domingo, 19 de novembro de 2017

Paiva e Alexandre arrasam projectos em discussão pública

Caso se interesse mesmo pela política tomarense, não deixe de ouvir isto quanto antes. Dura mais de uma hora, mas vale bem a pena. Ó se vale! (Tratando-se de uma gravação sonorizada, caso seja funcionário e esteja no emprego, não se esqueça de colocar primeiro os fones, ouviu?! É sempre mau abusar.) 
Dois ex-eleitos de relevo, um do PSD, outro do PS, dialogaram durante quase noventa minutos àcerca das maleitas que afligem os tomarenses. Sem praticamente mencionarem a actual maioria autárquica, sem ataques nominais ou sequer directos, sem nunca discordaram apesar da diferença partidária, conseguiram arrasar totalmente os projectos agora em discussão pública.

Resultado de imagem para imagens antónio paiva antónio alexandre tomar
Foto Rádio Hertz

Já conhecia António Alexandre como político habilidoso, no bom sentido do termo, e como orador aberto e tolerante. Nunca tinha tido a ocasião de ouvir António Paiva antes das recentes autárquicas, em que comentou os resultados, porque nunca calhara. Aconteceu agora pela segunda vez e fiquei muito bem impressionado. Compreendi finalmente como e porque conseguiu fazer tantas obras (algumas muito úteis) e cometer tantos erros, tudo praticamente sem qualquer reparo de monta da parte da oposição.
António Paiva, goste-se ou não das suas opções políticas, é de facto, como demonstra nesta gravação, de uma clareza exemplar naquilo que expõe, tanto quanto à forma como ao fundo. Tudo alicerçado numa sólida formação técnica que se sente praticamente em cada frase.
Acresce que fala com convicção, com paixão até, de tal forma que ninguém de boa fé poderá duvidar da sua sinceridade. Desta vez, além de arrasar totalmente os actuais projectos em discussão pública, por evidente falta de articulação entre eles, ou de inserção nos planos mais globais já existentes para a cidade e o concelho, foi ainda mais longe. Admitiu abertamente que errou no caso da sua primeira obra na Rotunda, rematando com uma frase que o situa e tem destinatários evidentes: "É preciso saber aprender com os erros."
Conforme já referido, ouvi António Paiva comentar os recentes resultados eleitorais e voltei a ouvi-lo agora, num registo mais técnico. Fiquei com a impressão de que anda a preparar o terreno para voltar à política activa. Próximas legislativas, em 2019? Autárquicas de 2021?  Em qualquer dos casos, é praticamente certo que vai ganhar, caso resolva avançar. Salvo se entretanto surgir no firmamento tomarense outra estrela de igual grandeza. Mas o céu está tão nublado, que nem se conseguem ver as estrelas. Mesmo se, pelo contrário, volta e meia acontecem coisas tais que um pacato cidadão até fica a ver estrelas, tal a pancada. 

2 comentários:

  1. O Engº Paiva sistematicamente chumbava as propostas/opções dos técnicos camarários, já que queria fazer valer a suas próprias e os deixou assim como que ressabiados.
    Os Presidentes da Câmara e Vereadores seguintes responsáveis pela área do urbanismo e das obras foram deixando sendo capturados por esses técnicos e estes passaram a reinar sempre na sombra.
    A coisa até podia resultar se esses técnicos fossem ao terreno, conhecessem directamente os dossiers e não continuasse com os hábitos do seu mestre (Paiva), complicando o que é fácil e se torna evidente.
    Por causa disto os problemas aparecem atrás uns dos outros.

    A chamada requalificação da Praceta do Dr. Raúl Lopes é mais um dossier polémico e que demonstra a falta de conhecimento da realidade no terreno por parte do projectista e dos técnicos municipais. Não existe um estudo de trânsito e estacionamento e não também não existe um estudo do impacto das medidas propostas.
    Salta à evidência de um cidadão de Tomar que a alteração proposta, com a eliminação da via em frente ao Colégio (por detrás da estátua de Raul Lopes) e da via entre a Rua Lopo Dias de Sousa e a rotunda da Alameda) é uma rematada asneira e, se vier a ser aplicada (o que se espera que não aconteça), vai causar graves problemas ao trânsito e estacionamento nessa zona sem que se vislumbrem quaisquer benefícios.

    No caso da Praceta salta à vista que a solução mais correcta é manter a actual circulação de trânsito, com algumas melhorias pontuais junto aos Cafés Académico e Restauração e rotunda existente, com uma boa intervenção nos jardins da Praceta e do Colégio, dotando-os de melhores condições e embelezando-os.
    A consideração das opiniões fundamentadas daqueles que participarem na discussão pública é mister e, de certo, vai enriquecer o projecto.

    E no projecto da Várzea Grande há que considerar a eventual construção de uma rotunda na Aral, que será melhor do que aquilo que está.

    Também neste projecto se devem considerar as sugestões válidas apresentadas na discussão pública e em ambos os projectos não deve haver precipitações ponderando os benefícios futuros e expurgando as soluções caras e inúteis.

    Se estas obras são consideradas prioritárias, se há fundos europeus e estaduais para elas e se têm de ser aproveitados, então que se faça uma obra com futuro e utilidade e em benefício de todos.

    É isso que se espera a bem de TOMAR!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como muito bem escreve em conclusão, "SE estas obras são consideradas prioritárias, se há fundos europeus...se têm de ser aproveitados. São muitos SES e todos sem respostas cabais ou outras, pelo menos por enquanto e que se saiba. Fico-me pelo primeiro.
      Bem sei que o português anda ultimamente um bocado abandalhado. Mesmo assim, se não erro, prioritário quer dizer que está primeiro. Sucede que não consigo compreender porque motivo ou motivos enfeitar a Várzea grande, melhorar a Praceta Raúl Lopes, ou colocar duas pistas de ciclismo da Avenida Nun'Álvares tem prioridade, está primeiro que modernizar a rede de água e saneamento na zona do Cine-teatro, ou dotar de infraestruturas capazes Carvalhos de Figueiredo, por exemplo. Mas deve ser defeito meu. Vontade de dizer mal, como apregoam os instalados à mangedoura municipal.

      Eliminar