsídiodependente, afinal a mesma coisa em termos de resultado. Houve mesmo um nítido aumento de sopas provenientes de entidades com outras vocações, todas dependentes dos subsídios camarários, o que tende a mostrar que teve êxito relativo a ideia camarária de conseguir mais inscrições do que no ano anterior. Falharam no global, mas conseguiram quanto à economia socialista.
Essa labuta autárquica em prol de mais sopas provenientes de entidades de fora da esfera capitalista, foi de tal ordem que até o respeitável Instituto Politécnico avançou com as suas sopinhas, apesar de não assegurar nenhuma licenciatura em culinária ou de gastronomia. Ficaram-se pela "sopa IPT" e "sopa de peixe", mas parece-me que teria sido mais adequado "sopa de faz de conta" e "sopa fracassada", por ser do conhecimento geral que o ensino no IPT é um êxito indesmentível. Têm cada vez menos frequência, apesar das numerosas habilidades na área da camuflagem, o que faculta a docentes e discentes uma qualidade de vida muito acima da média, com um sossego só possível na província decadente ou nos cemitérios, o que é parecido.
Agora não venham dizer que Tomar a dianteira 3 não fez um esforço considerável para dizer bem daquilo que manifestamente está mal em Tomar, e tende a piorar. Pois, bem sei. Os optimistas interesseiros e os de óculos partidários da cor, vão alegar que podia ter sido bem pior. E não é que podia mesmo? Mas é só esperar pela próxima.
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