quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Falta de meios

Alegrem-se aqueles que honram com a sua compreensão, a sua estima, a sua amizade, ou a sua paciência, quem escreve estas linhas. Desiludam-se os que eventualmente pensaram que acabara finalmente e em boa hora para eles o gosto pela escrita. Ou até se -suprema satisfação- lhes passou pela cabeça que o malvado do cronista atara a botas. Ontem não houve crónica, aqui no Tomar a dianteira 3, apenas por falta de meios. Quando de manhã se abriu o computador, apareceu logo aquela ilustração com um animalejo estranho "Não há ligação à internet". Acedido o diagnóstico de rede, o veredito foi rápido e claro: "Servidor DNS não operante".
Só já depois do meio dia a incómoda situação foi ultrapassada, com a vinda de um técnico, que acabou por ser desnecessária. Meio dia aqui corresponde às três da tarde, aí junto ao Nabão.  Demasiado tarde para burilar um texto. Tratou-se portanto de um dia em branco, exclusivamente por falta de meios. Técnicos, neste caso.

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Quem também se queixou de falta de meios foi a senhora presidente, falando sobre a limpeza de terrenos imposta pelo governo. Mas referia-se a meios monetários e meios humanos. De acordo com o novo normativo legal, se os proprietários não limparem ou mandarem limpar em tempo oportuno os seus terrenos, terá de ser a autarquia a fazê-lo. Tarefa para a qual não dispõe de meios, dando-se até o caso, disse Anabela Freitas, de não haver no mercado empresas disponíveis para tal incumbência. Tem portanto razão a nossa eleita maioritária. Trata-se de uma situação assaz intrincada. Uma cama cada vez mais larga e comprida e umas mantas cada vez mais estreitas e curtas.
Só é pena que este acesso de franqueza da eleita socialista chegue demasiado tarde e seja muito incompleto. Na verdade, como bem sabem todos aqueles cidadãos que se preocupam com a política local, há muito que é evidente que a autarquia tem muito poucos meios reais. Salvo no que concerne às tarefas básicas (recolha do lixo, limpeza urbana, cemitérios, rupturas na rede de água, bombeiros e protecção civil...), apesar dos seus mais de 500 funcionários, recorre quase sempre a prestadores exteriores. A situação é particularmente evidente e chocante na área dos projectos. Com seis arquitectos na DGT e onze engenheiros no DOM, os projectos que vão aparecendo e cuja qualidade é conhecida, foram todos executados por técnicos de empresas privadas. Porquê?
Os arquitectos e engenheiros do quadro camarário e dos SMAS: Não sabem? Não querem? Não podem? Não os deixam? Perguntas a exigir respostas públicas, urgentes e completas, porque a autarquia tomarense gasta anualmente 40% dos seus recursos com pessoal. E tem uma dívida superior a 20 milhões de euros, que quando houver um inevitável aumento de juros...
É claro que, como quaisquer outros cidadãos, os funcionários municipais têm os seus direitos. Mas têm também os seus deveres, que não consta que estejam a ser todos escrupulosamente cumpridos, em todos os casos. Por conseguinte, em vez de se irritarem com textos como este, (o que só lhes pode fazer mal à saúde), o melhor será proceder a um rigoroso exame de consciência e depois agir em conformidade. Antes que seja demasiado tarde. Porque uma maioria autárquica que recorre sistematicamente ao sector privado, tanto na área dos projectos, como da comunicação ou do Direito, apesar de pagar a técnicos municipais nessas mesmas especialidades, uma maioria assim só pode ir longe graças ao condenável desinteresse da oposição e dos eleitores. Cúmplices? Ignorantes? Ambos?

1 comentário:

  1. Este problema já vêm de longe, nunca nenhuma câmara se preucupou com os seu terrenos, oque é anedótico, porque algumas pessoas foram multadas pelo municipio, e recorreram a tribunal e provaram que o mesmo não cumpria as regras, quanto aos técnicos, ditos superiores, tenho um caso em que uma empresa apresenta um projeto bem documentado para construir uma unidade de secagem de milho, demorou tanto tempo que a dita empresa resolveu construie o dito, claro, depois veio o tecnico, dito superior, e multou, a empresa disse concertêza faça o favor de multar, já ganha-mos o suficiente para a multa, mas se nãO FIZÉCE-MOS ISTO PERDERIA-MOS A ULTIMA COLHEITA, NO COMMENT.

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