domingo, 24 de setembro de 2017

Que gente!

Já votou? »»»

O nosso colega Tomar na rede publica as reclamações dos três candidatos que a Rádio Hertz não convidou para um debate de duas horas, marcado para esta segunda feira, mas entretanto anulado. Ou sou eu que vivo num casulo algures noutro mundo, ou os referidos candidatos estão muito lá para trás em termos de liberdades fundamentais. Porque afinal que reclamam eles? Que não os discriminem. E o que entendem eles por discriminação? Que não os convidem todos para todos os debates. Nem mais! Não lhes passa pela cabeça que convidar unicamente os candidatos dos partidos que estão representados no executivo não é absolutamente nada discriminatório. Tal como não o seria convidar unicamente os candidatos das formações que tem vencido as eleições. Apenas selectivo, de acordo com um critério objectivo, que tem em vista aumentar o interesse dos debates, como forma de tentar reduzir a crescente tendência abstencionista.
Acossada e acusada, a Rádio Hertz anulou o debate. A meu ver mal. Porque, mais tarde ou mais cedo, alguém terá de aceitar ir até onde for possível, para suscitar uma querela judicial, a qual fará jurisprudência. Tomar a dianteira não está em posição de o fazer por não ser um órgão de informação registado, nem ter jornalistas ao seu serviço. Haverá algum voluntário para o sacrifício?
Que todos os candidatos sejam tratados equitativamente, estou absolutamente de acordo. Todos têm iguais direitos. Isso não significa contudo, defendo eu, que todos tenham de participar em todos os debates, uma vez que já nem estão sequer em todas as entrevistas, nem tal seria exequível. Acresce que os debates com todos os cabeças de lista não passam afinal, forçosamente, de entrevistas colectivas, com todos a responderem às mesmas perguntas. É a isto que em Portugal chamam debates? Cá por mim, continuo persuadido que um debate é um confronto de ideias entre dois ou mais cidadãos, que não se limitam a responder a perguntas. Estarei enganado?
Das três entidades queixosas, assim à primeira vista e tendo em conta 43 anos de experiência democrática portuguesa, só uma tem de facto alguma hipótese de aceder ao executivo, porque já em tempos lá teve um eleito. As outras duas nunca passaram nem passam de simples cabotinos que, mesmo sem qualquer espécie de discriminação, dificilmente conseguirão em Tomar mil e quinhentos votos em conjunto, num universo de 35 mil. Ou seja, andam apenas a tentar chatear o pessoal, protegidos por uma lei já há muito caduca. Como muitas outras coisas por estas bandas atlânticas.
Domingo à noite cá estaremos para conferir. Entretanto só resta uma exclamação possível: Que gente!

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