quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Comparar é ficar a saber mais

Nas suas enormes diferenças, Tomar - Portugal e Nice - França têm também alguns pontos comuns. Conforme já aqui foi referido, também naquela metrópole do sul gaulês, apesar dos seus 400 mil habitantes, há falta de emprego, a população está a diminuir e a média de idades é cada vez mais elevada.
Em Tomar, como sabemos, confrontada que esses mesmos problemas, a autarquia decidiu enveredar pela recuperação de alojamentos, que depois são entregues a famílias carenciadas,  pelo realojamento a conta-gotas das famílias ciganas do Flecheiro, pela requalificação da Praceta Raul Lopes, da Av. Torres Pinheiro, da Av. Nun'Álvares e da Várzea Grande. Nada portanto de novas edificações para habitação, comércio ou serviços. Comparativamente, em Nice como estão a proceder?

Como vai ser a nova parte oeste de Nice

Segundo o nosso homólogo Le Ficanas, "Os arquitectos Sou Fujimoto, Laisné Roussel e Cino Zucchi integram uma equipa dirigida por Lambert Lénack, que foi seleccionada para projectar e edificar uma nova urbanização do lado oeste de Nice. O projecto premiado descreve os planos de desenvolvimento para usos mistos, organizados à volta de espaços públicos dinâmicos. No total, este plano director engloba 800 unidades residenciais, uma gama de comércios e serviços de proximidade, escritórios e um hotel.
O concurso público inicial solicitava propostas inspiradas na arquitectura vernácula da região e  no seu clima mediterrânico. A integração da vegetação era também um factor importante, com uma horta urbana, um jardim de plantas aromáticas e um jardim experimental.
O projecto vencedor está estruturado em três praças públicas: a praça metropolitana, rodeada por imóveis de grande altura, entre as quais a "torre meridiana" de Sou Fujimoto, a Merídia Plaza, um reinterpretação das praças tradicionais de Nice, e o pátio, uma espécie de claustro íntimo no seio de um centro de bem-estar, concebido por Laisné Roussel. 
Pensa-se que este projecto, que representa um investimento de 275 milhões de euros, estará concluído dentro de seis anos, com as primeiras construções prontas a habitar ou usar em 2021."

Informações e imagens de Designboom.com

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Ficamos assim a saber de onde vem a mania de querer transformar a Várzea Grande na grande praça urbana. Cada um joga as cartas que tem na mão e, tal como no tempo do Eça, nalgumas matérias, as grandes ideias, o progresso afinal, ainda continuam a vir de França. Só que agora a Internet substitui o Sud-Expresso.

3 comentários:

  1. Já agora...um pequeno floreado.
    Existe um outro ponto comum entre Nice e Tomar - melhor dizendo: entre Nice e Portugal. Histórico e cultural.
    Nice faz parte da Ligúria, região italiana, de cujo povo, os Ligures, descendem os Lusitanos, povo pré-celta. Uma das razões, entre outras, para considerar que Lusitânia não é Ibéria e Ibéria não é Portugal. "Portugal é a Lusitânia sem cabeça geográfica, mas de pernas longas: do Minho ao Algarve com mais pernas do que cabeça". Ouvi dizer que há localidades na Ligúria onde o uso de palavras portuguesas é mato. "Lusitânia é o pré-Portugal, é um nome deduzido da Ligusitani e daí, de corruptela em corruptela, deu Luso, um deus grego. Não esquecer que a região de Nice foi importante colónia da Grécia antiga.
    "Comete erro de juízo de facto e de valor, a corrente histórica e política que força a realidade até ser capaz de meter a Lusitânia na União Ibérica, por não compreender que não há reta União Ibérica". Ibéria é uma corruptela de HEBREU, logo, relativa a outras bandas mediterrânicas.
    E aqui vai outro desafio aos mui letrados tomarenses para compensar a vergonhaça das Cortes de Tomar que entregaram Portugal aos castelhanos: elaborem uma tese bem fundamentada para provar que Portugal não é Ibéria e que Ibéria não é Portugal.
    (Comentário baseado no livro "A Patrologia Lusitana" de Pinharanda Gomes. As frases citadas são dele)

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    1. Agradeço a achega, que só vem enriquecer o escrito. Entendi não dever ir por aí para não alongar. Mas tens toda a razão. O próprio nome do blogue citado, em dialecto nicês, Le ficanas, é afinal o nosso ficanas, o que se fica a observar. De resto, toda aquela zona de Valência até à fronteira italiana pelo menos, falam ou falavam muito parecido com o português arcaico.

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  2. CORREÇÃO.
    No 3º.parágrafo, comentário anterior,
    onde se lê "Nice faz parte da Ligúria",
    deve ler-se NICE FEZ PARTE DA LIGÚRIA.

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