Senhora presidente e estimada conterrânea:
Serve a presente para lhe endereçar votos de feliz ano novo, naturalmente extensíveis ao Luís e a todos os que lhe são queridos. Bem gostaria de ficar por aqui, mas infelizmente não posso. Ter mais de 70 anos de vivência nabantina é um peso muito grande. Tanto mais que gosto muito desta terra, embora nem tanto das suas gentes.
Dois temas me perseguem noite e dia ultimamente. São eles que me impelem a redigir e enviar a presente. Falo dos causídicos locais e da Estalagem de Santa Iria. Conforme verá adiante os dois estão muito ligados.
Começo pelos advogados locais. Andam muito enxofrados com a senhora, ou pelo menos com a autarquia. Por causa daquele ajuste directo com um escritório de Lisboa, para redigir três contratos de concessão, entre os quais o da estalagem. Cá está a ligação causídicos estalagem.
Segundo alguns preclaros profissionais do foro, foi um desaforo evidente o executivo ter recorrido a um escritório lisboeta, quando dispunha e dispõe de quatro juristas ao seu serviço e de mais de 30 profissionais na zona. Tratou-se portanto, sustentam com denodo, de um atestado de incompetência, que naturalmente rejeitam. Situação assaz grave, no meu entender, para que a senhora presidente esclareça quanto antes o que levou a autarquia a pagar caro em Lisboa o que tinha mais barato em Tomar, a qualidade igual.
Sobre a Estalagem de Santa Iria, a situação é ainda mais complexa. Consta por aí, nos meios habituais, que a sociedade concessionária não paga o seu encargo mensal desde o tempo do Paiva; que autarcas funcionários e até agremiações partidárias disso têm tirado amplos proveitos, e que o contrato de concessão, apesar de muito gravoso para a autarquia, só continua em vigor por inércia e/ou inépcia da actual maioria autárquica + a sua bengala CDU.
Tenho para os meus botões que é bem capaz de ser tudo mentira. Mera intriga política. Mas como sabe "não há fumo sem fogo", diz o povo. Por isso, quem melhor do que a senhora presidente para esclarecer os vários pontos? Mais não será afinal que o cumprimento de uma obrigação de cidadania, uma vez que a senhora é uma eleita: informar com verdade e atempadamente todos os eleitores.
Fico aguardando com alguma esperança.
Respeitosamente,
António Rebelo
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