Obras de saneamento e rede viária no centro histórico
Aproveitam o indispensável
para incluir o supérfluo
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Resposta a comentários
COM O RIO COMO ESTÁ
OS TOMARENSES NABÃO LONGE
O leitor e habitual comentador Helder Silva criticou a prosa de Guilherme Silva na crónica com o título supra. O autor visado enviou-nos o seguinte comentário resposta, a título pessoal:
"Não tecendo qualquer comentário ao tipo de prosa por mim redigida (creio que
não o devo fazer), mais ou menos elaborada, simplificada ou eficaz (concordarão uns,
discordarão outros), apenas identifico os pontos que me levaram a concluir que o rio
pôde ter um papel preponderante (na sua época) em matéria de defesa:
1- Por constituir uma barreira natural de entrada, um
obstáculo na sua travessia, provocando assim um acesso limitado à cidade;
2- A proximidade com o castelo confere uma posição estratégica como parte de sua
defesa;
3- Proporciona um maior controlo de travessias em pontes e passagens.
Não querendo estar a alargar o conteúdo, penso que os três argumentos acima
descritos demonstram a minha posição.
Deixo à sua consideração a partilha de algum conteúdo relativamente à “crítica” a que
fui sujeito, mas essa é a parte nobre da democracia – saber escutar e promover o debate de
ideias opostas."
Guilherme Silva
Política autárquica
No seu evidente descaramento, a srª vice-presidente tem razão num ponto - "a mudança é visível".
OPINIÃO-(Texto editado por Tomar a dianteira3)
A presença dos rios como património dos municípios, surge representada por uma
dualidade entre o custo de oportunidade versus o desafio para novas abordagens
integradas e especificas para cada contexto geográfico.
Nos idos tempos dos templários, o rio Nabão foi um fator de localização determinante
para a fixação das populações, não só pela riqueza hidrológica, como pela posição
vantajosa que conferia em matéria de defesa.
É todavia importante ressalvar, que a convivência com um rio pode estar diretamente
ligada ao colapso dos sistemas sociais, económicos, ambientais e políticos, atribuindo
aos executivos municipais uma responsabilidade acrescida na gestão deste recurso.
Atualmente uma das principais lacunas reside na ETAR de Seiça, que recentemente foi
alvo de uma requalificação, na ordem de dois milhões de euros, pois constituía uma das
fontes de contaminação das águas do Nabão, tendo sido afirmado pelo presidente da
câmara tomarense que os episódios de poluição “diminuirão bastante” com a ampliação
da ETAR.
Continuam porém por solucionar os 70 Km de emissários de águas residuais e/ou
pluviais do concelho de Ourém, assim como os cerca de 11 focos de poluição, previamente
identificados pela Agência Portuguesa do Ambiente, em 2017, a montante do rio, entre
os quais se incluem indústrias agroalimentar e pecuárias, os quais requerem um
investimento estimado em 20 milhões de euros.
Além do que foi anteriormente descrito, também a Câmara Municipal de Tomar anunciou
que iria propor, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, a inclusão de um
projeto para despoluição da bacia hidrográfica do Rio Nabão, embora se desconheça o
ponto de situação da medida a implementar.
Perante a apresentação de factos, a inércia existente na implementação de medidas
preventivas não pode ser atribuída à ausência ou desadequação de estudos e propostas
de carácter técnico, nem tão pouco à falta de instrumentos legislativos adequados.
A perceção enviesada dos problemas, por parte dos decisores políticos, que optam por
medidas corretivas de curto prazo em detrimento de medidas indispensáveis de longo
prazo, vão contribuindo para potenciar danos e perdas naquele que é considerado a
“pérola” natural tomarense.
O rio Nabão tem cuidado da cidade, mas a cidade não tem respondido à altura!
São imensos, aqueles que nos visitam para olhar O rio, mas são poucos os que se
comprometem a olhar POR ele.
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