quinta-feira, 10 de maio de 2018

ACABOU-SE o Tomar a dianteira 3


Segunda-feira, 7 de Maio de 2018
FUMOS DA ÍNDIA
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 Quanto custou a viagem à India para a cacique ir buscar este diploma?
 Que resultados produziu?
Ao menos conseguiu trazer uma receita de frango de caril decente?
Aguardamos as perguntas da Oposição?

ps- A Anabela Freitas conseguiu o mesmo diploma sem lá por os pés.

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Alguém da área da informação, que reside e trabalha em Tomar, mandou a peça supra para Tomar a dianteira 3. Logicamente para publicação. Com a anotação sarcástica "O seu colega de Abrantes ainda é mais cáustico!". Podia ter-lhe citado o conhecido adágio segundo o qual "Quem tem boca não manda soprar". Mas não. Publica-se. Porque mostra bem em que situação estamos nas margens do Nabão. Tal como antes do 25 de Abril, quem não tem cuidado com a boca ou com aquilo que publica, por enquanto ainda não é ofcialmente censurado, nem vai preso. Mas sofre represálias de toda a ordem. Desta vez, 44 anos após Abril, da parte de honrados democratas. Por isso, há outra vez autocensura. Há outra vez medo, disfarçado de boas maneiras. Como se diz  lá para as bandas transalpinas -Porca miséria! E o silêncio é geral. O rebanho vai comendo e calando. Bom apetite e bom proveito!
Merece a pena continuar a escrever e publicar para leitores teimosamente abúlicos, que se vendem por um prato de lentilhas? Parece-me bem que não. Portanto Tomar a dianteira 3, ACABOU-SE!
Continuarei a escrever como até agora, para memória futura. Mas vou manter os escritos em arquivo. Não haverá mais publicações. Acabam-se assim os incómodos para os instalados incapazes, que doravante terão de usar outras desculpas para os seus falhanços. O crítico culpado de tudo cala-se de vez. Ninguém gosta de pregar no deserto, que como se sabe é surdo total.
Aos 68 seguidores registados e a todos os leitores de boa fé, agradeço a paciência e a atenção que me dedicaram. Àqueles leitores amigos que em tempo útil  manifestaram o seu desejo de continuar a ler o Tomar a dianteira 3, apenas posso prometer que responderei prontamente a todas as perguntas que me queiram colocar, desde que não sejam do foro estritamente pessoal.
Para  todos os outros, apenas um voto: Oxalá vos aconteça a dobrar tudo aquilo que me têm desejado. Boa saúde e boa disposição para  todos, apesar de tudo.
Pobre gente! Desgraçada terra que tais filhos tem!
António Francisco Rebelo
anfrarebelo@gmail.com.br

Actualização 

Tendo em conta os antecedentes, suponho que o diploma acima mencionado seja relativo à promoção turístico/empresarial de Tomar e de Abrantes. Ou será apenas de "personalidade da década"?

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A verdade da maioria instalada

Procurando explicar o estranho fascínio e apoio das bases do PS ao ex-primeiro-ministro e ex-secretário general Sócrates Pinto de Sousa, apesar de tudo o que já está documentado, Henrique Raposo escreveu no EXPRESSO uma boa análise, da qual se reproduzem dois curtos excertos. Não só pela manifesta pontaria, mas também e sobretudo por encaixar perfeitamente na situação política tomarense.
Basta substituir "trono soarista" por "cadeirão dos Paços do concelho" e "Sócrates" por "Anabela Freitas". Com algumas excepções, também é verdade. A actual presidente da Câmara não está indiciada judicialmente por mais de 3 dezenas de crimes.

"Porque é que as bases do PS ainda apoiam Sócrates?"

Henrique Raposo - Expresso online

"O problema é o próprio PS. Estes e outros militantes não estão interessados na verdade, porque nas suas cabeças a "verdade" é definida pelo líder socialista que se senta no trono soarista. Estas pessoas saltam de narrativa em narrativa, para evitarem a verdade.
... ... ...
É esta a cultura tribal do PS. O socialista típico vê-se como alguém especial. Como alguém que tem uma superioridade moral intrínseca. ...Um ataque ao PS é um ataque à democracia. O PS não é aqui muito diferente do PCP."

Porque afirmo tratar-se de um texto com boa pontaria, certeiro portanto? Porque durante anos fui militante, quadro e eleito do Partido Socialista, ao qual me ligam ainda fortes laços sentimentais. Fiz por conseguinte parte da tribo. Já não faço, mas ainda partilho muitas das suas características, salvo naturalmente a adoração dos líderes, a ocultação da verdade ou o evidente desprezo pelos que não concordam.

Hotéis de topo

Numa altura em que se iniciam as obras do primeiro cinco estrelas tomarense, um investimento bem vindo e muito corajoso, pareceu útil e oportuno publicar a perpectiva que segue, esclarecendo que o Hotel dos Templários, de quatro estrelas, dispõe de piscina e spa desde a última remodelação:

"A corrida à água dos palaces parisienses"

"Spa e piscina foram considerados obrigatórios,  a partir de 2010, para os hotéis de cinco estrelas poderem usar a designaçãol "palace". Desde então, entre piscinas sumptuosas e tratamentos dérmicos de excepção, os grandes hotéis parisienses rivalizam sem concessões."

M le magazine du Monde, Eléonore Théry


A piscina do Hotel Crillon, em Paris, com um mosaico de 17 mil componentes. Foto Hotel Crillon

"Os tapumes publicitários já foram retirados, mas os operários ainda trabalham no interior da fachada arte nova do Hotel Lutecia, célebre unidade hoteleira do 6º bairro parisiense, que reabrirá em Abril, após quatro anos de obras de remodelação. A obra mais importante foi a criação de um terceiro subsolo, destinado a instalar um spa de 700 metros quadrados e uma piscina aquecida de 17 metros.
"Era uma necessidade urgente, para poder oferecer aos nossos clientes um espaço de bem-estar à altura do prestígio do estabelecimento", disse-nos o seu director, Jean-Luc Cousty. Um investimento ainda mais necessário, porque desde 2010 os pretendentes à distinção de "palace" devem ter obrigatoriamente piscina e spa. Depois dos quartos, do restaurante, do bar e da portaria, a guerra entre os hotéis parisienses trava-se agora na água. Vai daí, escava-se e redecora-se.
Inaugurado em 2017, o novo Hotel Crillon foi aumentado com dois níveis, para a piscina e o spa. Quanto ao George V, reabrirá em Junho, com espaços aquáticos totalmente modificados. Trata-se, para os mais antigos, de enfrentar com êxito os mais modernos, como os Shangri-La, os Mandarin Oriental e os Península, cujos equipamentos faustuosos, já testados e aprovados na Ásia, aumentaram o nível.


A piscina do Hotel Bristol, com uma panorâmica sobre Paris. Foto Jamie Beck

Vista panorâmica, cascata...

"Na década de 70, o facto de ter uma piscina tornou-se um elemento distintivo para qualquer hotel. Trinta anos mais tarde, a partir de 2000, aconteceu outro tanto com o spa. Actualmente, os clientes preocupam-se cada vez mais com o seu bem-estar, esperando dispor das referidas instalações, mesmo se paradozalmente as não utilizam", refere-nos Demian Hodari, professor de gestão estratégica na École Hotelière de Lausanne - Suiça.
Os níveis de qualidade estão à altura do prestígio dos estabelecimentos. Cada hotel tem o seu detalhe espectacular. Rodeada por um piso em teca, a imitar os antigos paquetes, a piscina do Bristol oferece uma vista incrível sobre Paris. O Hotel Royal Monceau propõe uma piscina de 23 metros (a maior de todos os hoteis de Paris), enquanto no Península há uma cascata a partir do tecto alto.
Um mosaico de 17 mil elementos "em escama de peixe" decora o fundo da piscina do Crillon, ao mesmo tempo que o Ritz difunde música subaquática.
Nestas piscinas de luxo pode-se usar calção de banho, tanga ou mesmo fio dental, desde que antes se passe pelo chuveiro. Para compensar tal contrariedade, o pessoal cuida dos menores detalhes: toalhas aquecidas, sumos de hibiscus-mentol, botija de água quente para o pescoço...Um dilúvio de atenções, que continua no spa, com frequência associado a uma prestigiada marca de cosméticos. Para o Hotel Bristol, La Prairie imaginou um cuidado para o rosto com  "caviar volumisante" e nos hotéis Plaza Athénée, Dior propõe uma "micro-abrasão com cristais de safira".


A piscina do Hotel Shangri-La, em Paris. Foto Markus Gortz

Rentabilização difícil

Por seu lado, o Crillon avança a carta dos eventos, convidando gente de renome. "Alguns clientes reservaram quartos devido à presença do mestre internacional de Kiyindo Shiatsu, na primavera passada", assegurou-nos a directora do spa, Sophie Demaret. Já o Lutecia tenciona desenvolver uma estratégia global: o spa vai ser um centro "holístico", com a natação acompanhada  de sessões de meditação, de yoga e de nutrição.
Para rentabilizar tais equipamentos, alguns palaces tentam atrair a clientela parisiense. No inverno passado, o Shangri-La ofereceu uma fórmula de post-réveillon composta por massagens "re-escultantes" e chás biológicos. Enquanto que os membros do Ritz clube podem aceder ao hotel, à piscina e ao spa durante todo o ano, após pagarem uma quota anual de 7 mil euros, na sequência de uma selecção drástica, sobre a qual o hotel é pouco esclarecedor: "Conversamos com o cliente várias vezes e depois decidimos sobre as admissões, em função do processo de candidatura apresentado",  disse-nos a directora do clube, Katia Schaffhauser.
Não é nada certo que tudo isso seja suficiente para ganhar dinheiro. "Os investimentos, a manutenção e o pessoal custam muito caro, anota Demian Hodari. Em geral, a recuperação do investimento e muito lenta e demasiado fraca."
Afinal a água não tem todas as virtudes." Mesmo nos hotéis de luxo de Paris.

Tradução e adptação de António Rebelo, UPARISVIII

terça-feira, 8 de maio de 2018

25º Congresso da sopa

Estar por dentro, a mais de sete mil quilómetros

Abrimos com uma foto, publicada no mediotejo.net. Não para mostrar o pessoal de malga na mão. Para denunciar o triste estado da relva do Mouchão. No fundo, é mais um aspecto da decadência geral. Quem conheceu a cidade, o comércio local, a relva, a limpeza, o mercado (o movimento, não as instalações, que até melhoraram, uma excepção), há meio século, e compara desfavoravelmente com a actualidade, pode ser acusado de saudosista. Mas não pode deixar de lamentar a evidente miséria a que tudo isto  já chegou. E, se nada  adequado for feito entretanto, ainda é só o princípio do fim:


Passamos agora à comezaina -à lavadura, como escreveu logo no início o falecido Gonçalo Macedo- e ao mais que adiante se poderá ler. A prosa não é de Tomar a dianteira 3, que nunca se meteu em semelhante ajuntamento de encher a pança. Terá outros defeitos, mas esse não.

"Foi um sucesso, o que não admira. É sempre assim. Está ainda por acontecer o primeiro evento organizado pela câmara que não seja um sucesso. A começar pelos resultados completos das análises à água poluída do Nabão. Já só falta saber qual o tipo de coliformes fecais e a sua origem. Pouca coisa e ainda só passaram 3 meses.
Desta vez, até houve a participação no Congresso de produtores locais de vinho e de fumeiro, o que não foi má ideia, não senhor. O pior foi o resto. Os produtores de vinho, se já pobres eram, mais pobres ficaram. Receberam da autarquia 100 a 120 euros, mas forneceram  mais de 150 litros de vinho cada um. Houve congressistas a encher garrafas de plâstico, daquelas de litro e meio, para levar para casa. Turismo de luxo, salta à vista. Tipo acampamento do Flecheiro.
A complicar a situação, a organização não pensou em colocar frigoríficos à disposição. O que obrigou os produtores a desenrascarem-se. Vinho branco tipo caldo, não é bom para ninguém. Mesmo num congresso de caldos. No final, viu-se um festival de bebedeiras, e nem uma garrafa conseguiram vender. O lamento é geral.
Opinam estes produtores que, em futuras edições, para evitar abusos devia ser distribuída a cada congressista pagante uma caderneta de senhas específicas, para bebidas, pão, água, e café. Um total de 10 senhas para vinho e outras tantas para para pão +  água + cafés. 
Situação semelhante aconteceu com as sopas. Houve excessos de bradar aos céus. E gente que devia pagar a entrada a dobrar, ou até a triplicar. Ficavam frente às barracas a comer, não dando lugar aos outros. Quando lhes pediam para se desviarem um bocadinho, diziam logo "eu como isto num instante e depois volta a encher". Turismo de engorda, já se vê. Segundo as notícias, sete mil litros de sopas para dois mil congressistas, dá três litros e meio por mastigante. Mesmo incluindo os borlistas da praxe, É obra!
Pelas bandas dos produtores locais de fumeiro, as coisas também não rolaram sobre esferas. Forneceram os combinados 120 euros de produtos, cada um, mas apareceram congressistas que em vez de provar, levaram pães já abertos e disseram muito à vontade -"meta aqui umas fatias e umas rodelas que é pra fazer uma sandes." Turismo de encher o bandulho é que está a dar. Para o ano será melhor pendurar presuntos nos plátanos, para cada um cortar à vontade. Mas bem amarrados com correntes metálicas sólidas. Caso contrário, dez minutos mais tarde já foram.
É claro que também houve algumas novidades boas. O CIRE, por exemplo, que recebe uma parte da receita das entradas, num máximo de cinco mil euros, fez uns doces para vender, a um euro cada. Foi tempo quase perdido. A maior parte dos congressistas comeu e não pagou, justificando-se com a entrada paga. Tudo turistas de qualidade, está visto.
Na opinião de um congressista costumeiro, se o Manuel Guimarães, o iniciador do evento, cá voltasse agora, morria logo de susto. Ele que até morreu à mesa, durante um almoço. O congresso transformou-se numa coisa tão banal, tão vulgar, tão reles, que até mete dó.
Por falar em meter dó, a promoção também deixou muito a desejar. Veio a SIC, porque a Media Consulting tem de justificar a avença mensal que recebe da autarquia. Mas esqueceram-se de comunicar aos jornais. Foi o silêncio geral. Até a Lusa se absteve.
Triste sina, Severina!
Se isto é promover o turismo em Tomar, vou ali e volto mais logo, para evitar ver mais coisas tristes.
É como diz o Tomar a dianteira: Pobre terra."

Texto editado por Tomar a dianteira 3, com o acordo final do seu autor.



segunda-feira, 7 de maio de 2018

Mas quanto a instalações sanitárias...


Essa do receber de braços abertos é música já bem antiga, mas pronto; aceita-se. Convinha era acrescentar que os visitantes devem vir já aliviados, porque quanto a instalações sanitárias...
O que se compreende. Se em 2019 as colectividades receberem globalmente os mesmos 500 mil euros deste ano, uma vez que a Festa do Tabuleiros não deverá custar ao Município menos de 400 mil euros, serão 900 mil euros só para festas, cultura e desporto. Cerca de 25 euros por cada eleitor inscrito. E o dinheiro dos contribuintes não chega para tudo.
 Mas enquanto os nabantinos continuarem a votar como convém, mesmo que sejam cada vez menos, siga o baile, que a música é maviosa.

Duas notas sobre a eleição no PSD

Não tenho o gosto de conhecer o cidadão Paulo Mendonça. Nunca fui, não sou, nem tenciono vir a ser filiado no PSD, mas tão pouco partilho do hábito estalinista do processo de intenções. Vou portanto limitar-me por agora  a duas notas sobre o seu comentário, que pode ser lido aqui. Uma é sobre a forma, outra sobre o respectivo conteúdo. 
Sendo do conhecimento geral (ou devia ser), que o discurso é a montra do pensamento, a respectiva forma elucida sobre o rigor do raciocínio, ou a falta dele. No caso, digamos que o português do referido comentário é assaz expedito e muito contemporâneo. Exemplos: "militantes que à muito se não viam e outros pela primeira vez" (1ª e 2ª linhas); "foram porta-voz dos anseios e desejos..." (5º parágrafo, 2ª linha);  "o caminho pela frente será longo" (15º parágrafo);"será vos pedido que participem" (10ª linha a contar do fim).
Para evitar dúvidas, as formas correctas, em português canónico, seriam, respectivamente, militantes que há muito se não viam e outros que apareceram pela primeira vez; foram porta-vozes dos anseios e desejos; o caminho será longo; ser-vos-à pedido que participem".

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Passando à segunda nota, a do conteúdo ou substância, cumpre reconhecer que os principais sintomas são mesmo os enumerados: 
"São as maiores [dificuldades] dos últimos tempos -um partido na oposição, uma forte crise económica e um concelho sem dirigentes, sem políticas e sem projectos capazes de captar e fixar os jovens, embrião e condição primeira para ganhar o desafio que considero o maior e mais difícil: a inversão da diminuição demográfica do concelho, sem a qual não daremos o salto necessário para o progresso."
Sucintamente, é isso mesmo. Falta agora a indispensável elaboração do diagnóstico (porquê?), seguida da indicação da terapêutica (como fazer para conseguir a cura?). Porque essa ladaínha da discussão, do empenhamento, do respeito pelas ideias contrárias, da luta, do árduo caminho a percorrer, e assim sucessivamente, foi chão que já deu o que tinha a dar.
Agora os eleitores, mesmo quando o não verbalizam, têm a mesma atitude dos nossos antepassados latinos. Anseiam pelo velho dito milenário Res non verba: Factos, obras, chega de palavras!
Lourenço dos Santos tinha e tem um projecto robusto, bem como os meios humanos para o levar à prática, mas foi vencido. Qual é o projecto da candidata vencedora?

Jornalismo de mexericos

Conquanto fora do âmbito deste blogue, decidiu-se abrir uma excepção, copiando do EL PAIS, um grande jornal espanhol, parte de uma peça sobre o Festival de Eurovisão, a decorrer em Lisboa:

Os dramas do Festival da Eurovisão

1 - O drama dos representantes espanhóis, Alfredo e Amaia resulta de que o moço, ao que parece, apoia os independentistas da Catalunha. Prova desse apoio é o facto de ter oferecido à noiva o livro Espanha de merda, de Alberto Pia.
Realmente, representar um pais que se pensa ser de merda, não deve ser tarefa fácil.

2 - É a dobrar o drama dos representantes da Macedónia. Não só a sua representante desafina, como ainda por cima resolveram dizer mal da representação espanhola numa entrevista. Só boas maneiras...

Festival de Eurovisión

3 - Bem à maneira francesa, o drama da sua representação reside no facto de parecer um ataque à política do presidente Macron, uma vez que a composição é sobre o drama dos emigrantes clandestinos e o presidente francês pretende aumentar as deportações.

4 - Ora vejam bem! A Austrália resolveu mudar de porta-voz. Desde 2015 era a indonésia Lee Lin Chin, desta vez será o lusodescendente Ricardo Gonçalves. Dramático, como se constata, uma vez que a tradição deixou de ser o que era.

5 - O drama do representante checo já é bem conhecido. Falhou um salto mortal durante um ensaio e foi parar ao hospital. Mas mesmo assim vai actuar. Sem salto mortal, está-se mesmo a ver.

Quer ler os dramas das restantes delegações, com fotos e o video da canção a concurso? Pois então queira fazer o obséquio de clicar aqui, que isto de tradutor à borla, do qual depois ainda se diz mal, também tem os seus custos. Sem dramas.

domingo, 6 de maio de 2018

Peculato e documentos forjados no CCD da Câmara de Tomar e SMAS

Os leitores são testemunhas de que nunca nestas colunas se duvidou da honestidade dos eleitos ou dos funcionários do executivo municipal e da AM. Tem havido muitas divergências, porém sempre em matéria de opções políticas. É por isso com alguma tristeza que se avança agora na área da gestão dos dinheiros públicos.
Situando o problema, o "Centro cultural e desportivo da Câmara Municipal de Tomar e Serviços municipalizados" é uma associação que tem como sócios os funcionários de ambas as entidades, e só eles, sendo financiada exclusivamente pelo orçamento municipal. Devido a circunstâncias que seria demasiado longo esmiuçar aqui, uma parte das verbas transferidas para aquela agremiação por ordem do executivo municipal, destina-se a gratificar bombeiros voluntários.
Como qualquer outra associação, o antes referido CCD tinha uma direcção e um conselho fiscal, responsáveis perante a assembleia geral dos sócios. Face a sucessivas irregularidades  referentes aos anos de 2014, 2015 e 2016, as quais incluem indícios de peculato, peculato de uso, falsidade e falsificação de documentos administrativos, o Conselho fiscal recusou validar as contas de gerência e demitiu-se em bloco, em 22 de Junho de 2017. 
Para tentar resolver a situação, foi nomeada uma comissão em 30 de Novembro de 2017, sendo porém certo que tal figura jurídica não existe nos estatutos daquela associação. No relatório entretanto apresentado pela citada comissão, pode ler-se a dado passo: "Resumo das despesas do triénio 2014-2015-2016, de cujo enquadramento legal se duvida, por falta de documentos ou por falta de justificação, no valor total de 18.565,88€."
Na parte final, o mesmo relatório é tão claro e explícito que torna o persistente silêncio, tanto do executivo camarário como da AM, incluindo os eleitos da oposição, um evidente sinal de encobrimento e cumplicidade, faltando apenas determinar porquê:
(Clique na imagem para ampliar)

Será apenas uma das várias pontas dos diversos fios da meada? Como explicar de outro modo o persistente e ensurdecedor silêncio, sobretudo no que concerne à oposição?
Será melhor aguardar os capítulos das próximas cenas, que não deverão tardar, na boa tradição das caixas de Pandora.
E se tardarem, qualquer cidadão, como por exemplo o autor deste texto, pode denunciar os factos delituosos já apurados junto do Ministério público. Ou até mandar cópia dos documentos para o programa Sexta às 9, da RTP 1...
Porque a situação já dura, praticamente, desde o início do primeiro mandato de Anabela Freitas, sem qualquer reacção dos eleitos, alguma razão maior haverá para tão estranho estado de coisas.

ADENDA ÀS 12H46 de 07/05/2018 (Hora de Fortaleza - Ceará - Brasil)

Tomar a dianteira acaba de receber um esclarecimento, subscrito pelo ex-vereador João Tenreiro, do PSD, no qual refere em tom cordato que não concorda com a afirmação "persistente e ensurdecedor silêncio, sobretudo no que concerne à oposição", porque no seu entendimento a mesma não corresponde à realidade. Acrescenta que os vereadores social-democratas sempre votaram contra os subsídios para a associação em causa, tendo justificado tais posições com declarações de voto, que colocou à disposição deste blogue.
Fica portanto aqui o esclarecimento. Apesar de não terem obtido resultados, os vereadores do PSD votaram contra, apresentaram declarações voto e requereram várias vezes explicações sobre a matéria agora em causa, porém sem êxito. Situação que agrava singularmente o caso, uma vez que o executivo reincindiu em práticas pouco ortodoxas, apesar do protesto e do pedido de esclarecimento da oposição laranja.
Tomar a dianteira 3 agradece a iniciativa do autarca João Tenreiro, que considera importante para a democracia local.

2ª ADENDA

O senhor autarca João Tenreiro tem razão, mas apenas em relação ao mandato anterior. Conforme mostra este excerto da acta da reunião do executivo camarário de 19 de Fevereiro de 2018, a decisão de atribuir mais um subsídio de dez mil euros ao CCD/CMT/SMAS foi tomada por unanimidade. Com que fundamentos?

N.° 05 -ATRIBUIÇÃO DE APOIO FINANCEIRO AO CENTRO CULTURAL E DESPORTIVO DA CÂMARA MUNICIPAL DE TOMAR E SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS Foi presente proposta da Sra. Presidente submetendo a aprovação do Executivo Municipal a atribuição de apoio financeiro no valor de 10.000€ (dez mil euros) ao Centro Cultural e Desportivo da Câmara Municipal de Tomar e Serviços Municipalizados, pelos fundamentos apresentados. Deliberação tomada em minuta: A Câmara, tudo visto e analisado, deliberou atribuir o subsídio proposto, ao abrigo da alínea p) do n.° 1 do artigo 33.° do regime jurídico das autarquias locais aprovado pela Lei n.° 75/2013, de 12 de setembro. Esta deliberação foi tomada por unanimidade. 

sábado, 5 de maio de 2018

Sobre a promoção de Tomar na Índia pela cidadã Filipa Fernandes

Copiado da página Facebook da Embaixada de Portugal em Nova Delhi:



"Uma importante delegação de Portugal, composta por 8 mulheres e 2 homens, participou no Forum Económico de Mulheres (WEF), em Nova Delhi, de 26 de Abril a 01de Maio.
... ... ...
Entre os distintos convidados portugueses estavam:

- Maria do Céu Albuquerque, Presidente da Câmara de Abrantes
- Filipa Fernandes, Vereadora da Câmara de Tomar
- Tânia Castilho, organizadora da WEF e autora...

Em 2019 a cidade portuguesa de Tomar será anfitriã da WEF, de 23 a 26 de Março. Esperam-se 800 participantes."

Ou seja, na importante delegação portuguesa de 10 pessoas, 4 residem habitualmente em Tomar, mesmo com a forçada desistência, por alegada doença, da presidente Anabela Freitas.
Quanto ao forum WEF, previsto para Março próximo em Tomar, Anabela Freitas referiu aqui cerca de mil pessoas. A nossa embaixada na Índia considera que vão ser cerca de 800... Na reunião deste ano em Tomar, abaixo anunciada, foram apenas 41, conforme foto infra:

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Conteúdo actualizado às 10H35 (hora de Fortaleza - Brasil) de 06/05/2018



E se fosse uma médica, uma pastora protestante ou uma sindicalista?

O caso do pagamento pela autarquia das despesas da deslocação privada à Índia da cidadã Filipa Fernandes, além de causar uma saudável controvérsia entre os tomarenses, tem outras vertentes. Uma delas é a evidente capacidade da organização a que aquela senhora pertence para manipular pessoas, alterar aparências e camuflar factos.
Quase um ano após a sua escolha para integrar a lista PS, continua sem se saber o que a motivou e de quem foi tal decisão. Com efeito, Filipa Fernandes nunca foi nem é filiada socialista. Não tem qualquer currículo político relevante. A sua anterior experiência profissional conhecida resume-se a monitora de campos de férias. A sua formação académica é na área do serviço social.
Nestas condições, salvo melhor explicação, que ainda não houve, a única razão evidente para a sua inclusão na lista e posterior designação para a área da cultura e turismo, é o facto de fazer parte da parish local da WEF/ALL, uma congregação de ajuda espiritual, que terá valido a Anabela Freitas, numa altura mais difícil da sua vida privada, que naturalmente não é para aqui chamada, por razões óbvias.

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De acordo com o que foi possível apurar, dado que nestas coisas o segredo é sempre a alma do negócio, a viagem à Índia paga pela autarquia, evidencia também que a cidadã em causa pode muito bem ser, no seio da organização a que pertence, a conselheira espiritual e directora de consciência de Anabela Freitas. Nada de ilegal, note-se bem. Cada qual integra as associações que entende e participa nas actividades que mais lhe convenham, desde que no quadro da legalidade e sem dispêndio para o erário público.
Infelizmente, neste caso da ida à Índia, -não fora a oportuna doença da Anabela Freitas-  teríamos tido uma situação deveras curiosa: A câmara de Abrantes representada pela sua presidente, atraída com o pretexto de uma homenagem como "figura da década". A câmara de Tomar representada pela sua presidente, aliciada com o mesmo argumento, porém acompanhada pela sua directora de consciência. Três autarcas vizinhas e convidadas para um mesmo evento, a milhares de quilómetros de distância, num universo de trinta e duas presidentes de câmara e mais de 400 vereadoras, em 308 municípios portugueses. Há cada coincidência!!!

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Abreviando argumentos, que o assunto já provocou demasiado alarido, sobretudo nessa obra-prima chamada Facebook, a melhor montra da extraordinária riqueza intelectual tomarense, (entre outras coisas), a interrogação que ainda falta é esta:
Supondo que Anabela Freitas -na sequência da ajuda psicológica recebida- tivesse escolhido uma pastora calvinista ou luterana, uma médica psiquiátrica, ou uma dirigente sindical, teríamos agora essa pessoa como vereadora do turismo e cultura, (ou de quaisquer outros pelouros). Realizando-se na Índia um encontro mundial da igreja da hipotética pastora-vereadora, um congresso de psiquiatria, ou um simpósio sindical, também iriam a presidente e essa vereadora com tudo pago, com o pretexto de ir lateralmente representar Tomar?
É esta a questão. Com ou sem fingidas indignações.
Quanto ao alarido no Face, que contrasta com o silêncio alhures, cabe assinalar que a WEF - ALL está muito bem implantada em Tomar. Num forum realizado na segunda quinzena de Março na cidade nabantina, tendo a autarquia como patrocinador principal, e cujo programa pode consultar aqui e aqui, participaram, entre outras:

- Lurdes Ferromau Fernandes - Professora
- Graça Costa - Conselheira de emprego
- Elsa Ribeiro Gonçalves - Jornalista
- Filipa Fernandes - Vereadora

Com a preciosa ajuda de terceiros, cruzando e interpretando dados de diversas origens, vai-se compreendendo melhor a realidade politico-social do vale nabantino.
Este vosso servidor estava convencido que a cidadã Lurdes Ferromau Fernandes era presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro (PSD), candidata à liderança do PSD local, (cuja eleição é hoje, sábado 5 de Maio), e funcionária pública na área do emprego.  Vai-se a ver, de acordo com o programa citado, é professora. 
Andamos sempre a aprender, e ainda bem.


sexta-feira, 4 de maio de 2018

A confirmação do carácter particular da viagem de Filipa Fernandes à Índia

Na querela sobre a viagem à Índia da cidadã Filipa Fernandes, tem sido evidente que a falta de tradição democrática impede uma visão clara das diferentes situações. Por falta de hábito, muitos cidadãos -a maior parte- pensam que estes desacordos não passam afinal de questões pessoais, de embirrações de inimigos, ou de adversários políticos.
Sucede que neste caso, pelo menos no que toca a Tomar a dianteira 3, trata-se tão só de tentar defender a legalidade vigente, que o mesmo é dizer as instituições democráticas e os procedimentos conformes com a Lei. Não há portanto nada de pessoal, no facto de discordar quanto ao verdadeiro objectivo central da referida viagem à Índia da cidadã em causa.
Para a actual maioria, seus apoiantes e outros seguidores, que são muitos enquanto houver maná, a cidadã foi representar Tomar e promover o concelho na Índia, pelo que é normal que todas as suas despesas de deslocação e estada sejam pagas pelos contribuintes tomarenses.
Para os discordantes, que são raros a manifestar-se de cara descoberta, entre os quais quem escreve estas linhas, tratou-se apenas e só, para a citada cidadã, de cumprir determinações, não da população, da autarquia, ou da maioria que integra, mas da organização a que pertence, pelo que deverá ser ela, ou essa organização, a custear as ditas despesas.
Quem ainda não esteja convencido do carácter privado da viagem, que naturalmente a cidadã envolvida e as suas amigas e amigos procuram ocultar por razões óbvias, fará o favor de ler com atenção estas ilustrações, copiadas d'O Templário recebido esta manhã:




Pede-se licença para destacar o seguinte: "A ser recebida pela nossa embaixadora da Índia". Embaixadora de Portugal? Da União Europeia? Do Médio Tejo?
Apenas representante da organização WEF, a que pertence a cidadã Filipa Fernandes. Nada de grave portanto. A não ser a eventual confusão com a representação diplomática de Portugal na Índia, actualmente assegurada pelo senhor embaixador João da Câmara, tendo em conta a expressão "recebida pela nossa embaixadora". Nossa, dela. Não dos outros tomarenses, excepto naturalmente os que também integram aquela nova irmandade feminista.
Igualmente esclarecedora sobre o verdadeiro objectivo da viagem é a legenda da segunda foto, publicada pela cidadã no FBook: "Mentora da WEF a receber o tabuleiro". Até agora nunca fora mencionado que a tal WEF, forum mundial de mulheres, também tinha mentoras. Falta agora apurar, mentoras de quê ? Para quê? Para quem?
De acordo com os dicionários, MENTORA, feminino de MENTOR = pessoa experiente que encaminha e aconselha outras; orientadora, guia, conselheira; pessoa que inspira outras, guia espiritual.
"Foi com todo o prazer e orgulho que, em nome de todos os Tomarenses, lhe ofereci [à tal "nossa embaixadora da Índia"] este fantástico Tabuleiro", escreveu a cidadã Filipa Fernandes, conforme reproduzido n'O Templário.
Perante isto, os leitores farão o que entenderem. São cidadãos teoricamente livres. Pela minha parte, ficam aqui  exaradas cinco coisas:

1 - O tabuleiro não é nada fantástico, mas bem real. E custou dinheiro aos contribuintes tomarenses, tal como a viagem e estada da cidadã Filipa Fernandes.
2 - Apesar de ter votado PS nas últimas autárquicas, não me  considero representado pela cidadã Filipa Fernandes, que de resto também não aceitaria representar-me, se fosse o caso. Por conseguinte, o tabuleiro terá sido entregue em nome de ALGUNS tomarenses. Ou de todos os tomarenses, menos um, na pior da hipóteses. Trata-se portanto de um abuso de linguagem. Mais um.
3 - Tanto a maioria como a oposição, (sobretudo a oposição), agirão como lhes aprouver e parecer melhor, em relação às despesas relacionadas com a referida deslocação da cidadã Filipa Fernandes, pagas pela autarquia.
4 - Tomar a dianteira 3 tenciona ir tão longe quanto for possível, até apurar de forma definitiva e sem apelo se cabia mesmo ao Município de Tomar financiar uma deslocação e estada de uma cidadã manifestamente ao serviço de determinada organização internacional privada, de contornos e objectivos mal definidos, mas com "embaixadoras" e "mentoras". 
5 - É melhor estar de sobreaviso, não vá aparecer por aí um dia destes algum "caso Manuela Pinha", com gente a jogar ao mesmo tempo em dois tabuleiros, e recebendo dois ordenados ao fim do mês. Com tanta pinheira que há por aí, apesar dos incêndios, nada mais natural que aparecerem umas pinhas à mão de semear.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Hotel República - Uma aposta arriscada de um investidor corajoso


Foi um sucesso, como merecia, o lançamento publicitário do futuro Hotel República, o primeiro cinco estrelas da região, a instalar na Praça homónima. Toda a comunidade informativa noticiou com grande relevo e visível satisfação o acontecimento, aqui, aqui e aqui. Um grande sucesso actual e futuro para o turismo local, terá sido o pensamento dominante. Só Tomar a dianteira destoou.
Excesso de pessimismo? Posição injusta? Má vontade contra os investidores? Insatisfação crónica? Não. Nada disso. Apenas informações que os outros não possuem e o desejo de alertar, porque quem  avisa, amigo é:

Copiado do El Pais online

"Um hotel de luxo destruído pelo vandalismo
O único cinco estrelas de Valhadolid fechou em 2017 e desde aí tem sido saqueado"

"Durante anos foi o únco hotel de cinco estrelas na cidade de Valhadolid, mas fechou repentinamente em em 2017. O dono confessou que estava arruinado e vendeu em leilão alguns móveis, antes do embargo da justiça. Tudo o resto foi saqueado e destruído pelo vandalismo. No passado fim de semana, o estabelecimento inaugurado em 2010, numa antiga moagem requalificada, até sofreu um incêndio criminoso. Restos de botijas entre portas destruídas, tomadas eléctricas arrancadas, lavatórios partidos... As imagens do antes e do depois podem ser vistas no video supra (não disponível). E os habitantes de Valhadolid resumem o que sentem numa palavra -Pena"

elnortedecastilla.es 03/03/2017

"Investigam o encerramento inesperado do Hotel Marquez de la Ensenada, com prejuízos para os empregados. O Parlamento europeu  aborda o assunto, graças à iniciativa da deputada europeia Marina Albiol, da Esquerda Unida"

O hotel vítima de actos de vandalismo é o Hotel Marquez de la Ensenada, de cinco estrelas, em Valhadolid - Espanha, que faliu e fechou portas em Janeiro de 2017. Oferecia 29 quartos, tinha ao seu serviço 16 profissionais e abriu ao público em 2010, numa antiga moagem recuperada, datada de 1842. Durou portanto apenas 7 anos. Porquê?
Valhadolid é uma cidade monumental muito visitada, antiga capital de Espanha, com 299.715 habitantes em Janeiro de 2017. O Hotel Marquez de la Ensenada era o único cinco estrelas da oferta hoteleira local e estava bem situado, em pleno centro histórico.
Falta de clientes? Certamente. Mas Valhadolid conta com um importante parque hoteleiro, que em 2017 registou um total de 773.347 dormidas, sendo 616.325 de espanhóis e 157.022 de estrangeiros (ver quadro):


Para que os leitores possam ter uma ideia de grandeza mais precisa, se considerarmos que Tomar dispõe (com alguma generosidade) de 600 camas hoteleiras e regista uma ocupação anual (também muito generosa) de 80%, teremos 600 X 80% = 480 X 365 = 175.200 dormidas hoteleiras/ano. Muito, muito longe das 773.347 de Valladolid, em 2017. Mas os hotéis são comparáveis. O de lá era de 5 estrelas, tinha 29 quartos e 16 empregados. O de Tomar terá também 5 estrelas, dez quartos a menos, mas 15 funcionários. O de lá aguentou-se 7 anos. O  de Tomar vai aguentar-se quanto tempo?
Muito arriscado, como se vê.
Valladolid é a 13ª cidade espanhola em população e fica a pouco mais de 200 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso, num país que recebeu em 2017 82 milhões de visitantes estrangeiros. Portugal ficou-se pelos 12 milhões e Tomar é uma pequena cidade, que infelizmente definha de dia para dia, perante a geral indiferença e passividade do poder local e dos seus habitantes.
Porquê este aviso? Antes de mais porque todos têm direito a saber a verdade toda. Particularmente aqueles que arriscam o seu capital. Depois porque, quando e se a futura unidade vier a fechar portas (o que de modo algum se deseja, antes pelo contrário, mas os factos disponíveis parecem mostrar tal rumo), será muito mau para a reputação de Tomar, como concelho para investir. Se a actual fama já não é nada boa, imagina-se o que, na pior das hipóteses, pode ser depois...

Foi representar o ConSelho, não o ConCelho

Nota prévia
Graças à boa vontade do jornalista António Freitas, que antes tinha copiado a crónica entretanto eliminada por engano, ela aqui vai de novo. Com um abraço de agradecimento pela ajuda.
Reposta assim a situação anterior, eliminou-se o pedido de desculpa e outro material anexo, parte do qual ofendia o bom senso e até a pituitária.

Os fumos da Índia
Salvo melhor e mais fundamentada opinião, parece haver um  equívoco em relação às recentes declarações de Anabela Freitas, sobre a viagem à Índia da sua colega e amiga, a vereadora Filipa Fernandes. Já se sabe, porque é da praxe, que correu tudo muito bem, estreitaram-se laços, promoveu-se Tomar, e vêm aí investidores interessadíssimos, que infelizmente depois nunca mais investem. O que nem surpreende neste caso porque, quando se sabe que Nova Delhi, onde teve lugar o forum, é uma metrópole de 25 milhões de habitantes, imagina-se sem grande dificuldade o relevo que ali terá tido uma reunião internacional de um milhar de participantes. Basta olhar para a imagem intimista, e para a expressão agastada da hospedeira...
Desta vez porém, a senhora presidente acrescentou duas novidades. Uma de peso, outra lateral. A de peso é a repetição do anúncio do próximo forum da WEF, a realizar em Tomar, lá para Março de 2019, informação já anteriormente avançada pelo vereador Cristóvão.  A lateral é que "O conCelho esteve representado..." conforme titula a Rádio Hertz aqui
Comecemos por esta. De acordo com o protocolo usual nestas coisas, parece haver um equívoco. Quem representa o País é o Presidente da República, ou o presidente da Assembleia da República. na sua ausência. Nunca o primeiro-ministro ou um ministro. Da mesma forma, quem representa o Município -que é realmente a entidade jurídica equivalente ao conCelho- é o/a presidente da câmara ou o/a da Assembleia Municipal. Nunca um vereador, e muito menos quando nem sequer houve delegação dessa competência, formalizada perante o executivo em funções.
https://radiohertz.pt/wp-content/uploads/2018/04/31444637_10211321525657300_882369772538885336_n.jpg
Imagem copiada da Rádio Hertz online

O que Anabela Freitas terá querido dizer é que a vereadora foi representar o conSelho local da WEF, do qual faz parte desde 2014, conforme se pode conferir aqui, uma vez que a responsável nacional, Teresa Silveira, não se terá deslocado. Trata-se de qualquer forma de um mero pormenor protocolar
Bem mais importante é a reiterada afirmação de que a próxima reunião do forum vai ser em Tomar. A confirmar-se tal facto, bem como o mencionado milhar de participantes, podemos estar perante um desastre turístico, local mas de grandes proporções. Vejamos mais em detalhe.
Se, como informou à Hertz Anabela Freitas, a prevista reunião do forum “movimenta” cerca de mil pessoas, tratando-se de um encontro internacional, em que a  maior parte dos participantes viajam individualmente, porque com as despesas suportadas pelas entidades que as enviam, estamos a falar, no mínimo, de 800 camas de 4 estrelas, em quartos twin ou individuais. Em Tomar não existe tal capacidade. O Hotel dos Templários, única unidade  local de 4 estrelas, dispões de apenas 167 quartos e 10 suites, ou seja um total de 354 camas. Os restantes  600 congressistas serão alojados onde? Nos 3 estrelas da cidade? Também não têm capacidade suficiente, nem os ilustres visitantes iriam aceitar, sejamos realistas. (Aposta-se que a senhora vereadora também não ficou alojada em nenhum hotel de 3 estrelas...)
Irão portanto para Fátima, o que equivale a 12 autocarros  e 80 quilómetros diários (40 para cada lado). Uma vez que a autarquia apenas dispõe de um autocarro...
Além das questões de alojamento e de  transporte  há também a considerar o desenrolar das actividades, a começar pela sessão plenária de boas vindas e a de encerramento. Que vão ter lugar onde? No cine-teatro não cabem, nem há condições. Na biblioteca municipal ou no salão nobre dos Paços do Concelho, é melhor nem pensar. No hotel dos Templários a junção das salas Infante 1 e Infante 2 permite alinhar, no máximo, uma plateia de 600 lugares. Demasiado pouco para os previstos quase mil participantes. Se calhar vão acabar por realizar os plenários do forum em Fátima. Ou será em Leiria?
Mesmo quando solucionadas a situações anteriores, restam ainda dois problemas por resolver: 1 - Onde realizar o jantar de boas-vindas e o de despedida? Quase mil pessoas é muita gente. No refeitório do Convento, mesmo bem arrumadinhos, só cabem uns 250/300. E os outros? 2 - Outra obrigação dos anfitriões tomarenses é mostrar aos visitantes o Convento e a cidade, tudo em boas condições. Mesmo em grupos de 55, que é o máximo dos máximos, vão ser precisos 20 autocarros, cada um com o seu guia. E onde vai a autarquia desencantar 20 profissionais de turismo competentes, anglófonos, bons conhecedores da cidade e sobretudo do Convento? Não vai ser fácil, até porque se e quando souberem que serão 20 grupos em simultâneo, mais de metade vão alegar que estão doentes, eventualmente com alguma otite. 
Ao contrário do que possa parecer, não é nada fácil guiar grupos no Convento de Cristo, quando os visitantes são numerosos. Para apreciar a Janela do capítulo, ouvindo o guia respectivo, só cabem dois grupos de cada vez. Um no terraço por cima da escada de ligação Santa Bárbara/D. João III (o mais habitual), outro no primeiro piso do claustro de Santa Bárbara. Uma vez que uma boa explicação da janela manuelina necessita no mínimo de um quarto de hora, a dois grupos de cada vez, vai levar  hora e meia. Só na janela. E o resto da visita? E os percursos? Vinte grupos de 55 pessoas dificilmente cabem na Charola ao mesmo tempo...
E os 20 autocarros vão estacionar onde? No aparcamento da fachada norte, o único que há para pesados, só cabem 7.

O improviso e o desenrascanço são muito importantes, mas é capaz de ser melhor ponderar as coisas com tempo, para evitar qualquer desastre. Aqui fica o aviso, quando ainda há muito tempo para rectificar o tiro, procurando evitar que saia pela culatra.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Em Veneza e em Tomar

"Veneza estreia os polémicos pórticos automáticos para limitar a entrada de turistas"


"A medida provocou as primeiras altercações entre residentes e grupos de esquerdistas, que denunciam a degradação da cidade, a qual recebe 30 milhões de visitantes por ano"

Daniel Verdú, El País online, 29/04/2018

"Depois das hordas de turistas, dos cruzeiros e da queda da população residente, alguns dizem em tom de chalaça que em Veneza já só faltam os bonecos de pelúcia para se sentirem num verdadeiro parque temático. Procurando de algum modo controlar o problema, a cidade estreou no sábado passado os novos pórticos automáticos para regular os fluxos de visitantes que acedem na alta estação às zonas mais delicadas do município, cuja lagoa já está ameaçada desde há algum tempo pela afluência descontrolada de turistas. Com os seus 50 mil habitantes permanentes, Veneza recebe anualmente 30 milhões de visitantes. Uma proporção cada vez mais nociva para a sua normal sobrevivência como urbe. Assim, o presidente da câmara, Luigi Brugnaro, decidiu mandar instalar quatro pórticos automáticos de acesso: dois na Praça de Roma, antes da Ponte Calatrava,  e outros dois antes da Igreja dos Descalços. Quando a afluência for considerada excessiva, são encerrados e só passam os habitantes permanentes, dotados de um passe electrónico.

Os polémicos pórticos automáticos, à entrada da ponte  Calatrava, também autor da Estação do Oriente, em Lisboa.

O autarca, eleito numa lista cívica independente de centro direita, e propenso a polémicas mediáticas, confessou-se muito contente com a ideia. "É a primeira vez que se tentam limitar os fluxos de visitantes em Veneza. Claramente, vamos cometer muitos erros e vamos ser muito criticados, mas por agora está  tudo a funcionar perfeitamente", declarou no passado sábado. Contudo, algumas horas mais tarde a revolta de alguns residentes e de grupos de esquerdistas já havia estalado. Um dos pórticos automáticos, instalado antes da Ponte Calatrava, foi arrancado e uns 30 manifestantes apareceram com cartazes onde se lia que "Veneza não é um reserva, não estamos em perigo de extinção".
A verdade porém é que há algo seriamente ameaçado na cidade. Enquanto prossegue o incremento das visitas turísticas -especialmente com o fenómeno dos cruzeiros, que em 2017 ali desembarcaram 2,5 milhões de visitantes- a população residente diminuiu dois terços desde meados do século passado. E ainda que as marés altas e respectivos estragos nas partes mais baixas da cidade também tenham tido a sua influência, o turismo de massa -bem como a corrosão do tecido comercial e social da cidade que implica- são os principais factores.
A população residente continua a diminuir, à média de mil residentes por ano, um ritmo alarmante
para manter o equilíbrio social. Mas os críticos contra os pórticos automáticos de acesso assinalam que Veneza recebeu 10 milhões de euros durante o mandato de Renzi, tendo como objectivo a regulação dos fluxos de visitantes de maneira engenhosa, não cortando o acesso quando é já demasiadop tarde.
A medida agora implementada por Brugnaro, em conjunto com as restrições ao acesso de navios de cruzeiro de grandes dimensões à lagoa, responde às ameaças da UNESCO de retirar Veneza da lista das cidades Património da Humanidade, se nada for feito para controlar o turismo. Desde então, a cidade tenta limitar os efeitos das chegadas massivas de turistas, que também provocaram o aumento das insolvências e arruinaram os princípios de qualidade na oferta do comércio do centro da cidade."

Tradução e adaptação de António Rebelo

Comentário de Tomar a dianteira 3

Naturalmente, esta situação  em Veneza não tem qualquer relação com Tomar. O velho dito "quando vires as barbas do vizinho a arder..." obviamente não se aplica. Veneza é lá longe. Não sejamos alarmistas.  Na próxima edição dos tabuleiros, as entradas podem continuar  sem qualquer controlo, que não há-de acontecer nada.
E tem mesmo duas enormes vantagens. Dá muito menos trabalho e permite depois dizer que foi um sucesso estrondoso, com mais de milhão e meio de visitantes, quando se calhar, bem feitas as contas, nem 250 mil terão vindo. E ainda bem, porque não iam caber. Mas a tradicional megalomania nabantina...
Há depois a enorme desproporção entre Veneza e Tomar. Na terra dos canais -a Sereníssima- já vão nos 30 milhões de visitantes anuais. Tomar ainda não chegou sequer aos três milhões, nem lá perto. O local mais visitado, o Convento de Cristo, ficou-se pelos 400 mil visitantes em 2017.
Há todavia um sector em que Tomar e Veneza se comparam -a demografia. Veneza conta actualmente 50 mil habitantes. O concelho de Tomar andará pelo 40 mil. Veneza está a perder população, ao ritmo de menos mil habitantes por ano, por causa das marés altas e do turismo. Tomar perdeu entre 2013 e 2017 2.496 eleitores. Uma média de 624 em cada ano, "porque está no interior", segundo a versão autárquica.
O jornalista do El Pais considera na notícia que perder mil habitantes/ano é "um ritmo alarmante para manter o equilibrio social". Mas isso será em Veneza. Em Tomar o ritmo de menos 624 eleitores/ano não é nada alarmante, nem exige quaisquer medidas adequadas. Enquanto os vencimentos continuarem a pingar regularmente, vai tudo bem. Fátima fica a apenas 30 quilómetros e um milagre é sempre possível.
O autor destas linhas é que continua demasiado pessimista e a dizer mal de tudo, segundo o ponto de vista dos instalados.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Informação assim, porra!

Calar-se é consentir!

Apareceu na região, há relativamente pouco tempo, um novo órgão informativo, cujo nome já é todo um programa. Chama-se mediotejo.net. Exactamente porque é suposto noticiar a actualidade do Médio Tejo. Tendo contratado em Tomar dois profissionais de reconhecida qualidade, cujos nomes se omitem pois pouco ou nada têm a ver com a matéria a apresentar, até nem começou mal. As primeiras reportagens em directo das reuniões do executivo camarário tomarense, a exemplo do que sucede nos outros municípios do mesmo agrupamento, eram interessantes porque realmente informativas. Quem lia, ficava com a ideia de estar a assistir ao conclave, mesmo encontrando-se a milhares de quilómetros, como é o caso
Infelizmente foi sol de pouca dura. Não decerto por culpa da competente e briosa jornalista, mas visivelmente em virtude de instruções recebidas, as antes reportagens passaram a pouco mais que simples repetições da ordem de trabalhos. Se por acaso tiver dúvidas a tal respeito, ou se desconfiar que se está a ser excessivamente exigente ou pessimista, faça o favor de verificar com os seus próprios olhos, clicando aqui e procurando depois os textos sobre as sucessivas reuniões.



Como se não bastasse tal vergonha -porque é disso que se trata, uma vez que os profissionais, por mais competentes, briosos e honrados que sejam, precisam de ganhar a vida, o que os força a acatar as ordens de quem lhes paga- a direcção editorial da mediotejo.net resolveu ultrapassar a última barreira. A da simples decência.

Elsa Ribeiro Gonçalves
Problemas informáticos impediram-nos de acompanhar a reunião desde o seu início. Neste momento, ainda se discute o período antes da Ordem do Dia
Elsa Ribeiro Gonçalves
Reunião entra na Ordem de Trabalhos quando são 15h23
Na reunião de 30 de Abril do executivo tomarense, cujo "período de antes da ordem do dia" se previa algo movimentado, a jornalista presente informou que, devido a dificuldades informáticas, não tinha podido reportar essa parte da reunião. Pode ter sido apenas uma infeliz coincidência. Mais uma, porque em Portugal, regra geral, as coincidências são sempre muito úteis e oportunas. Mas mesmo nesse caso, não é possível deixar de exarar aqui um protesto, em alentejano contemporâneo:  Informação assim, porra! O melhor é nem mandarem  ninguém  às reuniões, porque para faz de conta já chega. Os competentes serviços camarários tratam disso. Basta ler as ordens de trabalhos.
Infelizmente, impõe-se uma vez mais a citação do presidente Lincoln: Podem-se enganar alguns durante um certo tempo, mas é impossível enganar toda a gente durante muito tempo.
Tomem nota e ajam em consequência, que de manipuladores já estávamos bem servidos, mesmo antes de aparecerem novos órgãos informativos.