terça-feira, 19 de julho de 2016

Crónica estival 3

Já foi um belo jardim. Quando pertencia e era tratado pela então messe de oficiais. Agora, propriedade camarária, de todos nós afinal, está assim. Uma espécie de terreno vago num remoto arrabalde. A poucos metros do Museu dos fósforos, da estação e do Palácio da Justiça. É uma bela imagem que oferecemos aos turistas, não é mesmo?

 Na outrora bem cuidada Várzea Grande, frente ao Palácio da Justiça e no caminho de quem chega a Tomar pelos transportes públicos, temos este padrão, cuja base está tipo terreno baldio abandonado. O dito padrão comemora uma decisão da justiça do século VVII (17, para quem não saiba ler escrita romana), confirmando que a Várzea Grande pertence ao povo da cidade, naturalmente representado pelos seus eleitos autárquicos. Como se vê, valeu bem a pena...

Praticamente pau para toda a obra, a desgraçada da relva do Mouchão, que já foi a sala de visitas da cidade e era o orgulho dos tomarenses, está esta miséria.

O Paiva, que era meteco, achou por bem destruir o sistema de rega com origem na roda. Que era gratuito e não poluente. Foi substituído pela modernaça rega por aspersão. O pior é que agora a autarquia não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego, quanto mais para assegurar a respectiva manutenção.

Entregue durante algum tempo a uma empresa privada, a manutenção do Mouchão parece estar agora entregue aos bichos e ao acaso. Este recanto, com lixo e arbustos, mostra que desde há meses nada ali é feito. Uma vergonha para todos.


As fotos acima mostram, sem lugar a dúvidas, a triste situação a que se chegou em Tomar. Com eleições no próximo ano, temos uma curiosa equipa autárquica. O que faz, faz geralmente bem. Só que, infelizmente, faz pouco. Quase nada. Longe, muito longe do mínimo olímpico aceitável. O que nos trouxe à situação miserável em que nos encontramos. Não conseguem estancar a hemorragia populacional, não conseguem atrair investimento, não conseguem reduzir a despesa corrente, não têm projectos feitos nem por fazer, não têm ideias próprias originais. Nem sequer conseguem assegurar uma gestão corrente minimamente aceitável. Parece que o fato que vestiram ao vencer as eleições de 2014, não lhes assenta, porque demasiado grande. A ser assim, como tudo indica, se calhar era melhor para todos despi-lo, pegar nos fatos de banho e procurar praias tranquilas. Se forem teimosos, vão caindo no descrédito. E pior ainda: no ridículo.
Anda por aí um camião municipal de recolha do lixo, no qual se pode ler, de ambos os lados, "Tomar cidade jardim". Olhando para as fotos supra, está-se mesmo a ver, não está?

Sem comentários:

Enviar um comentário