domingo, 7 de janeiro de 2018

Em Ourém é outra política

Aqui tão perto e afinal tão diferente

"A Câmara Municipal de Ourém aprovou uma redução de 100% no valor da tarifa de ligação dos ramais às redes de esgotos domésticos, a aplicar em 2018, de acordo com uma recomendação da ERSAR e em sintonia com a isenção na colocação de contadores e ligação a ramais de água, já em vigor. Esta medida tem por base a desejável universalização do acesso aos serviços de saneamento, por razões sociais, ambientais e de saúde pública. Deste modo, o Município de Ourém promove o acesso de todos os cidadãos e empresas do concelho ao serviço de saneamento existente, de acordo com a estratégia definida pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. www.cm-ourem.pt"

Copiado da Rádio Hertz aqui

É uma notícia que,  em termos comparativos, cai como sopa no mel. Mostra que enquanto Ourém, cuja população já ultrapassa a de Tomar, procura cativar os cidadãos, dando-lhes facilidades, em Tomar vai-se fazendo deliberadamente o contrário. O recente aumento do tarifário dos SMAS e das subsequentes taxas obrigatórias anexas, entretanto já em vigor, apesar do chumbo da Assembleia Municipal, como pode confirmar aqui, é o exemplo disso mesmo.

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Ruínas do Castelo de Ourém

Ourém resolve suprimir totalmente as tarifas de ligação de ramais de esgotos domésticos, e de contadores de água. Inversamente, Tomar insiste no erro dos preços altos, que agora ainda resolveu agravar, pela segunda vez desde que o PS regressou ao poder. Ainda por cima, o novo tarifário é pouco claro no que concerne a custos de ligação de ramais, o que é mau sinal, porque quando não há preços fixados... (Clicar aqui e ler 4. Ramais). Mas especifica, em contrapartida, que uma leitura extraordinária do contador passa a custar 6 euros e uma retirada do contador, ou recolocação do mesmo, fica pelos 24 euros. E quem quiser ter a certeza de que o contador está realmente a funcionar bem, terá de desembolsar 62 euros. Autênticos preços de saldo, não são?
Mesmo a argumentação para justificar a aprovação do orçamento dos SMAS, nomeadamente o alargamento da rede de saneamento de 58% para 70%, com as obras previstas nas áreas da periferia urbana (Vila Nova, Peralva, Charneca da Peralva, Cabeças, Ponte da Vala, Alvito e Carrascal), é exactamente o contrário do apregoado. A Câmara não está minimamente interessada em prestar esse serviço com qualidade. Só pretende forçar mais umas centenas de ligações à rede de água e saneamento, como forma de sacar mais uns milhares mensais, em consumos mínimos impostos e em taxas obrigatórias.
Se assim não fora, se estivesse mesmo interessada antes de mais em servir os munícipes, começaria por modernizar a rede de água e saneamento no sector delimitado pela Rua Infantaria 15, Av Cândido Madureira, Estrada do Convento, Rua Joaquim Jacinto (dois terços), ao lado dos Paços do Concelho. Mas como aí já factura as ditas taxas, mesmo sem garantir um serviço capaz, porque não pode haver eficaz tratamento de esgotos, uma vez que ainda são de colector único, está tudo bem para os senhores autarcas maioritários. O importante é sacar dinheiro aos munícipes. O resto que se lixe.
E os tomarenses continuam a ir na conversa.

2 comentários:

  1. Com a publicação do Regulamento nº 324/2014, a 10 de julho, em DR (2ª Série - nº 138) e dos tarifários de 2015, 2016, 2017 e 2018, deixaram os ramais de ligação de água e saneamento (até 20 metros) de ser pagos aos SMAS de Tomar - 3 anos antes de isso ocorrer em Ourém. Afinal estamos atrasados ou adiantados?

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    1. Estamos atrasados, estimada leitora. E continuamos a deixar-nos enganar com pequenas doses de poeira para os olhos. Neste caso concreto, tem razão no esclarecimento. Esqueceu porém que o problema em Tomar são os ramais não domésticos e os ramais com mais de 20 metros, frequentes na periferia.
      Na sua opinião bem informada, o que levou a ARAL a transferir as suas oficinas para Torres Novas?

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