Parece-me ser ponto assente que de há anos a esta parte Tomar se acha em regime de morte lenta mas inexorável, se nada for feito entretanto para mudar de rumo. Prova disso é a assustadora redução da sua população, bem como o crescente aumento dos migrantes -aqueles que aqui continuam habitando e aqui votam, mas são forçados a ir ganhar o seu pão noutras terras, mais sábias no domínio da criação de emprego produtivo.
Parece-me ser também ponto assente que os responsáveis por tão lamentável estado de coisas são os inadequados e ultrapassados eleitos que temos tido e temos. Todos nós afinal, pois somos nós que os escolhemos pelo voto.
Numa situação tão angustiante para aqueles que conseguem entendê-la, coisa que está infelizmente ao alcance de bem pouca gente, surgem sinais contraditórios. Comecemos pelos positivos. Ao cabo de 42 anos de democracia quase plena, dois grupos de empresários tomarenses começam agora a dar sinais de vida. Têm-se se reunido e um deles até publica no Templário desta semana um texto bem encorajador:
Assumem-se como tal, o que já não é nada pouco no actual contexto nabantino. E dizem ao que vêm: querem intervir no sentido de conseguir uma gestão autárquica mais favorável de facto (e não só ao nível do blá-blá-blá) à iniciativa privada, de longe a principal criadora de riqueza em qualquer zona de qualquer país.
Não é pouca coisa. E merece todo o apoio dos tomarenses que realmente amam a sua terra e desejam um futuro risonho para ela. AQUI OS APLAUDO, sem almejar qualquer futuro dividendo, político ou outro.
Os sinais negativos são lamentavelmente bem mais abundantes. Dos pilaretes a esmo àquela tristeza dos Lagares da Levada (que como previ há muito não passam de mais um sorvedoiro de dinheiro), e do trânsito errado de autocarros de turismo no Estrada do Convento à Festa Templária, é só escolher. E agora temos mais um sonho quimérico da actual gerência camarista. Não se sabe com que fundamentos nem com que objectivos, a presidente da autarquia declarou, perante o ministro da cultura, que a câmara de Tomar pretende a cogestão do Convento de Cristo. Espanta mas é verdade. E espanta porque não consta que a autarquia tenha algum projecto, ou sequer alguma experiência ou técnicos realmente credenciados, na área da gestão de património turístico.
Espanta também e sobretudo porque é sabido que os autocarros de turismo não podem descer a Estrada do Convento, o que muito prejudica o comercio local, desde o erro monumental cometido por quem projectou e mandou executar as obras do tempo do engenheiro Paiva.
Pois apesar de a solução ser simples e quase sem custos (basta inverter o actual sentido do trãnsito para autocarros, obrigando-os a descer a Estrada do Convento e portanto a atravessar a cidade, com muito mais hipóteses de paragem), a muito competente autarquia ainda não teve tempo para implementar essa decisão.
E querem cogerir o Convento? Com que experiência? Com que projecto? Com que recursos humanos? Para quê? Apenas para sacarem mais uns milhões ao orçamento do Estado? Para lá colocarem mais uns protegidos locais?
Sejam modestos. Sejam realistas. Deixem-se de fantasias pseudo-socialistas. Comecem finalmente a trabalhar proficuamente em prol da comunidade tomarense. TENHAM VERGONHA NA CARA!
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