segunda-feira, 11 de julho de 2016

O triunfo da selecção e as vitórias tomarenses

É um dia de júbilo e de exaltação patriótica. Pudera! Finalmente o futebol português lá conseguiu "matar o borrego", vencendo uma competição europeia. Conseguiu-o graças aos jogadores, claro está, mas também e sobretudo mercê da tenacidade do seleccionador Fernando Santos. Que foi claro desde o início: Estou aqui para vencer; não para mostrar futebol bonito ou para agradar aos comentadores. A estrondosa vitória, conseguida por uma equipa sem Ronaldo, vítima da codícia gaulesa, mostra que foi franco e tinha um objectivo claro desde o início.
Engenheiro além de seleccionador nacional, Fernando Santos sabe bem que na vida o que conta são os resultados, cumprindo sempre os regulamentos. Com engenho, arte e beleza se possível. Apenas com acertada eficácia no pior dos cenários, de que esta vitória que a todos orgulha é um excelente exemplo. Parabéns jogadores! Bem-haja Fernando Santos!
Também neste fim de semana, decorreu em Tomar mais uma daquelas festas grandes de que os tomarenses têm o segredo. Desta vez tratou-se da pomposamente designada "Festa Templária". Nem mais nem menos! Como sempre sucede, foi também um êxito clamoroso e retumbante, porém com um pequeno detalhe que incomoda algumas almas mais sensíveis, como por exemplo este vosso escriba, sempre demasiado agreste porque com mau feitio congénito.
Refiro-me à questão da prévia definição de objectivos. Noutros termos: A selecção foi para França jogar futebol, com dois objectivos -defrontar os adversários e vencer sempre que possível. Quais eram os objectivos da Festa Templária? Julgo que ninguém sabe. Apesar de organizada pela ADIRN, a TEMPLANIMA, o Politécnico, a Câmara, o Convento de Cristo e por aí fora, (tudo entidades que vivem exclusivamente ou quase à custa dos contribuintes, via orçamento de Estado), não consta que alguma vez alguém ligado à direcção do evento tenha enunciado publicamente quais os objectivos visados e como consegui-los. Seguindo o excelente exemplo do seleccionador Fernando Santos. 
Terminada mais uma edição da Festa, aí temos o resultado. Bastante gente, alguns erros irreparáveis, como por exemplo o abate dos seis freixos saudáveis e centenários  junto à Porta da Almedina, bons negócios para hotéis, restaurantes e cafés, um orçamento opaco com alguma contabilidade criativa, uma despesa total de centenas de milhares de euros sem retorno. 
Mas tudo bem. Promoveu-se a cidade, dirão eles. E afinal a população local só regista uma perda de 3 mil habitantes nos últimos 10 anos. Porque será?
E apesar de consumir obrigatoriamente a mesma água dos lisboetas, por não haver outra, a verdade é que a pago pelo dobro do preço. Porque será?
Haverá alguma relação com os estrondosos êxitos da Festa dos Tabuleiros, da Festa Templária, do Politécnico, da ADIRN e da actual maioria camarária?  Parece-me bem que sim. Infelizmente!
 

8 comentários:

  1. Boa noite
    Concordo que devem existir objectivos nas actividades programadas. A Festa Templária tem objectivos e devem depois serem apreciados se tais objectivos foram cumpridos ou não. Deve ser melhorado o que há a melhorar e devem ser avaliadas as actividades "per si" e no conjunto. No que concerne às entidades que organizaram o evento deve existir um engano pois a Templ'Anima não foi contactada para participar de modo directo ou indirecto quer na Festa Templária 2015 quer na Festa Templária de 2016. A notícia deverá ser retificada nesse excerto. Muito obrigado. Cumprimentos

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  2. Também desejamos fazer uma rectificação : não inclua a Templ'Anima na organização da festa templária , porque de facto isso não aconteceu, aliás ainda estamos á espera de uma resposta do Sr. Mendes do Politecnico nesse sentido, desde o ano passado !A única coisa que consideramos nossa contribuição(externa) foi a definição de uma data em que se comemorasse algo histórico que aos tomarenses dissesse respeito , neste caso o Descerco de 1190, em vez de uma data aleatória e vazia de significado.Mas quanto a isso já sabemos do seu menosprezo pelo evento: quanto a si Gualdim e os seus nada fizeram...o herói foi o mosquito dos pântanos que derrotou a mourama ...

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  3. Obrigado pelo vosso comentário, esclarecedor no que concerne à não participação da Templanima na festarola templarucha. Quanto ao meu alegado menosprezo pelo cerco de 1190, estão totalmente enganados. Limito-me a respeitar a verdade histórica factual. A lápide coeva existente junto à Charola não deixa lugar a dúvidas: ..."cercou este castelo durante seis dias e destruiu tudo quanto achou fora dos muros. E ao castelo e ao dito mestre livrou Deus das suas mãos. E...regressou à sua pátria com inumerável detrimento dos homens e das bestas." Lutas? Combates? Nada nela consta.
    Mas cada um acredita naquilo que quer. Convém é respeitar a realidade. Se possível, claro, porque não é racional quem quer. Apenas quem consegue.

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  4. E o que causou esse detrimento de homens e bestas ...foi a resistência encontrada ...não agora foram os arcanjos !!A realidade é que a sua capacidade de leitura/interpretação de lapides é reduzida ...

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  5. Pois. Realmente tem toda a razão o figurão (ou figurona) que garatujou o comentário anterior. Conforme é do domínio público na urbe nabantina, sou um básico. Pouco mais tenho que a antiga 4ª classe. Sei porém o básico: em História como em jornalismo, os factos são sagrados mas a interpretação é livre. Diz o letrado contraditor (ou letrada contraditora) que o detrimento dos homens e das bestas foi causado "pela resistência encontrada". Sucede que o texto lapidar não menciona qualquer luta ou resistência. Limita-se a referir a ajuda de Deus. Ou terei lido mal, devido à minha fraca preparação escolar, que é bem conhecida?
    Terminando e tendo em conta o contexto, seria pedir demasiado que a honorável templanima indicasse quem escreveu semelhante obra prima e quais os seus diplomas? A não ser assim, um dia destes e pelo caminho que as coisas levam ainda vamos ter o Indiana Jones metido no assunto. Basta para tanto que haja bastos fundos públicos para estafar.
    Pobre terra. Triste gente.

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  6. E ele a dar-lhe...pq não vai ler o consagrado epigrafista Mario Barroca por exemplo para aprender a tirar conclusões do que está escrito na pedra...e as entrelinhas dir-lhe-ão alguma coisa mais...sabe: eles os templários como eram modestos diziam sempre das suas vitorias non nobis ...e agradeciam-nas a Deus ...em Ponferrada escreveram mesmo na pedra: " se Deus não ajudar em vão é a nossa luta " ...Acha então que aquela mourama toda não tentou arrasar este castelo como fez ao de Torres Novas ...esteve 6 dias a olhar só...bem o castelo eh grande mas não tanto assim que precise de 6 dias para observar...e o que faziam lá dentro aquelas bolas de catapulta referenciadas por M.Barroca para essa mesma época ...deviam ser para jogar bowling ...e então a mourama foi simplesmente embora sem mais , depois de dar a volta turística...ah..e se quereis saber sim também nasci cá e já cá ando também há muitos anos, os suficientes para conseguir determinar o numero de moradores da almedina a partir dos buracos dos barrotes nas muralhas dessa parte (isso para si ,so com as cabeças deles ou as estelas para conseguir chegar lá)..como diz um anuncio em voga "ás vezes é preciso outro ponto de vista " e sim também sou licenciado e sou do tempo em que descobriu la no castelo aquilo que já lá estava á vista há muito tempo...ou seja a famosa cruz da rosa ...em que realmente leu mal a data que lá está escrita na pedra e onde ate inventou umas pirâmides egipcias nos braços da cruz ... quer dizer nem oito nem oitenta ...isso sim eh um abuso de efabulação...ora aqui fica o Fa(c)to à medida do monge...

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  7. Pobre gente!Pretendem-se descendentes dos navegadores de antanho, quando tudo indica serem apenas resultado dos que cá ficaram. Pelo menos é isso que demonstra o facto de se abrigarem sob nome suposto ou, neste caso, na sigla de uma entidade quase confidencial em termos de notoriedade.
    A tosca resposta anterior mostra ser inútil continuar esta patusca polémica. Até porque a questão importante não me parece que seja a evidente falta de respeito perante a verdade histórica documentada no que concerne ao realmente sucedido durante o cerco do Almansor. Cada qual pode encenar e mostrar ao público aquilo que bem entender. Vivemos felizmente num país livre. Conviria, isso sim, que qualquer encenação, ou outra actividade na área turístico-cultural, fosse viável economicamente, sem contar com dinheiros públicos a fundo perdido. Enquanto assim não acontecer, estaremos cada vez mais pobres e sobrecarregados com impostos e taxas, após cada apregoado êxito promocional. Ou seja: a criar cada vez mais empecilhos aos potenciais investidores. E a outrora importante Tomar continuará a definhar, com os seus políticos e funcionários convencidos de que estão a trabalhar bem. O resto são questões de lana caprina, com gente manifestamente pouco frequentável em termos académicos.E de má-fé.

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  8. Confirma-se: anda a ler pouco pelos vistos. Veja o nosso blog e logo saberá o que somos e o que fazemos publicamente. Sabe por acaso o que se passa hoje na sede das rotas turístico-culturais europeias no Luxemburgo? Pois e´...se há 4 anos não tivéssemos ido ao coloquio internacional sobre economia templária (Outubro 2012) ainda agora possivelmente Troyes ,o berço da Ordem, não tinha descoberto Tomar, nem Tomar hoje se encontrava com eles na Sede das Rotas Europeias...o resto são divagações de sofá contra a historia viva e o sentido da historia... não mais simples olheiros das pedras: é preciso interrogá-las, porque elas falam a quem souber entender(ou puder)... per visibilis ad invisibilis !

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