sábado, 5 de maio de 2018

E se fosse uma médica, uma pastora protestante ou uma sindicalista?

O caso do pagamento pela autarquia das despesas da deslocação privada à Índia da cidadã Filipa Fernandes, além de causar uma saudável controvérsia entre os tomarenses, tem outras vertentes. Uma delas é a evidente capacidade da organização a que aquela senhora pertence para manipular pessoas, alterar aparências e camuflar factos.
Quase um ano após a sua escolha para integrar a lista PS, continua sem se saber o que a motivou e de quem foi tal decisão. Com efeito, Filipa Fernandes nunca foi nem é filiada socialista. Não tem qualquer currículo político relevante. A sua anterior experiência profissional conhecida resume-se a monitora de campos de férias. A sua formação académica é na área do serviço social.
Nestas condições, salvo melhor explicação, que ainda não houve, a única razão evidente para a sua inclusão na lista e posterior designação para a área da cultura e turismo, é o facto de fazer parte da parish local da WEF/ALL, uma congregação de ajuda espiritual, que terá valido a Anabela Freitas, numa altura mais difícil da sua vida privada, que naturalmente não é para aqui chamada, por razões óbvias.

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De acordo com o que foi possível apurar, dado que nestas coisas o segredo é sempre a alma do negócio, a viagem à Índia paga pela autarquia, evidencia também que a cidadã em causa pode muito bem ser, no seio da organização a que pertence, a conselheira espiritual e directora de consciência de Anabela Freitas. Nada de ilegal, note-se bem. Cada qual integra as associações que entende e participa nas actividades que mais lhe convenham, desde que no quadro da legalidade e sem dispêndio para o erário público.
Infelizmente, neste caso da ida à Índia, -não fora a oportuna doença da Anabela Freitas-  teríamos tido uma situação deveras curiosa: A câmara de Abrantes representada pela sua presidente, atraída com o pretexto de uma homenagem como "figura da década". A câmara de Tomar representada pela sua presidente, aliciada com o mesmo argumento, porém acompanhada pela sua directora de consciência. Três autarcas vizinhas e convidadas para um mesmo evento, a milhares de quilómetros de distância, num universo de trinta e duas presidentes de câmara e mais de 400 vereadoras, em 308 municípios portugueses. Há cada coincidência!!!

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Abreviando argumentos, que o assunto já provocou demasiado alarido, sobretudo nessa obra-prima chamada Facebook, a melhor montra da extraordinária riqueza intelectual tomarense, (entre outras coisas), a interrogação que ainda falta é esta:
Supondo que Anabela Freitas -na sequência da ajuda psicológica recebida- tivesse escolhido uma pastora calvinista ou luterana, uma médica psiquiátrica, ou uma dirigente sindical, teríamos agora essa pessoa como vereadora do turismo e cultura, (ou de quaisquer outros pelouros). Realizando-se na Índia um encontro mundial da igreja da hipotética pastora-vereadora, um congresso de psiquiatria, ou um simpósio sindical, também iriam a presidente e essa vereadora com tudo pago, com o pretexto de ir lateralmente representar Tomar?
É esta a questão. Com ou sem fingidas indignações.
Quanto ao alarido no Face, que contrasta com o silêncio alhures, cabe assinalar que a WEF - ALL está muito bem implantada em Tomar. Num forum realizado na segunda quinzena de Março na cidade nabantina, tendo a autarquia como patrocinador principal, e cujo programa pode consultar aqui e aqui, participaram, entre outras:

- Lurdes Ferromau Fernandes - Professora
- Graça Costa - Conselheira de emprego
- Elsa Ribeiro Gonçalves - Jornalista
- Filipa Fernandes - Vereadora

Com a preciosa ajuda de terceiros, cruzando e interpretando dados de diversas origens, vai-se compreendendo melhor a realidade politico-social do vale nabantino.
Este vosso servidor estava convencido que a cidadã Lurdes Ferromau Fernandes era presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro (PSD), candidata à liderança do PSD local, (cuja eleição é hoje, sábado 5 de Maio), e funcionária pública na área do emprego.  Vai-se a ver, de acordo com o programa citado, é professora. 
Andamos sempre a aprender, e ainda bem.


2 comentários:

  1. Sinceramente, não entendo tanta "malhação" sobre a movimentação da senhora naquela organização. Viagem paga pela autarquia? Se fôssemos a averiguar as razões da maioria das viagens dos políticos, da base ao topo, ficaríamos banzados. O certo é que para o ano o evento se realiza em Tomar. Penso que os custos não são suportados pela autarquia. Estas movimentações políticas internacionais, regra geral, são positivas.

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    1. Entendo eu. Não é por haver cada vez mais ladrões na política, que a ladroagem deve passar a ser legal, ou deixar de ser mencionada na informação.
      Sobre o evento do ano que vem, a senhora presidente disse que vai movimentar cerca de mil participantes, mas segundo outra fonte serão só cerca de 800. E uma terceira fonte já garante que se forem 250 será excelente.
      Efectivamente, estas movimentações políticas internacionais, regra geral são positivas. Depende para quem. As companhias aéreas, por exemplo, até aplaudem. Os eleitores é que estão cada vez mais recalcitrantes, ao sentirem a mão do fisco e dos tarifários exagerados no bolso.
      Feitios, exclamaria o Solnado.

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