sábado, 30 de setembro de 2017

Arte moderna natural no maravilhoso mas tão abandonado rio Nabão

Hoje é dia de reflexão. Não se deve tratar de política partidária. Sob pena de eventuais sanções. Cumpridor, Tomar a dianteira 3 resolveu enveredar por uma de cultura e arte. Mais precisamente arte moderna natural.
Os leitores que gostam de se manter actualizados no domínio das notícias locais, lembram-se certamente de ter lido esta bela e inesperada  tirada ecológica: "Nem todas as algas no rio Nabão são problemáticas, por isso nem todas deviam ser removidas."
Um mês depois, Tomar a dianteira 3, que julga ter boa memória, resolveu percorrer e fotografar as margens do Nabão, entre a Ponte romana das ferrarias e o Açude dos frades, na quarta-feira, 27 de Setembro de 2017. Do que viu, ficou com uma impressão tetra-valente. É verdade! Tetra-valente: 1 - Verificou que a recente limpeza do rio não esteve à altura do custo nem das expectativas; 2 - Constatou que,  se calhar seguindo a indicação do biólogo supracitado, quase todas as algas foram poupadas; 3 - Reconhece que há vistas maravilhosas, que se assemelham a composições de arte moderna natural; 4 - Pensa que, a continuarmos por este rumo certo, dentro de alguns anos não haverá mais rio Nabão. Apenas um pântano mal cheiroso e insalubre. Com os inerentes perigos para a saúde. Mas enquanto o pau vai e vem, tenha a bondade de clicar sobre as fotos, para ampliar, pois algumas são extremamente belas. Valha-nos isso, que vem afinal confirmar o velho dito popular, segundo o qual é no pior esterco que por vezes  medram as mais belas flores.


Ruínas da Ponte romana das ferrarias

Entre a Ponte das ferrarias e o Padrão

Junto ao açude insuflável

Do lado norte da Ponte pedonal

Próximo do mercado

Ao lado da varanda paivina

Idem

Entre a Varanda paivina e a Ponte do Flecheiro

Idem

Idem

Na margem junto ao mercado

Do lado sul da Ponte nova

Nas traseiras do complexo da Levada

Entre o açude e o ex-estádio

Ao fundo o Açude dos frades

Na margem junto ao Hotel dos Templários

Idem

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Inoportuno mas inadiável

Quando Tomar a dianteira observava o Nabão, na zona da rotunda, ao fundo da Avenida Nun'Álvares, constatou dois elementos novos naquela zona: A - Um odor desagradável, para além do habitual cheiro a fezes humanas; B - Uma cor acinzentada na água do rio, conforme se pode observar nesta foto:


O objectivo principal era obter fotos. Para demonstrar que a anunciada limpeza do Nabão, infestado de algas, se limitou de facto à zona envolvente do Mouchão, e que mesmo aí o trabalho foi mal feito. Fica para o próximo escrito. Apesar disso, com a ajuda do cheiro nauseabundo em plena cidade antiga não foi difícil encontrar a respectiva origem.
Mesmo ao lado do padrão de D. Sebastião, em plena margem do rio, uma caixa de visita da rede de saneamento derrama esgotos domésticos para o leito do Nabão:



Uma fonte contactada por Tomar a dianteira, que naturalmente pediu o anonimato, esclareceu tratar-se de uma situação recorrente, que se deve ao facto de os colectores, e a respectiva caixa de visita, terem sido erradamente instalados abaixo do nível mínimo recomendável. Pois seja. Mas os habitantes que pagam impostos municipais, que quase atingem os 50% dos custos totais com o consumo da água dos SMAS, o que querem -e aquilo a que têm direito- é que em contrapartida lhes forneçam serviços de qualidade.


Infelizmente não é o caso. Mesmo estando Tomar, ao que dizem, no caminho certo, 1 - A onerosa água que vendem aos tomarenses chega às torneiras via canalizações em amianto, proibidas desde há muito na União europeia; 2 - Uma parte do pomposamente designado Centro histórico continua com a rede de esgotos de colector único da idade média e a rede de água de 1937 (Rua do Teatro, Rua Aurora Macedo, Rua do Pé da Costa de Cima, Rua do Pé da Costa de Baixo, parte da Rua Joaquim Jacinto, parte da Rua Direira, Largo do Quental); 3 - Apesar de ali acampados há mais de 30 anos, os ciganos do acampamento do Flecheiro continuam sem dispôr de sentinas públicas, o que os obriga a aliviar-se onde podem, incluindo mesmo por baixo das janelas de muitos moradores da Avenida Nun'Álvares, que não se queixam por temerem represálias. Com o inevitável e constante cheiro a merda, que se tornou uma característica típica daquela zona.
Perante isto, os membros da actual maioria PS/CDU vão alegar o costume. Quanto aos esgotos e às instalações sanitárias públicas, que não há verbas disponíveis. Quanto a esta notícia crítica, que não é nada oportuna e só pretende prejudicar eleitoralmente.
Tomar a dianteira responde antecipadamente a tais pontos de vista, que considera vesgos. Sobre a falta de verbas, é natural que não haja dinheiro para coisas essenciais, uma vez que se gastou em festas e outros eventos com entradas gratuitas, chegando-se até a pagar gasóleo para deslocações de clubes desportivos. Uma vez que o euro não é elástico...
Quanto à melhor oportunidade para denunciar os custos e a deficiente rede de água e saneamento, se  é agora que o esgoto junto ao Padrão está a derramar merda para o rio, quando é que seria oportuno noticiar o facto? 
Finalmente, sobre as eleições do próximo domingo, não é o que escreve Tomar a dianteira (que segundo os próprios visados dizem, não tem qualquer influência) que os pode prejudicar. São eles que se prejudicam, ao governarem mal. Quando governam.
Deus não é cego. Os eleitores também não.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Às vezes há erros muito inconvenientes - 3

Será alguma praga, tipo praga de gafanhotos, que atacou subitamente a informação? Primeiro foi a distinta e prestigiada jornalista Maria João Avillez. Depois a também  conceituada jornalista Helena Garrido. Agora foi a vez d'O Mirante.
Na sua edição de hoje, o mais difundido semanário da zona insere, na página 22, uma notícia que visivelmente nasceu já amaldiçoada:


Porquê amaldiçoada? Antes de mais, porque está na página Sociedade quando o seu lugar mais adequado e lógico seria na secção Política autárquica. Depois, porque a matéria noticiada ocorreu na reunião camarária de 4 do corrente, há portanto 24 dias. Trata-se por conseguinte, sem margem para dúvidas, de uma local só para "encher papel". Finalmente porque o lead ou frase mestra é mesmo imprestável.
"A aprovação do.....Estatuto do Provedor...foi aprovado..." até nas ex-colónias portuguesas de África seria considerada uma heresia fraseológica, quanto mais agora na antiga metrópole.
Perante isto, JAE vai barafustar que andam a tentar prejudicá-lo, e mais não sei quê, não sei quantos. Lamento dizer que não tem razão nenhuma. No caso, é O Mirante que está a prejudicar a credibilidade da informação regional, abusando da confiança dos leitores.

Às vezes há erros muito inconvenientes - 2

Só não erra quem não faz. Agora calhou a vez a Helena Garrido, nesta peça do Observador:

"1. Qual é a necessidade que esta obra ou este serviço vai satisfazer? Esta devia ser a pergunta com resposta obrigatória para cada iniciativa de uma autarquia. Pede-se menos novo-riquismo e trabalhos de fachada e mais obras que não se vêm mas que são fundamentais para a qualidade de vida dos cidadãos. Mais manutenção e menos construir novo – preservar é ligar-nos à história e à cultura do país."

Realmente "trabalhos de fachada e mais obras que não se vêm", não se pode dizer que sejam uma relação sexual completa, daquelas que se vêem e "que são fundamentais para a qualidade de vida dos cidadãos".
A língua portuguesa está cada vez mais escorregadia...

INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

Coitada da velha senhora!

Este ano começou por tentar arranjar 477 ovelhas. Sendo a compita assaz renhida e a sua reputação bem conhecida, apenas logrou angariar 148 = 31%, no primeiro mercado do ano. Uma miséria. Mas logo anunciou que havia outros mercados, mais isto e mais aquilo.
Terminou agora o segundo mercado, mais conhecido por segunda fase. A velha senhora lá conseguiu mais 109 ovelhas, que adicionadas às iniciais 148 resultam num rebanho de 257 cabeças (salvo erro, que nisto de cabeças...). Temos assim que, concluídos os dois primeiros mercados do ano, a velha senhora continua com 220 vagas no rebanho, o que equivale a  46%. Preencheu apenas 54% em duas fases. Até Bragança, Portalegre e Beja, terras que também definham, mas ficam a mais de duzentos quilómetros da capital e não têm comboios directos, conseguiram melhor.
Semelhante série de malogros devia dar que pensar na quinta da velha senhora. E se calhar até dá. Mas tanto o capataz como os maiorais e pastores fingem que não. Que nada os atormenta. Que vai tudo pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis, como diria o Pangloss. E enquanto os vencimentos continuarem a cair pontualmente nas contas respectivas, haja saúde e coza o forno, que depois logo se vê. O pior é o resto!

SONDAGENS COMPARADAS

                                                                       Julho 2017

Setembro 2017

A sondagem que agora terminou foi um sucesso, traduzido num acréscimo de 75 votantes em relação a Julho passado. Esse incremento ficou a dever-se sobretudo ao indiscutível triunfo da CDU, de Bruno Graça, que chegou aos 72 sufrágios = a  25%, contra apenas 17 = a 6%, em Julho passado.
Triunfo igualmente, ainda que mais modesto, para o CDS, de Nuno Ribeiro, com 42 sufrágios, que representam 14%, um pouco mais que os 27 votos e 12%, conseguidos em Julho.
Américo Costa consegue também uma bela surpresa, ao averbar 36 votos, que correspondem a 12% e revelam uma insuspeitada capacidade de mobilização.
O PSD, de José Delgado, chegou aos 23%, mas ficou a 9 votos do total obtido em Julho, com tudo o que isso pode significar, quando pensamos em capacidade mobilizadora.
Por sua vez, o PS de Anabela Freitas obteve praticamente a mesma votação de Julho (menos um voto), o que lhe garantiu uma percentagem de 13%, apenas um por cento acima de Américo Costa, mas também um ponto percentual abaixo do CDS. Demasiado pobre em termos de militância prática.
Finalmente o BE manteve-se na área da insignificância, ao registar apenas 1%, tal com em Julho, apesar de ter inscrito mais dois votos.
Registo para o enorme decréscimo dos votos brancos, que passam de 26 = 12% para apenas 12 = 4%, bem como para a quase ausência de votos nulos. Quanto à abstenção, que baixa de 7% para apenas 4%, embora registando só menos três votos, convirá acrescentar que se está perante uma contradição evidente. Com efeito, por definição, os abstencionistas não participam no escrutínio, sob pena de deixarem de ser abstencionistas, uma vez que participaram. Mesmo não tendo optado por uma candidatura, tal como sucede com quem vota branco. Indicará tudo isto que, ao invés de 2013, vamos ter uma participação superior a 60%?
Perante estes resultados, que evidentemente pouco ou nada significam para domingo, pois tão pouco era essa a intenção da sondagem, é no entanto possível fazer algumas deduções, que não passarão disso mesmo -meras suputações de um cidadão que se considera informado. Elas aqui vão.
1 - A excelente prestação da CDU de Bruno Graça veio confirmar aquilo que já é desde há muito bem conhecido nos meios políticos: Não há como o PCP e aliados para conseguir mobilizar os eleitores, transformando-os em militantes. Significa isto que Bruno Graça vai vencer em Tomar? Para mim é claro que não, salvo surpresa de todo o tamanho. Quer dizer apenas que a CDU vai manter o seu vereador e obter uma votação que poderá ser superior ao dobro da registada em 2013, sem contudo ser suficiente para o 2º vereador.
2 - Os bons resultados aqui alcançados pelo CDS de Nuno Ribeiro e pelo PTP de Américo Costa, abrem-lhes boas perspectivas para um vereador cada, caso venham a ter tradução nas urnas, o que está longe de  garantido. Uma coisa é a Net, outra bem diferente a realidade de quem não tem computador nem Iphone. A maioria.
3 - O resultado do PSD de José Delgado é o que mais se pode vir a aproximar da realidade eleitoral, caso se confirme igualmente o relativo insucesso do PS. Com efeito, embora tendo vencido, se descontarmos os casos dos pequenos, convirá não esquecer que conseguiu menos votos que em Julho, quando o candidato era outro. E isso quererá dizer alguma coisa. Designadamente que pode vencer, porém longe da maioria absoluta.
4 - O PS parece ter sido vítima da usual contradição de quem está no poder. Por um lado consideraram que Tomar a dianteira não tem qualquer importância, por ter pouca influência, devido à sua fraca audiência. Por outro lado, adoptando atitudes pouco socialistas, resolveram não ligar ao voto na sondagem. Caso para perguntar: Se Tomar a dianteira não tem audiência nem influência, e tendo eu já dito e repetido que vou votar PS, o que é que os agasta assim tanto, levando-os a tratar Tomar a dianteira com um misto de condescendência e sobranceria? Gostam mais de carneirice, hipocrisia e culambismo? São alérgicos à crítica honesta?
5 - Resta o BE, um agrupamento de gente simpática, uns mais maoistas, outros mais trotsquistas, outros ainda nem uma coisa nem outra, todos empenhados nas por eles designadas causas fracturantes, que com frequência são acções em defesa dos mais humildes. Os quais muitas vezes nem sequer têm capacidade craniana para perceber o que propõe o Bloco, ou para saber destrinçar entre  sonhos e  realidade. Por isso, no meu entender, nunca deixarão de ser uma minoria, excepto no que concerne às franjas dos maiores centros urbanos, que todavia mais não são que pequenas aglomerações  à escala europeia. Lisboa, a maior urbe tem apenas 550 mil habitantes. Sevilha é apenas a 4ª cidade espanhola, mas tem 660 mil habitantes. A geringonça é por isso uma coisa transitória e dificilmente repetível.
Resta desejar a todos sem excepção, do BE ao CDS, passando pelo improvável PTP, a melhor sorte possível, que é como quem diz, quanto mais votos melhor!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Às vezes há erros muito inconvenientes...

Desta crónica de Maria João Avillez, uma SENHORA que escreve em português como muito poucos, destaco esta passagem:
"Falar é fácil, dirão. Sim, é pelo menos mais fácil do que estar “lá” mas a responsabilidade cívica e política não é um rigoroso exclusivo dos partidos. Ser e fazer oposição não é apenas política “stritu senso”, a cargo das famílias do PSD e do CDS. Cabe dentro da sociedade civil, compete a cada um que não se reveja ou rejeite o actual quadro político, sejam poucos ou muitos. Mas muitos ou poucos, quem são que não se ouvem, onde estão que não se vêm?"
Pois é. Por isso a população portuguesa não cresce. Não se vêm e depois as crianças não se vêem.

Actualização às 22H09 de 27/09/17

Entretanto o vocábulo vêm já foi corrigido para vêem na crónica original. Era obviamente apenas um lapso acidental, vindo de quem veio.

Não! Não vamos no rumo certo!

A votação fecha dentro de menos de uma hora. Já votou ? »»»

É penoso escrever o que se segue, que bem gostaria fosse ao contrário. Conforme já esclareci nestas colunas, tenciono votar PS porque me considero socialista desde antes do 25 de Abril. Assim, seria para mim muito mais agradável apoiar, louvando-a, a candidatura de Anabela Freitas. Infelizmente, não posso fazer tal coisa, respeitando a verdade e a minha consciência, porque os dados oficiais disponíveis demonstram que a governação socialista foi negativa em Tomar durante estes últimos quatro anos.
Vamos aos factos.
Usando a linguagem em curso nas fileiras rosa, os malandros dos laranjas deram cabo do concelho durante 16 anos de reinado e por isso sofreram uma pesada derrota em 2013. Vejamos então as variações populacionais durante esses anos, pois por um lado é para as populações que se trabalha, e por outro lado a população aumenta quando as coisas melhoram, diminuindo no caso inverso.


A leitura cuidada do quadro supra mostra que a tendência geral na zona onde se insere Tomar foi de acentuada redução da população residente. Essa diminuição foi mais acentuada em Abrantes, que perdeu 7.999 eleitores, e em Tomar que perdeu 5.458 eleitores. Durante esse mesmo lapso de tempo, a população de Torres Novas manteve-se praticamente estável, enquanto a do Entroncamento e Ourém aumentaram respectivamente 2.708 e 4.907 eleitores. As inteligências locais do costume comentarão que Ourém cresceu por causa de Fátima e o Entroncamento por causa dos comboios. Acrescentarei que Tomar definhou por causa de cabeças assim formatadas.
Este segundo quadro permite uma análise mais fina das variações populacionais, entre 1997 e 2013, durante o tal reinado PSD de má memória:


Temos então que mesmo governando mal, como foi manifestamente o caso, o PSD provocou uma redução média anual de 225 eleitores em Tomar, enquanto durante esse mesmo período de tempo, o concelho de Abrantes, governado pelo PS, perdeu uma média de 388 eleitores por ano. Quase o dobro de Tomar.
Infelizmente, nos últimos quatro anos a situação piorou bastante aqui na terra gualdina, apesar de nos repetirem o contrário, garantido que vamos no rumo certo:


O quadro supra mostra, sem margem para dúvidas, que durante o actual mandato socialista Tomar ultrapassou Abrantes e assumiu a triste liderança regional, no que toca a perda de população, com uma redução anual média de 466 eleitores, contra 451 em Abrantes.
Se este é o rumo certo, agradeço que me informem com tempo antes passarmos para o errado, que é para eu fazer as malas definitivamente, indo chatear para outras paragens.


terça-feira, 26 de setembro de 2017

Quem se negar será punido

Faltam poucas horas. Já votou ? »»»»»

Resultado de imagem para fotos josé delgado e anabela freitas tomar
 Foto O Mirante
Anabela Freitas e José Delgado cumprimentando-se durante um evento recente.

Na sequência da notícia aqui publicada, bem como pelo nosso colega Tomar na rede, a Rádio Hertz acaba de esclarecer aqui que o previsto debate Anabela Freitas/Bruno Graça/José Delgado vai mesmo ter lugar, após parecer favorável de uma dessas entidades reguladoras que infelizmente abundam neste país, tudo dependendo agora da disponibilidade dos candidatos.
Tomar a dianteira 3 felicita a Rádio Hertz pela coragem demonstrada neste caso, esperando poder vir a ouvir (e ver, se possível) o dito debate. Vai mais longe e propõe a realização, na próxima sexta-feira, do debate realmente decisivo, entre Anabela Freitas e José Delgado, disponibilizando-se desde já para eventualmente vir a ser um dos dois moderadores, devendo o mesmo confronto eleitoral ser difundido em simultâneo pelas duas rádios locais, pois a cidade e o concelho são de  todos e todos os órgãos de informação querem naturalmente o melhor para Tomar e para os tomarenses.
É a oportunidade soberana para formar opinião e também para obter um elevada audiência. Quem se negar será punido nas urnas!

anfrarebelo@gmail.com

Obras nos Pegões

Só algumas horas mais. Já votou ? »»»»»

Referindo-se à reportagem aqui publicada, Luís Ferreira forneceu a Tomar a dianteira 3 algumas precisões sobre as obras de restauro dos Pegões, que a seguir se publicam com todo o gosto e os agradecimentos da praxe.


Luis Ferreira

10:56 (Há 46 minutos)


para mim
Ao contrário do que afirma, o investimento na recuperação dos pilares do Aqueduto não são 300mil€, mas sim cerca de 500mil€, suportados por financiamento comunitário de 85%, cabendo os demais 15% - cerca de 75mil€ ao Municipio.

Trata-se de um processos de "mapeamento", ou seja por proposta da tutela ministerial, feita em 2014 e depois aceite pelo município em 2015, ficou este responsabilizado pela comparticipação nacional. Além disso foi o Município que pagou o projeto, com cerca de 25mil€, uma vez que após um ano de conversa a DGPC informou não ter capacidade para o realizar. O projeto foi por eles validado.

Enviado do meu iPhone

As autárquicas dos mais pequenos

Procurando evitar equívocos

Faltam apenas algumas horas! Já votou ? »»» 


As declarações de Nuno Ribeiro, do CDS, afirmando que vai ganhar, bem como as Bruno Graça, da CDU, apontando como objectivo o segundo vereador, são normais em campanha eleitoral. Podem porém induzir em erro os eleitores. Prova disso é que Templário, um muito experiente militante político tomarense, já prevê a eleição de dois vereadores CDU, quando os dados históricos disponíveis indiciam o oposto.
Procurando, na medida do possível, evitar equívocos por parte dos candidatos e dos eleitores, Tomar a dianteira 3 reuniu num quadro resumo os resultados das autárquicas dos mais pequenos no concelho de Tomar, desde 1976:

RESULTADOS DAS AUTÁRQUICAS NO CONCELHO DE TOMAR


Perante tais dados, torna-se possível avançar as seguintes constatações indesmentíveis, mesmo se bastante inconvenientes para alguns em período eleitoral. A realidade é dura, mas não há outra, nem narrativa que a possa anular.

A - O Bloco de Esquerda é uma pequena formação bastante recente, quando comparada com as outras. Vai a votos pela quinta vez, nunca tendo ultrapassado os 829 sufrágios. Se vier a eleger um vereador será uma enorme surpresa. Em 2013 ficou aquém dos 600 votos.
B - O PTP estreia-se em Tomar com Américo Costa, conhecido militante ecologista. Caso consiga eleger alguém para a Assembleia municipal, já será uma bela vitória. Ficará decerto aquém dos mil votos para o executivo.
C - A época de ouro do CDS terminou em 1989, último escrutínio em que conseguiu um vereador. Desde então os resultados têm sido uma miséria.
D - Ignora-se em que se baseiam Bruno Graça e a CDU para sonhar com um segundo vereador. O passado da CDU é de altos e baixos no concelho de Tomar. Em dentes de serra, para usar uma expressão comum nas bolsas de valores. Com destaque para a  surpreendente ascensão de 1997, logo seguida pela espectacular queda registada em 2001. Passar de 5,65% para 20,77% e logo depois para apenas 4,78%, é obra! 
E - Se em 1997 a CDU apenas conseguiu eleger um vereador, apesar de ter averbado mais de cinco mil votos, e 21% dos sufrágios expressos, que resultado pensa a CDU conseguir em 2017, para eleger um segundo vereador?
F - Parece pertinente lembrar que a própria eleição de Bruno Graça em 2013 foi afinal, bem vistas as coisas, uma mera questão de sorte, pois a CDU apenas obteve 1.827 votos. Em 1979, com mais votos favoráveis que em 2013 -1.905 contra 1.827- não elegeu nenhum vereador.
G - Para os fins tidos por convenientes, nomeadamente para mostrar que a eleição pela maior de Hondt não é nada favorável aos mais pequenos, eis os resultados de 1997:

PSD  10.916   4 eleitos  43,58%
PS       6.954   2 eleitos  27,76%
CDU   5.203   1 eleito    20,77%
CDS     814         -            3,25%

H - Com todo este histórico, mesmo considerando que "águas passadas já não movem moinhos", será preciso fazer um desenho, para mostrar que o segundo vereador CDU não passa de uma miragem? Que mesmo o primeiro não são favas contadas? 





segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Realismo, humildade, factos, deduções e previsões

Faltam pouco mais de 24 horas. Já votou?

PONTO PRÉVIO

Ensina-se nas escolas de jornalismo e alhures, sendo também mero senso comum, que "Os factos são sagrados, a sua interpretação é livre." Tendo como único limite o respeito total pela verdade. Assim, agora que começa a segunda e última semana de campanha eleitoral, surge como importante tarefa cívica, como dever de cidadania, informar os eleitores, emitindo opinião estritamente factual. Quer isto dizer, publicar conteúdo baseado em factos verificáveis e interpretados com rigor.
Daqui resulta que, mostrando os factos o que mostram, as conclusões podem não ser aquelas que agradam a quem escreve ou lê, sendo porém inevitáveis quando se age com coerência. Importa especificar este ponto, como forma de tentar evitar mal entendidos, do tipo "o gajo quer que o partido perca porque...". Na verdade, o que o autor destas linhas deseja é sempre o melhor para Tomar e para os tomarenses. Que isso nem sempre coincida com os interesses de alguns, não passa afinal de uma contingência da história local...

Factos quimeras e atitudes

O ponto da situação sobre a campanha eleitoral no domingo 24 à noite era este: 1 - Tudo a correr dentro da normalidade; 2 - Pequenos partidos convencidos de que vão eleger pelo menos um vereador, com a CDU a falar em dois; 3 - Alguma esperança de vitória nas hostes do PSD; 4 - Optimismo excessivo entre os apoiantes do PS, persuadidos de que Anabela Freitas vai ganhar com maioria absoluta. 5 - Argumentos para justificar tal crença, A - "O Delgado é fraquito"; B - "Anabela é mulher, entre candidatos homens, o que tem muita influência"; C - "O PS local tem obra feita e vai beneficiar do "efeito geringonça".
Como votante sentimental, ex-eleito e ex-dirigente socialista, também gostaria de estar assim tão optimista. O raio dos factos é que não consentem. Vejamos:


Estes são os dados verificáveis.  O resto é música para adormecer. Que dizem eles?

I - O PS alcançou mais de sete mil votos nas três primeiras consultas eleitorais, entre 1976 e 1982.  Apesar disso perdeu para o PSD/AD em 1979 e 1982;
II - Essas duas derrotas seguidas estiveram na origem da acentuada descida posterior, para apenas pouco mais de quatro mil e quinhentos votos;
III - O meteoro Pedro Marques obteve duas vitórias seguidas, ambas com mais de nove mil votos, sendo que a segunda, em 1993, (há 24 anos!), constitui mesmo o melhor resultado de sempre dos socialistas tomarenses (12.924 votos);
IV - Com o afastamento algo agitado, conquanto justificado, de Pedro Marques, em 1997 o PS entrou manifestamente em crise, a qual se prolongou até à tangencial e inesperada vitória de 2013, com resultados na casa dos cinco mil votos, por vezes até menos;
V - Essa evidente crise do PS propiciou o longo reinado social-democrata em Tomar, que se prolongou entre 1997 e 2013, com evidentes sinais de debilidade na sua parte final.
O que ocorreu nas eleições de 2013 continua por explicar cabalmente, prejudicando a visão das coisas, no que diz respeito a alguns responsáveis socialistas. Olhando para o quadro respectivo, salta à vista que, naquela consulta eleitoral, o PS não ganhou coisa nenhuma. Teve praticamente os mesmos votos de 12 anos antes  -5.479 em 2013, 5441 em 2002. Foi o PSD que perdeu, sofrendo a 2ª maior derrota da sua história, só ultrapassada pela de 1976, (4.336 votos), quando os eleitores ainda andavam medrosos, porque íamos soit disant a caminho do socialismo...
Convém ter presente esta situação assaz singular em política: O PS Tomar obteve sucessivamente, a partir de 1993, 6.954 votos, 5.441, 4.236, 4.756 e 5.479. Ou seja, foi praticamente sempre a descer, com uma ligeira subida final, e apesar disso está agora no poder. Comparativamente, durante esse mesmo lapso de tempo, o PSD registou sucessivamente 10.916 votos, 15.163, 9.995, 7.959 e 5.198. Estes números dão bem a ideia do aparatoso colapso social-democrata em 2013. Caiu de quase oito mil para pouco mais de cinco mil votos. Mostram igualmente que a elevada taxa de abstenção bruta então registada, (abstenção + votos brancos + votos nulos), que ultrapassou os 55 em cada 100 eleitores inscritos, foi provocada por eleitores social-democratas desiludidos, uma vez que os eleitores socialistas habituais votaram todos, segundo mostram os números.
Tendo em conta o que antecede, sem fazer previsões arriscadas, não custa deduzir, baseado nos quadros supra, que:
1 - O eleitorado do concelho de Tomar é maioritariamente laranja.
2 - Não há à priori, em circunstâncias normais, razão nenhuma para o PS vencer, apesar da "obra" realizada, de Anabela ser Anabela e de dizer que tem um projecto para Tomar.
3 - Afirmar nesta altura que o PS vai vencer em Tomar com maioria absoluta não passa de um desejo recalcado. Julgo que ninguém está a ver o PS regressar ao resultado de 1993, mesmo tendo em conta o recente reforço de alguns IpT, entretanto queimados por sucessivas derrotas. E todos os resultados socialistas seguintes são insuficientes para vencer, caso o PSD também recupere, como é lógico e se detalha no ponto 4.
4 - O PSD pode ganhar em Tomar, sobretudo caso a abstenção não ultrapasse os 40%, porque quatro anos volvidos sobre a infeliz candidatura Carrão, os candidatos são outros. Junto com o ex-presidente infeliz, desapareceram de facto os motivos que determinaram o tombo de 2013. A mesma água nunca passa duas vezes debaixo da mesma ponte, pelo que os laranjas podem voltar aos oito mil eleitores e/ou mais, de 2009 e eleições anteriores.

Aqui chegado, as leitoras e  leitores gostariam de conhecer as previsões cá do escriba? Elas aqui vão:

PSD    3
PS       2
CDU   1
CDS   1

Não é o que eu gostaria. Apenas o que se pode arranjar, atendendo aos artistas em cena, aos dados disponíveis e às circunstâncias. A uma semana do desfecho.
Como usava escrever o socialista Vítor Cunha Rego "As coisas são o que são".

domingo, 24 de setembro de 2017

Que gente!

Já votou? »»»

O nosso colega Tomar na rede publica as reclamações dos três candidatos que a Rádio Hertz não convidou para um debate de duas horas, marcado para esta segunda feira, mas entretanto anulado. Ou sou eu que vivo num casulo algures noutro mundo, ou os referidos candidatos estão muito lá para trás em termos de liberdades fundamentais. Porque afinal que reclamam eles? Que não os discriminem. E o que entendem eles por discriminação? Que não os convidem todos para todos os debates. Nem mais! Não lhes passa pela cabeça que convidar unicamente os candidatos dos partidos que estão representados no executivo não é absolutamente nada discriminatório. Tal como não o seria convidar unicamente os candidatos das formações que tem vencido as eleições. Apenas selectivo, de acordo com um critério objectivo, que tem em vista aumentar o interesse dos debates, como forma de tentar reduzir a crescente tendência abstencionista.
Acossada e acusada, a Rádio Hertz anulou o debate. A meu ver mal. Porque, mais tarde ou mais cedo, alguém terá de aceitar ir até onde for possível, para suscitar uma querela judicial, a qual fará jurisprudência. Tomar a dianteira não está em posição de o fazer por não ser um órgão de informação registado, nem ter jornalistas ao seu serviço. Haverá algum voluntário para o sacrifício?
Que todos os candidatos sejam tratados equitativamente, estou absolutamente de acordo. Todos têm iguais direitos. Isso não significa contudo, defendo eu, que todos tenham de participar em todos os debates, uma vez que já nem estão sequer em todas as entrevistas, nem tal seria exequível. Acresce que os debates com todos os cabeças de lista não passam afinal, forçosamente, de entrevistas colectivas, com todos a responderem às mesmas perguntas. É a isto que em Portugal chamam debates? Cá por mim, continuo persuadido que um debate é um confronto de ideias entre dois ou mais cidadãos, que não se limitam a responder a perguntas. Estarei enganado?
Das três entidades queixosas, assim à primeira vista e tendo em conta 43 anos de experiência democrática portuguesa, só uma tem de facto alguma hipótese de aceder ao executivo, porque já em tempos lá teve um eleito. As outras duas nunca passaram nem passam de simples cabotinos que, mesmo sem qualquer espécie de discriminação, dificilmente conseguirão em Tomar mil e quinhentos votos em conjunto, num universo de 35 mil. Ou seja, andam apenas a tentar chatear o pessoal, protegidos por uma lei já há muito caduca. Como muitas outras coisas por estas bandas atlânticas.
Domingo à noite cá estaremos para conferir. Entretanto só resta uma exclamação possível: Que gente!

Política à moda do país que somos

Rádio Hertz forçada a anular debate a 3


Faltam dois dias. Já votou ? »»»

Quem seguiu presencialmente, ou ouviu os dois debates gémeos com os seis candidatos, aqui comentados, sabe bem que, tudo bem espremido, aquilo não deu grande coisa. Nem podia ser de outra maneira. Cada candidato sabe ao que vai. Limita-se a debitar aquilo que previamente foi acordado com os seus apoiantes mais próximos. Outra coisa seria uma série de debates cara a cara, mano a mano, enfrentando directamente o outro concorrente enquanto contraditor.
De forma patética, porque estamos num país onde praticamente tudo está regulamentado, quase como na China, também as campanhas eleitorais  têm as suas leis, o seu regulamento e a sua polícia, que dá pelo nome de CNE. De acordo com os ditames dessa gentinha, que parece viver ainda no século passado, estão proibidos os debates a dois, em nome da equidade. Por outras palavras, qualquer debate público deve englobar todos os candidatos. O que dá aquelas salganhadas que temos visto e ouvido por aí, sobretudo nas grandes cidades, onde há mais candidatos porque também há mais a sacar.


 A Rádio Hertz procurou contornar o problema, planeando um debate de duas horas para a próxima segunda-feira, dia 25, entre Anabela Freitas, José Delgado e Bruno Graça. Não sendo o ideal, já era bom. Foi porém uma esperança efémera. Houve logo queixa da parte daqueles que, ou nunca elegeram, ou não elegem ninguém para o executivo municipal, há mais de 30 anos. Não passam portanto de meros animadores de pista. Mas que têm a lei obsoleta do seu lado. E a Rádio Hertz foi forçada a anular o referido debate. (Ler mais aqui)
Perante coisas assim, depois ainda se surpreendem que, na prática, só vá votar um eleitor em cada dois. O que mais tarde pode muito bem vir a resultar numa outra lei -a do voto obrigatório. Pelo andar da carruagem....
A título de mera hipótese, vamos supor que uma dada entidade, Tomar a dianteira 3, por exemplo, resolvia convidar os cabeças de lista das duas formações que em Tomar têm ganho todas as eleições desde o 25 de Abril, para um almoço algures em Espanha, seguido de uma visita guiada comparativa, e de um debate de duas horas, a transmitir directamente para Portugal via Net. Supondo que os candidatos aceitavam, -o que está por demonstrar, por razões óbvias- e tendo em conta que a Lei eleitoral portuguesa logicamente não se aplica em Espanha, o que aconteceria? Proibiam a difusão do debate? Como? Multavam Tomar a dianteira 3 e os dois candidatos, por terem praticado algo que em Espanha não é proibido, nem está regulamentado da mesma forma? Puniam por actos praticados no estrangeiro?
A população portuguesa há anos que não cresce. Se o ridículo matasse, muito provavelmente já seríamos menos de metade.

Insólito



Assim vai a China
Já votou?



"PEQUIM - Agência France Presse - As bonecas sexuais de aluguer, lançadas com pompa e circunstância há uma semana, já foram retiradas do mercado. A empresa incriminada apresentou as suas desculpas pela "influência perniciosa" do seu projecto. Touch, uma empresa chinesa de venda de artigos eróticos, indicou num comunicado que tenciona doravante "procurar activamente meios mais sãos e harmoniosos para apimentar a vida sexual dos chineses".
A empresa tinha lançado o seu sistema de aluguer de bonecas sexuais na passada quinta-feira. Entretanto foi notificada pela polícia e forçada a suspender esse seu negócio, noticiou o jornal pequinense Beijing new. Antes desta interdição, Touch facultava aos clientes a possibilidade de encomendarem por telefone as suas bonecas sexuais, tal como se fosse uma entrega de pizzas. A empresa propunha um catálogo com vários modelos, que iam da enfermeira à princesa, passando pela heroína em mini-saia, armada com uma espada e um escudo. (Clique na foto para ampliar)
As meninas em silicone até podiam ser entregues já "pré-aquecidas", ou mesmo equipadas de um emissor, capaz de difundir sons apropriados durante a utilização, tudo mediante um custo suplementar. A tarifa mínima para estas "namoradas partilhadas" - tal como as designava a empresa fornecedora- era de 298 yuans = a 38 euros por noite, mais os eventuais suplementos antes indicados.
A empresa declarara, aquando da apresentação do serviço, que o mesmo podia vir a satisfazer as necessidades sexuais de milhões de varões chineses, forçados ao celibato devido ao forte desequilíbrio homens-mulheres existente na população.
"Lamentamos informar que Touch suspende a sua oferta de namoradas partilhadas", informou a empresa, através de um comunicado difundido nas redes sociais na passada segunda-feira. "A nossa intenção era sobretudo que as pessoas pudessem aceder à experiência do prazer erótico... ... ...mas logo após o lançamento da oferta na Internet, a mesma desencadeou grande atenção da sociedade tendo suscitado um debate intenso, num período extremamente sensível", reconheceu a empresa.
Touch refere-se ao congresso quinquenal do Partido comunista chinês, marcado para 18 de Outubro, que constitui tradicionalmente um importante encontro político, o qual se desenrola sempre num ambiente bastante delicado na China."

(Tradução e adaptação de António Rebelo, UPARISVIII)

sábado, 23 de setembro de 2017

Só por sentimentalismo...

Faltam 3 dias para terminar a sondagem. Já votou ? »»»

Um dia destes, alguém usando nome suposto com aparência de verdadeiro, mandou um comentário exaltado aqui para o Tomar a dianteira. Nele manifestava a sua indignação por se ter insistido na necessidade imperiosa de os candidatos apresentarem cada qual o seu programa, quando afinal o autor destas linhas veio depois admitir que em 1 de Outubro vota socialista por sentimentalismo. Compreende-se o descontentamento da criatura, que apoia outra candidatura e nunca foi um primor de democrata. Sucede contudo que, ao dizer que voto por sentimentalismo, estou tão só a lamentar que desgraçadamente não haja qualquer escolha real entre os seis candidatos. São todos pessoas honradas, honestas, inteligentes, competentes e bem intencionadas. Mas nenhum tem, na minha pobre opinião, aquele fulgor, aquela paixão, aquela vontade de acertar, que caracterizam os grandes políticos. Há, em certo sentido, uma excepção -Bruno Graça, cuja entrega à causa pública e cujas capacidades são sobejamente conhecidas. Infelizmente, o modelo de sociedade que ele procura implementar não é aquele que eu desejo, e já não tenho idade para "compagnon de route". De resto, bem vistas as coisas, a CDU tem tantas hipóteses de vencer as autárquicas em Tomar como eu de vir a ser cardeal. Donde resulta que, em certo sentido, os votos na CDU, como em qualquer outra pequena formação local, são votos de consolação ou votos perdidos. Animam os  militantes e simpatizantes, em conjunto com a conhecida "música" dos amanhãs que cantam, porém não contam efectivamente. A não ser para eleger um vereador, como vem sucedendo desde 74, com algumas interrupções.
Quanto aos restantes cinco concorrentes, procurando evitar uma prosa demasiado alongada, fico-me por um deles. Assim de forma indefinida, posto que a todos desejo boa sorte e muitos votos, o que implica não os atacar nominalmente. Somos todos tomarenses e por isso boa gente, como dizia o António Cartaxo da Fonseca.
Resultado de imagem para imagens da árvore das patacas

Durante um dos dois recentes debates gémeos, falando de forma fortuita sobre turismo, alguém disse esta coisa extraordinária (cito de cor, portanto de forma aproximada): -"Temos de escolher se queremos turistas de excursão, desses que vão ao Convento e partem, ou turistas daqueles que ficam duas noites ou mais." Santa ignorância! Em matéria de turismo, como bem sabem os profissionais competentes e os estudiosos da matéria, ninguém está em posição de escolher seja o que for. Excepto os próprios viajantes. Por conseguinte, a afirmação supra não passa de uma falácia intrujona, para tentar embarrilar eleitores.
O que as autarquias podem e devem fazer é criar infraestruturas de acolhimento que possam contribuir em simultâneo para agradar aos turistas e levá-los a consumir mais cá na terra, ao mesmo tempo que satisfazem o bairrismo dos residentes mais conscientes. Mas isso, as sucessivas câmaras tomarenses já demonstraram não saber nem querer aprender como se faz. Falta quase tudo em matéria de acolhimento, designadamente organização, planeamento, estacionamento, sinalização, informação competente e instalações sanitárias. Quando mesmo assim se consegue episodicamente atrair algumas dezenas de milhares de forasteiros, deixam-nos ir embora sem beneficiar de forma plena com a sua curta estada, uma vez que nada cobram, além de alguns lugares de estacionamento. Assim sendo, qual o interesse de semelhantes eventos? Promover Tomar? Mas promover o quê e para quê? Vamos continuar a insistir nas políticas municipais seguidas até agora, as quais se assemelham à antiga agricultura, que era a arte de empobrecer alegremente? Faz algum sentido nos tempos que correm que a Festa dos tabuleiros custe cerca de 300 mil euros aos cofres da autarquia, que foi quanto custou a última edição? Não seria melhor planear e aplicar outro modelo organizativo, susceptível de facultar entre um e dois milhões de euros de receitas? É muito complicado? Pois é! Mas aguardam o quê? A descoberta de nova árvore das patacas, que venha desempenhar o papel da antiga guarnição militar?
Ganhem mas é juízo! E mudem de óculos ideológicos, caso tenham consciência do que isso seja.
Desejo a todos uma boa campanha eleitoral e óptimos resultados, apesar de tudo. Amém!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Desmazelo, sujidade e óleos rançosos


Já votou ? 

Todas as empresas carecem de uma licença governamental, ou de um alvará camarário, para poderem operar, servir os seus clientes. A posse dessa licença, governamental ou municipal, implica que a entidade sua detentora cumpra determinadas normas legais, entre outras na área da higiene. Da limpeza mais concretamente. Como se explica então que a empresa encarregada da recolha dos resíduos sólidos e líquidos no concelho de Tomar possa continuar a utilizar recipientes como estes?: (Clique sobre a imagem para ampliar.)









Os exemplares fotografados, que são a quase totalidade dos existentes na cidade, mostram bem o estado de desleixo, de falta de respeito pelos cidadãos a que chegou a citada empresa. Há quanto tempo é que estes contentores não são limpos nem desinfectados?  Há quanto tempo é que a calçada circundante não é lavada? Assim como estão, imundos e a cheirar a ranço, até num bairro de Bombaim, Nairobi ou Tegucigalpa seriam uma vergonha. Quanto mais agora na Europa, mesmo do sul.
Tratando-se de uma empresa contratada pela Câmara de Tomar, durante quanto  tempo mais vai a nossa autarquia consentir este gritante desmazelo, esta evidente pouca vergonha e falta de respeito pelos cidadãos pagadores de impostos e taxas municipais?
Pensarão que só lhes cabe receber, devendo a autarquia ou os munícipes pagar e executar as tarefas ? Julgarão que o facto de darem emprego ao anterior presidente da câmara os isenta do cumprimento das suas obrigações contratuais? Será apenas o resultado inevitável de terem administradores a mais e trabalhadores a menos? 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Mazelas tomarenses

Lá se foi a hipótese de uma praia fluvial
Já votou ? 

Noticiou-se aqui que estavam umas boas carradas de boa areia há largos meses, ali ao lado da igreja de S. Francisco, no local onde esteve a messe militar. Aventou-se a hipótese dessas carradas de areia estarem  ali apenas a marcar lugar para as previstas obras de requalificação da Várzea grande, porém com a secreta esperança de que se destinariam a uma praia fluvial algures nas proximidades. Por exemplo naquela piçarra em pleno Nabão, junto ao acampamento cigano.
Diga-se de passagem que até não seria má ideia, não fora dar-se o caso de quem manda partir do princípio que todos tomarenses são ricos o suficiente para todos os verões irem para as praias. Decerto por isso, o programa de requalificação da Várzea grande não prevê nada semelhante, o do Flecheiro também não e as promessas eleitorais tão pouco.
Entretanto, fosse porque fosse, alguém da autarquia terá pensado melhor (ou pior, depende dos pontos de vista), e a areia lá se foi. Para onde? Boa pergunta!


Sobre a sondagem de Tomar a dianteira

Já votou ? Está à espera de quê ?

A cinco dias do final da sondagem que está a decorrer aqui em Tomar a dianteira, só duas formações políticas estão (ainda ?) muito aquém do resultado conseguido em Julho passado. Essas formações são o PS e o PSD, com relevo para aquele. A que se devem estes resultados inesperados? Evidente falta de capacidade mobilizadora? Simples táctica? Boicote? Aguardam pelos últimos dias?
Seja qual for a resposta, trata-se de uma situação assaz insólita, na qual (só até agora?), a CDU é a formação mais votada, quando é sabido que no concelho obteve apenas 9,19% dos sufrágios nas últimas autárquicas, estando nesta altura com 24%, contra apenas 8% em Julho passado. Produto da reconhecida militância do PCP? Reconhecimento do trabalho autárquico de Bruno Graça? 
É incontroverso que em Tomar, salvo terramoto eleitoral, ninguém acredita na vitória final da CDU. Mas às vezes há coisas...

Obras parcelares nos Pegões

Já votou ?

Há obras parcelares de consolidação nos Pegões, cujo estado geral é cada vez mais preocupante






Decorrem nos Pegões obras de limpeza e consolidação de alguns pilares, que ameaçavam ruína. Embora o aqueduto faça parte do Convento de Cristo, cujas receitas revertem para o Ministério da Cultura - DGPC, é a actual câmara que está a assumir os custos, num montante da ordem dos 300 mil euros.
Apesar deste esforço muito meritório da autarquia tomarense, o estado geral do também chamado Aqueduto filipino é cada vez mais preocupante. Necessita com urgência de limpeza, requalificação, delimitação da sua zona de protecção, (que é propriedade pública), e que finalmente a água volte a correr entre as nascentes e o laranjal do Convento de Cristo. Vai custar milhões, mas vale a pena, para restabelecer um ecossistema multicentenário, que beneficiará também a Mata nacional dos sete montes, igualmente propriedade do estado.








(Clique nas fotos para ampliar)