segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A realidade ficcionada



"Segundo a conclusão a que conseguiu chegar, terá havido duas tentativas para que recorresse aos tribunais contra a gerente. A primeira, consistiu em ultrapassar largamente, de forma deliberada e sem qualquer justificação plausível, o prazo fixado na Lei, que é de dez dias. Para irritar o cliente. A outra foi mais maquiavélica. Pretendeu-se fazer crer à gerência que o cidadão requerente já fora avisado, quando tal não era o caso, como se veio a descobrir de modo fortuito..
De forma que, você que leu até aqui, doravante já sabe: Quando quiser tramar uma gerente de que não goste por qualquer razão, apresente-lhe como idóneos factos que são mentirosos. Alternativos, na linguagem trumpista. O tempo e os outros farão o resto. E a vítima acabará murmurando, uma vez mais, que algo terá falhado em todo o sistema, pelo que se irá proceder à abertura de um processo de averiguações." Recorda-se de já ter lido isto algures, não recorda? Exactamente! Foi aqui mesmo. Confesse que ficou com a impressão que se tratava de uma brincadeira, de um texto acriançado, não foi isso? Não tem mal. Cada um é livre de interpretar como bem entende aquilo que lê, ouve ou vê. O problema é que, neste caso, o texto é mesmo sério, apesar de antecedido por uma advertência prévia, na qual é classificado como de ficção. por motivos óbvios. Quer uma prova disso? Ela aqui vai:
"Anabela Freitas disse, então, que não cabe à presidente controlar a data em que as respostas são dadas, considerando que «para isso servem os dirigentes e demais funcionários», admitindo que possa haver lugar para outras situações do género, ou seja, cidadãos à espera de respostas a requerimentos… e os respectivos processos na gaveta."
Está a ver como estas coisas são? Quer ler o texto completo? Pois basta clicar aqui. Temos assim que a senhora presidente sabe muito bem tudo o que se passa nos diferentes serviços da autarquia que lidera. Apesar disso -tanto quanto se pode constatar- nada faz para alterar o que não está bem. Nomeadamente os vetos de gaveta. Porque não quer? Porque não pode? Porque lhe falta coragem? Porque lhe faltam apoios?
Dito isto, limito-me a duas curtas interrogações: Quem é amigo, quem é? Quem é que lhe explica o que vai pela actualidade autárquica, sem áreas reservadas?
Não tem nada que agradecer. Limito-me a tentar cumprir o melhor que posso e sei o meu dever de cidadania. Mesmo a sete horas e meia de avião. E ficarei muito contente quando vier a saber que você lá se resolveu finalmente a fazer outro tanto. Tomar precisa de todos os seus filhos. Sobretudo  dos que a amam sem esperar dividendos.
Haja saúde, que bem precisamos dela, numa terra cada vez mais depauperada por galifões de toda a ordem, pela incompetência e pela cobardia política.

Deveres e direitos

Foto Eric Feferberg/AFP/GETTY Images

“Quero reduzir a imigração ao mínimo possível, organizando-a por quotas, em função das nossas necessidades económicas e da nossa capacidade de integração. E a todos aqueles que decidirmos acolher, quero que lhes digamos, com precisão e transparência, aquilo que exigimos deles: que exerçam um trabalho, que aprendam a nossa língua e que respeitem as nossas regras”, disse depois de afirmar que “na República francesa os estrangeiros têm deveres antes de poderem reclamar os seus direitos“. “É uma questão de unidade nacional, mas é também uma questão de respeito, como quando estamos na casa dos outros e não  lhes impomos as nossas regras”, acrescentou." Ler mais aqui.

Acossado num caso de alegados empregos fictícios da sua mulher, o antigo primeiro-ministro francês François Fillon, agora candidato presidencial da direita moderada, escolhido em eleições primárias bastante concorridas, adoptou a velha táctica desportiva: a melhor defesa é sempre um bom ataque. Num comício em Paris, ousou finalmente proclamar alguns princípios em relação aos emigrantes que escolhem a França para viver. Um  desses princípios -fundamental- consiste em cumprir os seus deveres antes de poder reclamar os seus direitos.
Sendo Tomar a dianteira 3 um blogue de assuntos tomarenses ou relacionados com Tomar, não vou alargar-me sobre a França e os emigrantes, embora o pudesse fazer com algum conhecimento de causa, por ter sido esse o meu estatuto durante perto de dez anos e por ser também cidadão francês. Mas não. Puxei este tema apenas por causa da frase "na República francesa os estrangeiros têm deveres, antes de poderem reclamar os seus direitos".
Na República portuguesa, digo eu, não são só os estrangeiros que têm deveres antes de poderem reclamar os seus direitos. São também e sobretudo os funcionários públicos, tanto os da administração central como os das autarquias. E felizmente é esse o caso da grande maioria dos servidores da República Portuguesa. Mas há sempre umas ovelhas negras, que alguns apelidam também de ranhosas. Não vou por aí.
Um desses casos é o da Câmara de Tomar. Quem já teve a desdita de necessitar recorrer aos serviços da autarquia nabantina, a nível um pouco acima do balcão de atendimento, sabe bem do que estou a falar. Regra geral, a menos que previamente recomendado e/ou abençoado, o requerente é recebido como um intruso que ousa vir incomodar, assim quebrando a merecida paz dos deuses. Tal clima é tão corriqueiro e consensual que praticamente já ninguém reclama, tanto mais que os eventuais protestos também não teriam qualquer utilidade prática. A prudente cobardia dos eleitos, tolhidos pela dependência dos votos, assim o determina.
Eu próprio, com dezenas de anos de experiência local, só me dei plenamente conta do triste estado de prepotência da parte de alguns funcionários da autarquia tomarense, quando aqui há tempos me dirigi à Câmara de Coimbra, para fazer um favor a amigos.
Confesso que ia preocupado, uma vez que não dispunha de qualquer recomendação e não conhecia ninguém naqueles serviços. Mas Coimbra é positivamente outra coisa. Se calhar porque têm um prestigiada Universidade há séculos. Seja como for, a verdade é que fui recebido como mandam todas as regras. Conversei com dois arquitectos e outros tantos engenheiros, todos ligados aos serviços do centro histórico. Consultei planos e cartas topográficas, obtive informações e esclarecimentos vários, tudo num clima amistoso, de franca colaboração. À saída pensei para comigo: Ah se em Tomar todos fossem recebidos assim pelos senhores técnicos superiores da autarquia, certamente que a população não estaria a ir-se embora nem a cidade a regredir!
Convém portanto ter sempre presentes as palavras de François Fillon em relação aos estrangeiros residentes: "têm deveres, antes de poderem reclamar os seus direitos." Exactamente como os funcionários superiores e outros da Câmara de Tomar, que têm o dever de pontualidade, o dever de assiduidade, o dever de honestidade, o dever de lealdade, o dever de dizer sempre a verdade, o dever de imparcialidade, o dever de ajudar os eleitos e os munícipes, sem estar sempre na mira de benesses, porque são servidores públicos. Só depois poderão então exercer os seus direitos (emprego vitalício, 35 horas, férias pagas, feriados, pontes, isenção de horário, tolerâncias de ponto, despesas de representação...).
Enquanto assim não acontecer na autarquia nabantina; enquanto nela persistir a arte de sacanear ardilosamente, tendo em vista transformar os cidadãos requerentes em vacas leiteiras, a situação irá de mal a pior. Infelizmente para todos. Incluindo para os seus principais causadores porque, como escreveu recentemente Miguel Tamen, 
"A marca infalível do estúpido é achar que é inteligente; e a marca infalível do muito estúpido é achar que faz parte de uma reduzida minoria de pessoas inteligentes."


domingo, 29 de janeiro de 2017

Comparando...


Foto Octávio Passos - Lusa

A imagem é de ontem e foi publicada no Observador online. Nela pode ver-se Passos Coelho falando num evento autárquico. No púlpito pode ler-se "FERNANDO MENDES - AROUCA - A PREPARAR A MUDANÇA". 
Trata-se portanto do presidente do PSD numa cerimónia de apoio ao candidato do partido à Câmara de Arouca, uma vila do distrito de Aveiro, com 20.676 eleitores inscritos (Tomar ainda tinha, em Janeiro do ano passado, 36.266 eleitores inscritos. Actualmente não sei quantos ainda restam.)
No actual mandato, o concelho de Arouca é governado pelo PS, com 5 vereadores, contra apenas 2 do PSD.
Temos assim que, numa pequena vila do norte do distrito de Aveiro, na qual o PSD é largamente minoritário, já há um candidato laranja em pré-campanha. E uma pré-campanha visivelmente preparada e adiantada, pois até já tem como lema eleitoral "A preparar a mudança". Talvez por isso, conseguiram que o lider do partido lá fosse apoiar a candidatura.
Em Tomar, terra de pergaminhos e de gente que se considera muito importante, é o que está à vista de todos. O PS anunciou a recandidatura há meses e ficou-se por aí. O CDS anunciou a candidatura e publicou um manifesto eleitoral que ignoro se alguém leu. O PSD acaba apenas de anunciar o seu candidato. Os IpT e a CDU continuam em cauteloso silêncio.
Depois admiram-se que o progresso esteja cada vez mais longe daqui. É a velha história do quem não trabuca, não manduca. No caso, quem não trabalha, não amealha.
Sem trabalho atempado e adequado, não surpreende que a população nabantina se afaste cada vez mais das eleições autárquicas, conforme noticia a Hertz.
Pobre terra!


O escrito e o lido, ou dois em um

Ao que parece, no meu escrito A confirmação de Boavida, alguns leitores leram o que lá não está. O que eu não escrevi. Não é grave e acontece com frequência. Já lá vão mais de quatro décadas quando me sucedeu pela primeira vez. 
Num seminário de doutoramento em Economia Política/Economia do Turismo, na Universidade de Paris VIII - Vincennes, um dos 16 doutorandos participantes, discordou de vários aspectos do então rascunho da minha tese. Surpreso, argui que nada do que ele criticara lá estava escrito, pois não fora isso que eu pretendera expressar. Deu-me razão, mas concluiu dizendo que o fundamental era aquilo que o leitor interpreta, não aquilo que o autor escreve.
A outro nível, numa outra matéria, volvidos mais de 40 anos, eis-nos num caso semelhante. Ao que percebi, no escrito em causa terei cometido dois erros políticos  -assim uma espécie de dois em um. 1 - Apoiei a candidatura de Luís Boavida; 2 - Disse que ele vai ganhar. Julgo não ser isso que está no texto citado. Mas posso estar equivocado. Vamos aos factos.

Francisco Sá Carneiro na fila para votar, pela primeira vez em democracia. Qual a relação com o texto?
Parto do princípio que, caso Sá Carneiro fosse vivo e habitasse em Tomar, certamente votaria Boavida.

Antes de mais, não disse que Boavida de certeza vai ganhar. Limitei-me a vaticinar, tendo em conta os elementos até agora disponíveis, que o candidato laranja está praticamente condenado a ser o vencedor, salvo qualquer imprevisto grave. Que elementos são esses? A formação académica, a experiência profissional, a agenda pessoal, a implantação nas estruturas associativas concelhias, o facto de ser a sua estreia política, o partido pelo qual concorre ser a usual alternativa local e, sobretudo, porque é funcionário superior da autarquia a cuja presidência se candidata.
Se as circunstâncias fossem outras, talvez a candidata socialista pudesse ter algumas hipóteses. Infelizmente para ela, para além das sucessivas e infelizes trapalhadas em que se envolveu ou a envolveram, seguiu os ditames do seu partido: apoio aos funcionários da autarquia, aos presidentes de junta, aos pensionistas e às colectividades, porque são as principais fontes concelhias de votos. Ora Boavida, funcionário como ela, mas interno, por assim dizer, tem mais experiência, está muito melhor introduzido e posicionado para conseguir o voto desses eleitores, que se habituaram a contactá-lo na autarquia ao longo dos anos, sabendo muito bem como as coisas funcionam. Na política local, quem se engana no voto, tarde ou nunca consegue reparar o erro. Por conseguinte, no estado actual das coisas, a vitória de Boavida parece-me de longe a mais provável em Outubro próximo.
Quanto ao meu alegado apoio à sua candidatura, trata-se de um evidente abuso de linguagem. Não é por vaticinar a sua vitória, baseado em factos para mim evidentes, que sou forçosamente seu apoiante. Limito-me a ser sincero, transmitindo como vejo a situação. De resto, nesta altura do campeonato, antes de conhecidos os programas e as listas completas, não sou apoiante de ninguém. Como tão pouco sou apoiante do frio, o que não obsta a que preveja que vai durar pelo menos até ao final de Fevereiro,  sem correr o risco de me enganar. 
Estamos entendidos agora?

sábado, 28 de janeiro de 2017

Isto assim nunca mais melhora

Já se esperava que a indicação do candidato laranja  incomodasse muita gente. Qualquer que fosse a escolha. Mas nem eu imaginei que as reacções pudessem ser tão nojentas logo no início. Falo livremente, pois como é sabido até apoiei neste blogue a candidatura de Lourenço dos Santos. Dito isto, tenho de reconhecer, como já fiz no escrito anterior, que Boavida é para já, salvo algum grave acidente de percurso, o previsível vencedor em Outubro próximo.
A quem mais incomoda esta situação?  Logicamente, ao PS, que não quer perder o poder. E à CDU, que deseja renovar a coligação, única maneira de ter algum poder. Há, é certo, os outros candidatos, que no entanto, salvo surpresa das grandes, não contam em termos de vitória. Donde resulta, por conseguinte, que qualquer reacção menos equilibrada à candidatura Boavida é naturalmente atribuída a dirigentes e militantes das duas agremiações políticas citadas. Mesmo que nada tenham a ver com o assunto, ninguém acreditará, salvo os próprios.
Nestas condições, como interpretar estes dois comentários, ambos pestilentos e tremendamente doentios:
Anónimo27 de janeiro de 2017 às 12:10
Muito boa pessoa mas não tem perfil para presidente. Ninguém fala das facturas escondidas, porquê?????
Boavida - Candidato em situação instável e preocupante envolto num sentimento de grande pessimismo.Vai ser uma campanha de grande conflito e deverá ser responsabilizado pelos graves danos causados a Tomar. Começam já a ser enumerados os "buracos" em que esteve envolvido.
Ambos os comentários podem ser lidos no seu contexto aqui. O negrito é de Tomar a dianteira.
Qual a intenção de merdas como estas, ainda por cima anónimas. Que oficina partidária local engendra nódoas assim? Ou trata-se simplesmente de um qualquer desequilibrado mental? Liberdade de expressão? Todos os que a defendem e sempre assim agiram, só podem ficar envergonhados com tais exemplos. É para isto que serve afinal a liberdade?
Quem acompanha estas coisas da política tomarense com algum conhecimento e assiduidade, sabe bem que os eleitores nabantinos estão a ficar cada vez mais agoniados em relação às eleições locais. Com toda a razão. Para se ter uma ideia mais precisa, publica-se um pequeno quadro recapitulativo. Na primeira coluna a percentagem de abstenções no concelho de Tomar, na segunda a percentagem de abstenções + votos brancos + votos nulos:
Autárquicas 2005------------------38,99%---------45,13%
Autárquicas 2009------------------41,21%---------45,85%
Autárquicas 2013------------------46,70%---------55,62%
Presidenciais 2016----------------48,3%-----------50,94%
Fonte: clicar aquimais aqui, mais aqui
Os dados oficiais não enganam. Em dez anos, a percentagem de abstenções aumentou 10%. E o problema é mesmo tomarense. Em 2013, praticamente 56 em cada 100 eleitores ou se abstiveram ou se recusaram a escolher qualquer candidatura (4,73% votaram branco e 4,19% votaram nulo), mas em 2016, nas presidenciais, esse total baixou para 51, com apenas 1,38% a votar branco e 1,26% a votar nulo. É uma grande diferença comportamental! E, no meu entendimento mostra, sem margem para dúvidas, que os tomarenses com estômago para actos eleitorais locais são cada vez menos. 8,92% votaram branco ou nulo nas últimas autárquicas, em 2013, mas apenas 2,64% fizeram o mesmo nas presidenciais de 2016. O que não prenuncia nada de bom.
Em consequência, penso que este ano a questão central é esta: Anabela Freitas deve ser julgada pelo que fez, pelo que não fez, por aquilo que deixou fazer e pelo programa que apresentar. Já Boavida só poderá ser julgado pelo projecto que apresentar. O resto só dentro de 4 anos, uma vez que nunca concorreu nem foi eleito, pelo que não tem que prestar contas. A não ser, eventualmente, à justiça, caso tenha cometido qualquer delito. Que se saiba, mesmo nos "jornais de café", nada consta.  O resto são apenas tentativas mais ou menos calhordas para tentar iludir e baralhar e assim manipular o eleitorado. O qual, como se viu acima, dá sinais evidentes de estar farto de palhaçadas, de ilusionistas e outros vendedores de banha da cobra.
Nestas condições, alarmado e triste com a situação presente e com o que ela deixa antever, faço um apelo solene. Na zona, o único abrigo seguro para os praticantes do assassinato político a coberto do anonimato é o Tomar na rede. E os eleitores tomarenses vêm demonstrando não ter paciência para tal prática. Por conseguinte, ou Tomar na rede passa a aceitar e publicar unicamente comentários identificados, pelo menos pelo seu administrador, ou a sua credibilidade irá desaparecendo pouco a pouco, à medida que a situação política local se for agravando. E poderá mesmo vir a ter problemas com o poder judicial. Porque em caso de tranquibérnia grave, quem assume é sempre o administrador, conforme tem acontecido, nomeadamente em França.
Portanto, o apelo aqui fica: Acaba com os anónimos cobardes, Zé! Os tomarenses de alma e coração agradecem.

anfrarebelo@gmail.com

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A confirmação de Boavida

Após meses de indecisão pelo menos aparente, o PSD Tomar lá se resolveu a entregar a carta a Garcia. Indicou o seu cabeça de lista para a Câmara, que será Luís Boavida. Com ele vão José Delgado e Célia Bonet. João Tenreiro foi realista e, segundo informações fidedignas, será o cabeça de lista para a Assembleia Municipal. Confirmou-se aquilo que eu temia: Uma futura escolha entre jovens, bem falantes, educados, urbanos, especialistas em inaugurações, festas, comícios e bebícios. E funcionários públicos, com a inerente mentalidade de funcionários públicos. Aquela ideia de fundo segundo a qual o Estado é que deve providenciar e os cidadãos remediados e/ou ricos é que devem pagar. Os outros, coitadinhos, devem ser ajudados e protegidos, tal com os funcionários públicos no activo, que são cada vez mais. Quanto aos empresários, investidores ou especuladores, são todos uns malandros que devem ser afastados da pureza tomarense, custe o que custar. E os eleitores que trabalham no sector privado são todos de pouca confiança. Excepto naturalmente os do partido. Refiro-me à generalidade dos candidatos tomarenses. Meio século de regime ditatorial e quase outro tanto de asneiras nas candidaturas e nas urnas, deram nisto.
No que ao PSD respeita, não por Boavida ser má pessoa. Sei bem que não é. Pelo contrário. É mesmo o melhor especialista do PSD local no "roteiro da carne assada", para usar a feliz expressão do seu ilustre companheiro e ex-secretário de Estado, José Eduardo Martins. O que o qualifica decisivamente para ganhar as próximas eleições, sendo a realidade política tomarense aquilo que na verdade é.

Resultado de imagem para fotografias de Luis Boavida
Foto Tomarnarede, a quem agradecemos. 

Usando da minha habitual frontalidade, creio poder dizer que, salvo imponderáveis no ainda longo caminho a percorrer, em Outubro próximo os tomarenses poderão observar o fenómeno inverso do ocorrido em 2013. Nessa altura, Carlos Carrão, outro especialista no roteiro da carne assada, porém desprovido de bagagem académica, perdeu inesperadamente, porque demasiado onerado pelos sucessivos e clamorosos erros dos eleitos do seu partido, os quais culminaram com a sua insensata escolha. Pois nas próximas autárquicas, antevejo que será o PS a perder para os sociais-democratas, porque fortemente causticado pelas sucessivas confusões do mandato de Anabela Freitas, que entretanto até cometeu o erro de afastar o estratego das campanhas socialistas anteriores. E estratégia, sobretudo política e prática, não é coisa que se aprenda assim do pé para a mão.
Caso, como penso, o ex-chefe da Divisão Financeira da Câmara de Tomar, venha a ser o seu próximo presidente, aí começarão os seus problemas e continuarão os dos tomarenses. Infelizmente. Com efeito, reconhecendo embora as suas muitas capacidades, não o vejo com arcaboiço anímico para confrontar os seus colegas de trabalho de mais de 20 anos com a gravidade da situação local, a exigir há muito que, mais cedo ou mais tarde, o município tenha de reduzir acentuadamente as suas despesas, como forma de aliviar depois tarifas, taxas e atitudes que estão na origem da cada vez mais evidente hemorragia populacional do nosso concelho, que aos poucos se está a esvair.
Uma vez que a referida redução das despesas terá de incidir sobretudo na área dos recursos humanos, dado não ser de todo aceitável, ou sequer confortável para os seus gestores, que uma câmara gastando 40% do seu orçamento com pessoal, lute mesmo assim com falta de trabalhadores, ou Boavida tem coragem para enfrentar o problema, ou opta por continuar na senda de Anabela Freitas, que escolheu a política do faz de conta nessa área fulcral. A seu tempo saberemos. Como habitualmente, demasiado tarde para emendar o voto. Mas que fazer, quando não há qualquer escolha, visto que, embora uns mais iguais que outros, são praticamente todos farinha do mesmo saco?

anfrarebelo@gmail.com

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Miséria política local



Todo o ser humano tem defeitos, mas por mais que um ser seja humilde, benévolo, afável, enfim com todos os adjetivos de um verdadeiro ser humano, continua não agradando a todos.
Aqui pelos comentários proferidos existe de tudo, designadamente:
- Inveja por todos aqueles que gostariam de estar no seu lugar;
- Doença psicológica, misturando politica com questões pessoais;
- Medo de a Senhora voltar a ganhar e continuar a afrontar males entranhados no ceio do Município.
Será que alguma vez se viu a nossa cidade como se encontra agora para melhor?
Aquilo que se vê é desenvolvimento em todo o concelho. Estes três anos marcaram pela positiva o concelho.
Quem não vê as máquinas de limpezas que foram adquiridas, inclusive uma viatura de extração de ervas a vapor?
Quem não vê os carros a circular que estavam quase todos encostados por avarias mecânicas para efetuar os circuitos de limpeza de resíduos sólidos?
Quem não se lembra do monte de faturas por registar?
Quem não sabe da divida herdada?
Não tenho nada a ver com política e não dou a cara porque não mereço ser enxovalhado por esta gentinha que bota aqui palavra, mas que só vêm os seus interesses, que para alguns nem isso chega a ser.
A senhora Presidente tem sido mal tratada a todos os níveis e é natural que as suas respostas, a questões muitas maliciosas, não sejam dadas da melhor forma e outras não mereçam resposta. Contudo continuo a votar nela, assim como muitos milhares de Tomarenses, que lhe vão dar a vitória, aliás ninguém bufa cá para foram que as sondagens lhe dão maioria absoluta…Não convém.
De resto, acredito que as redes sociais têm o seu valor, mas teriam muito mais se elas fossem utilizadas pela positiva.

Todo o ser humano tem defeitos, mas por mais que um ser seja humilde, benévolo, afável, enfim com todos os adjetivos de um verdadeiro ser humano, continua não agradando a todos.
Aqui pelos comentários proferidos existe de tudo, designadamente:
- Inveja por todos aqueles que gostariam de estar no seu lugar;
- Doença psicológica, misturando politica com questões pessoais;
- Medo de a Senhora voltar a ganhar e continuar a afrontar males entranhados no ceio do Município.
Será que alguma vez se viu a nossa cidade como se encontra agora para melhor?
Aquilo que se vê é desenvolvimento em todo o concelho. Estes três anos marcaram pela positiva o concelho.
Quem não vê as máquinas de limpezas que foram adquiridas, inclusive uma viatura de extração de ervas a vapor?
Quem não vê os carros a circular que estavam quase todos encostados por avarias mecânicas para efetuar os circuitos de limpeza de resíduos sólidos?
Quem não se lembra do monte de faturas por registar?
Quem não sabe da divida herdada?
Não tenho nada a ver com política e não dou a cara porque não mereço ser enxovalhado por esta gentinha que bota aqui palavra, mas que só vêm os seus interesses, que para alguns nem isso chega a ser.
A senhora Presidente tem sido mal tratada a todos os níveis e é natural que as suas respostas, a questões muitas maliciosas, não sejam dadas da melhor forma e outras não mereçam resposta. Contudo continuo a votar nela, assim como muitos milhares de Tomarenses, que lhe vão dar a vitória, aliás ninguém bufa cá para foram que as sondagens lhe dão maioria absoluta…Não convém.
De resto, acredito que as redes sociais têm o seu valor, mas teriam muito mais se elas fossem utilizadas pela positiva.
tomarnarede.blogspot.com, 17/01/2017

O negrito em ambos os comentários é de Tomara dianteira

As duas cópias acima, idênticas no seu conteúdo, mas uma de 26 de Janeiro, outra de 17 de Janeiro, são a prova evidente da miséria política a que se chegou em Tomar. A partir da 3ª fase de Tomar a dianteira resolvi não publicar comentários de anónimos, nem sequer responder-lhes. Agi assim por considerar que algumas agremiações partidárias locais, que me abstenho de mencionar, dão instruções aos seus filiados de confiança para responderem ao que consideram ataques na Internet. Sempre abrigados no anonimato, claro está. É mais uma maneira cómoda de intrujar os eleitores.
Infelizmente, dada a geral falta de capacidade desses serventuários devotados, os seus mandantes são forçados a fornecer-lhes modelos de comentários para publicação. Tipo chapa 1, chapa 2 e assim sucessivamente. O que, ocasionalmente, dá problemas, como acontece neste caso.
Um defensor (ou defensora?) da senhora presidente, mas sobretudo do senhor vereador da CDU, baralhou as ordens recebidas e, se calhar sentado na sanita, fez merda. Mandou o mesmo comentário em 17 deste mês para o texto A arrogância do poder,  repetindo a dose uma semana depois, para o texto Presidente condenada... ambos no nosso respeitado colega Tomar na rede.
Ou então, o que seria pior ainda, porque mais miserável, não baralhou coisa nenhuma, limitando-se a fazer aquilo que lhe mandaram. Tanto num caso como no outro, cabe perguntar: Qual a honestidade, a credibilidade e a eficácia destes comentários pré-fabricados? Os seus autores pensarão que os eleitores tomarenses que acedem à Net são todos atrasados mentais, daqueles que não conseguem ver um boi à frente do nariz? Fica a interrogação.
Quanto ao administrador de Tomar na rede, o meu prezado amigo José Gaio, compreendo que não tenha dado por nada, uma vez que é forçado a andar sempre bastante ocupado. Não o culpo portanto. Mas sugiro que talvez fosse bom deixar de publicar comentários anónimos. Quanto mais não seja para acabar com merdas como a que acima se reproduz, com muita tristeza.

A verdade, toda a verdade, sempre!

Cidade de tomar, 27/01/2017

Meu caro conterrâneo:
Tenho por ti muita estima e consideração. Tu sabes porquê e eu também. É quanto basta para o caso. A peça acima reproduzida é da tua lavra e o seu conteúdo levou-me a endereçar-te estas linhas.
Dizes tu, comentando um anterior escrito do Tomar na rede que "Recordar o passado é bom, mas..." Concordo contigo. O problema é aquele mas... Segundo a tua maneira de ver, a velha bancada coberta do estádio foi abaixo porque antes se chegara à conclusão que os pilares de betão que sustentavam a mesma, estavam apoiadas em estacaria, a qual entretanto apodrecera e desaparecera por falta de água.
Tens razão. Se bem me recordo, na altura até terá havido um parecer subscrito por técnicos do LNEC, confirmando isso mesmo ou algo semelhante. Tudo bem, portanto? Não Basílio! Tudo mal, porque o problema não é esse. Ou, melhor dizendo, não é só nem principalmente esse. Se fosse, teria sido e continuaria sendo de fácil resolução. O pior é o mais mau, conforme diz o povo. E neste caso, o pior foi a demolição, nunca justificada publicamente, de todas as bancadas à volta do estádio. O pequeno anfiteatro, Basílio. Cujos alicerces não estavam assentes em estacaria, por tal não ser de todo necessário.

Fotografia copiada de Tomar na rede, a quem agradecemos

Nessas condições, não existindo até agora qualquer justificação do domínio público para essa destruição que praticamente ninguém compreende ainda hoje, que tal respeitar a verdade na sua totalidade? Que tal contar a história toda, como forma de evitar que se pense que estás a tentar branquear uma das maiores argoladas paivinas? É que agora nem espaço há para uma eventual reconstrução dessas bancadas. A não ser que se volte à velha pista de atletismo de 5 corredores, uma vez que, de qualquer modo, poucos ou nenhuns praticantes utilizam a actual. Pelo que não vale a pena sonhar com competições de atletismo no actual campo de treinos em que foi transformado o anterior estádio.
Retomando o título da tua prosa, de resto muito bem escrita, como é usual, "Recordar o passado é bom, mas..." Dizer a verdade, toda a verdade, sempre! ainda é melhor. Não te parece? Então trata lá, se fazes favor, de efectuar o indispensável esclarecimento da tua vasta audiência. Caso leias estas linhas, obviamente. E se antes não te tiveram já chamado coisas ofensivas para a senhora tua mãe.
Cordialmente,
António Rebelo

Como tramar a gerente nova

ADVERTÊNCIA

O texto seguinte é uma obra de ficção, com factos, locais e personagens imaginados pelo autor. Qualquer semelhança com a realidade será simples coincidência O autor declina desde já qualquer responsabilidade, caso tal venha a ocorrer.

Esta história desenrola-se na actualidade, num país algures no mundo, com 308 empresas públicas de serviços, financeiramente dependentes de uma empresa central do mesmo tipo. Os habitantes desse país pagam, sob a forma de excessivos impostos directos e indirectos, a maior parte dos serviços de que beneficiam, menos os consumíveis, como por exemplo a água, que são pagos em separado, depois de fortemente onerados com taxas locais. Donde resulta portanto que as ditas empresas funcionam  em regime de monopólio, cada uma na sua área de jurisdição. Praticamente, nenhuma empresa concorrente fornece os mesmos serviços. Quando isso acontece em relação a alguns poucos, trata-se de concessões, com as inerentes obrigações, entre as quais a cobrança das ditas taxas.
Graças ao seu estatuto de monopólios, tanto a empresa central como as restantes, pouco ou nada se preocupam com as despesas de funcionamento. A título de exemplo, a empresa da terra onde decorre esta história, alimenta 520 empregados para uma população de 35 mil eleitores. O que representa 40% do orçamento total, só para pagar aos empregados e satisfazer as inerentes obrigações legais.
Para complicar as coisas, a gerência de cada uma das empresas é escolhida por votação a cada quatro anos. O que significa que, sobretudo nas localidades mais pequenas, onde esse tipo de empresa é o principal empregador, a escolha dos novos gerentes depende em grande parte, quando não totalmente, dos empregados dessa empresa dominante.
Resulta do anterior que, ao longo dos anos, acossados pela necessidade de agradar aos empregados- eleitores, como forma de conseguir a reeleição, muitos gerentes, mas não todos felizmente, vêm adoptando uma curiosa política: Favorecem deliberadamente os empregados, tanto os activos como os já aposentados, mesmo quando para isso são forçados a prejudicar todos os consumidores dos seus serviços. Com tarifas e taxas exorbitantes, por exemplo.

Resultado de imagem para fotografias das piramides de Gize
Qual a relação entre a foto e o texto? Os camelos, claro está. Entre os quais o escriba, contribuinte como os demais.

Como se tudo isto não fosse já assaz grave, os referidos empregados têm, quase todos, empregos vitalícios. São inamovíveis. Mesmo aqueles que não exercem de facto qualquer tarefa precisa. Os excedentários, ou supérfluos. Munidos de tal viático, alguns têm manifesta tendência para abusar. Para se considerarem donos e senhores da empresa que lhes assegura o vencimento. Tipo "nacionalizada - nossa", dos idos de 75.
Daí, desse posicionamento arrogante, resultam hábitos pouco saudáveis, nomeadamente a falta de assiduidade e de pontualidade, bem como a tendência para complicar a vida aos cidadãos, de maneira a depois facilitar por baixo da mesa. Nessa terra de que já se falou acima, por exemplo, quando um gerente mais corajoso mandou instalar um controle de assiduidade e pontualidade, o mesmo avariou passado pouco mais de um mês. E nunca mais foi reparado, apesar de já terem decorrido mais de cinco anos. Caso para dizer "Que avaria tão complicada!", mas também que a insólita situação mostra quem manda realmente nessa empresa pública. Os factos não enganam.
Perante tão estranho estado das coisas, a dada altura uma gerente recém-eleita tentou moralizar a situação de forma parcial, acolitada pelo seu chefe de gabinete. Foi sol de pouca dura. O chefe de gabinete acabou escorraçado, por razões até hoje por esclarecer cabalmente. E com os idiotas úteis do costume convencidos de que foi castigado por isto, quando afinal pode muito bem ter sido por aquilo, conforme adiante se verá.
Animados com essa vitória do tradicional sobre a novidade, os líderes do movimento que culminou com a saída do parceiro da gerente, resolveram tentar ir mais além. Arquitectaram um plano para calçar os patins à gerente. Tramar a patroa para vê-la pelas costas. Nesse sentido, numa longa série de mal entendidos, que passou pela deliberada sonegação de correspondência e  outros factos da mesma natureza, conseguiram que a gerente acabasse por ser condenada em tribunal, como resultado da queixa de um cidadão, cansado de esperar em vão.. Surpreendida pela condenação, se calhar julgando-se também acima das leis, a gerente apenas encontrou uma explicação aceitável para ambas as partes (ela e os que tentam calçar-lhe os patins): Algo terá falhado em todo o sistema, disse a senhora.
A confirmar tal tentativa deliberada e conseguida de lesa-patroa, praticamente ao mesmo tempo, um outro cidadão, sem qualquer relação com os factos já relatados, porém conhecido como contestatário e exigente, requereu um determinado serviço. Findo o prazo legal para a prestação desse serviço, sem qualquer resposta, continuou a aguardar. Decorridos quarenta dias, quando o prazo inscrito na lei é de apenas dez, decidiu alertar a gerente, referindo a estranha ausência de resposta e mencionando a possibilidade de recorrer ao tribunal competente.
Só então recebeu esse cidadão queixoso uma informação escrita, referindo que o serviço solicitado estaria à disposição no dia tal, em tal parte, prestado por fulano de tal, conforme constava do mail enviado 5 dias antes. Curiosamente -o acaso tem destas coisas- tal mail nunca foi recebido pelo dito cidadão, e portanto nunca foi enviado, o que o levou a tentar reconstituir os factos.
Segundo a conclusão a que conseguiu chegar, terá havido duas tentativas para que recorresse aos tribunais contra a gerente. A primeira, consistiu em ultrapassar largamente, de forma deliberada e sem qualquer justificação plausível, o prazo fixado na Lei, que é de dez dias. Para irritar o cliente. A outra foi mais maquiavélica. Pretendeu-se fazer crer à gerência que o cidadão requerente já fora avisado, quando tal não era o caso, como se veio a descobrir de modo fortuito..
De forma que, você que leu até aqui, doravante já sabe: Quando quiser tramar uma gerente de que não goste por qualquer razão, apresente-lhe como idóneos factos que são mentirosos. Alternativos, na linguagem trumpista. O tempo e os outros farão o resto. E a vítima acabará murmurando, uma vez mais, que algo terá falhado em todo o sistema, pelo que se irá proceder à abertura de um processo de averiguações.
Citando Vasco Pulido Valente, "O mundo está cada vez mais perigoso". Mas, pelo andar da carruagem, não são previsíveis mudanças substanciais de percurso. Tanto mais que a empresa nacional, por vocação e para agradar aos seus parceiros de ocasião, também está a especializar-se na protecção excessiva aos seus empregados, tanto no activo como já pensionistas, bem como em factos alternativos. Planos B, dizem eles. Para tentar durar, durar, durar, como as pilhas Duracell.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Ao que se chegou!

A notícia é da Rádio Hertz online, redigida a partir do pobre texto enviado pelos competentes serviços da Câmara:

TOMAR – Festa dos Tabuleiros distinguida à escala nacional: foi o melhor evento realizado em 2015/16

"A recente edição da Festa dos Tabuleiros foi distinguida, nesta terça-feira, como o Melhor Evento de 2015/16. O prémio foi atribuído pelo júri da 9ª edição da Gala dos Eventos, iniciativa que teve como palco o Tryp Lisboa Aeroporto. A cerimónia de entrega dos prémios – aguardada sempre com muita expectativa – constitui um momento alto e este ano não fugiu à regra. Tanto assim foi que a organização decidiu que as candidaturas seriam mais abrangentes, com um período mais largo, contemplando todos os eventos, produções e serviços ocorridos em território nacional, bem como todos os espaços que funcionaram nesse mesmo período de tempo."
"Para além da Categoria Melhor Evento, ganho este ano então pela Festa dos Tabuleiros, são ainda atribuídos prémios na Categoria Melhor Espaço para Eventos, Categoria Melhor Produção e na Categoria “Sustentabilidade em Eventos”. Como habitualmente, são atribuídos ainda os prémios especiais extraconcurso de grande importância, como o Grande Prémio da Gala dos Eventos, o Prémio Personalidade dos Eventos e o Prémio Revelação. Informação completa em 98 e 92 fm"

Pois. É tudo muito bonito, correu tudo muito bem, mas há alguns detalhes que convém noticiar. Desde logo a natureza do galardão, que na verdade foi comprado. A Câmara ou a Comissão da Festa, ou ambas, inscreveram-se, pagaram a soma fixada pela organização e ficaram logo com a garantia do prémio. Que foi entregue pela conhecida especialista em Tabuleiros, Srª Dª Lili Caneças, durante uma cerimónia num hotel do Aeroporto de Lisboa. Uma coisa praticamente confidencial.
Para se ter uma ideia da categoria e da envergadura do evento, eis o comunicado dos organizadores, copiado do seu site expoeventos.org

COMUNICADO
Cancelamento  da ExpoEventos e manutenção da cerimónia da Gala dos Eventos
O Gabinete da ExpoEventos vem comunicar que por motivos conjunturais decidiu manter a realização da cerimónia de entrega de prémios da Gala dos Eventos, no dia 24 de janeiro próximo, mas cancelar a realização dos seminários e da área expositiva que integram o programa do evento
assinatura ass
António Silva e Sousa
O Diretor da ExpoEventos

Quais terão sido esses motivos conjunturais? Falta de participantes?
A nossa Festa Grande precisava de um prémio destes, que na verdade é uma humilhação? Penso que não. Creio até que teria sido melhor abster-se de coisas deste tipo, enveredando antes por soluções que evitem um subsídio a fundo perdido de quase 250 mil euros, como aconteceu em 2015, alterando a organização da festa de forma a entrar na categoria "Sustentabilidade em eventos". Os contribuintes tomarenses merecem e agradecem esse esforço. Mas sem prémios comprados, entregues pela senhora Dª Lili Cabeças.
Apenas curiosidade de cidadão-contribuinte forçado: Quanto custou a inscrição naquilo?






Desanimador

Num concelho com manifestos problemas de emprego, de investimento, de falta de crescimento económico, de recessão populacional, de liderança política, de planeamento atempado e eficaz, quais são os temas abordados e debatidos nesta altura pelos tomarenses? Para além do omnipresente futebol, bem entendido.
A Hertz on line refere o protesto escrito da juventude centrista, reclamando contra a inexistência de Internet capaz na biblioteca municipal. Cidade de Tomar noticia que o PSD volta a questionar a presidente da Câmara sobre os TUT. No Tomar na rede, três postagens suscitaram comentários deveras curiosos. Refiro-me à notícia do aniversário do Club tomarense, que já tem 8 comentários, ao caso da avença celebrada pelos SMAS com uma jurista do PS,  com 5 comentários, e à multa sentenciada pelo tribunal administrativo de Leiria contra Anabela Freitas, com 4 comentários.

Resultado de imagem para fotografias de prédios arruinados em Tomar

Exceptuando a reclamação centrista, que só peca por ser tardia e demasiado sectorial, todos os outros assuntos têm uma característica comum -são minúsculos e irremediáveis. Os TUT, porque a câmara não tem verbas para os manter e, caso decida concessioná-los, não haverá interessados, pois nenhum empresário está disposto a perder dinheiro, muito dinheiro. O Clube Thomarense, porque já foi o que foi e agora é o que é, sem apelo nem agravo. Cumpriu o seu papel histórico, dirão os marxistas de serviço. O caso da avença porque, tratando-se de 500 euros + 500 euros mensais durante meio ano, não adianta mexer mais na coisa. Como é bem sabido de todos, quanto mais se lhe mexe, mais mal ela cheira. Finalmente, o caso da multa aplicada a Anabela Freitas, punindo a sua actuação como presidente da câmara de Tomar. Tratando-se de um órgão judicial com competência para o fazer, restavam à condenada duas vias -pagar a multa ou recorrer. A senhora resolveu pagar. Na minha opinião, fez bem. O resto é rebéubéu de circunstância. Excepto as perguntas fulcrais que ainda não foram feitas: Quem tramou a presidente? O munícipe que se queixou? O tribunal que a puniu? É óbvio que não.
Biblioteca municipal, TUT, Clube Tomarense, avença dos SMAS, multa à presidente, tudo minudências passageiras. Tudo situações do mais convencional e trivial que há. Tudo motivos para desanimar qualquer tomarense, realmente consciente dos dramas da sua terra. Tudo para desalentar. A nove meses das próximas eleições autárquicas. Quando nem o PSD nem os IpT anunciaram ainda os seus cabeças de lista. O usual ritmo de tartaruga velha.
Mas como convencer os conterrâneos de que assim não vamos longe? Que o caminho rumo ao progresso não é este? Que ou evoluem, ou emigram, ou vão morrer de pasmo e na penúria? 
Pobre terra! Pobre gente! Agora, no Inverno, já nem o clima ajuda. Valha-nos Deus!

ESCLARECIMENTO

Não se leia no texto acima qualquer crítica explícita ou implícita aos jornalistas e aos órgãos de comunicação tomarenses. Enquanto profissionais da informação, uns e outros apenas podem e devem noticiar aquilo que vai acontecendo na urbe, no concelho e na região. Não acontecendo praticamente nada de relevante, naturalmente que também não podem noticiar nada de relevante.
A crise de factos notáveis é de tal ordem a nível local que até já há jornalistas a "encher chouriços", como forma de ir "mobilando" o seu produto. O caso mais evidente é o do amigo José Gaio, administrador do Tomar na rede, o blogue mais lido na zona. Por falta de matéria noticiável, vê-se forçado de quando em vez a publicar ninharias, do tipo aniversário da inauguração da barragem do Castelo do Bode, aniversário do Clube tomarense, aniversário das visitas de Mário Soares a Tomar, história dos nomes das artérias de Tomar... Jornalismo a quanto obrigas!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Desabafo de um tomarense como já não se usa

Uma amigo que muito prezo, tomarense dos quatro costados como eu, porque infelizmente ambos tivemos o azar de nascer e medrar nas margens nabantinas, e isso agarra-se à gente para toda a vida, mandou-me este comentário. Dado o seu interesse, resolvi publicá-lo:

"Tenho andado envolvido numa luta inglória, a recolher assinaturas para acabar com o mês de Janeiro, de maneira a passarmos directamente do Natal para o Carnaval. Enquanto ainda há forças políticas a pugnarem por mais feriados, porque não acabar com o mês de Janeiro? Dias gelados, desconforto, mais a TSU, mais a tomada de posse do Trump, mais as tropelias da nossa edil em chefe. Chiça que é demais!
Nas minhas poucas conversas politiqueiras, tento vender a ideia de acabar com este tipo de eleições autárquicas por listas partidárias. Gostava que me explicassem quais as diferenças dos programas eleitorais entre o PSD, PS, CDU e o BE, por exemplo, na Freguesia de Asseiceira. Será a privatização do cemitério ? Sabemos que o actual sistema só existe porque, de contrário, acabavam as concelhia dos partidos. Só a falta! Quando falo nisso, tenho a certeza que ninguém liga nenhuma ao que eu digo. Por isso, vamos ouvir durante todo este tempo charadas do tipo Bagão Félix a declarar o seu apoio ao actual presidente da Câmara de Lisboa, do PS, apenas porque o considera competente. Como se deviam apresentar os cidadãos candidatos às autarquias? Já deste a ideia das primárias. Falta saber quais  os requisitos prévios, a fim de evitar que se possa candidatar todo o bicho-careto."

Verdade e mentiras convenientes

No texto Detestam o resultado procurei levar os leitores a entender que a verdade, por muito desagradável que possa ser, é sempre preferível à mentira, ou à fantasia, que vem a ser a mesma coisa, mas enfeitada. Já no anterior Contextualizar, perspectivar, explicar, procurara fazer o mesmo. Não é de modo algum uma tarefa fácil. Tanto para quem escreve como para quem lê. Foi por isso que, com satisfação, me deparei com a escrita de alguém, que consegue dizer praticamente o mesmo, mas muito melhor que eu.
Aqui vão dois excertos e no final, após a identificação do autor, a hiperligação para chegar ao texto completo. Boa leitura e oxalá!
"Mais ainda: Vale a pena continuar a tentar afirmar os factos, e a sua verdade, sabendo que, porventura, eles não têm muita importância, porque as pessoas preferem ser enganadas, desde que o engano as conforte nas suas pré-existentes convicções; ou será porque o apelo enganador é suficientemente forte, atraente e atractivo?... ...
... ... Nestas condições, pode dizer-se que a mentira é a nova verdade. As preferências dos cidadãos em democracia deixam de se basear em opções ou programas políticos assentes na realidade, para expressar alinhamentos ideológicos ou escolhas activadas pela emoção, por uma retórica vaga e bem-sonante, sem consideração pelos factos. E todo o esforço de afirmar a verdade estará condenado."

Paulo de Almeida Sande, Mentir é verdade, Observador, 24/01/2017

Sabatina nabantina

Conforme muitos leitores decerto ignoram, sabatina pode ser uma revisão de matéria já explicada, ou um debate sobre determinada temática, em ambos os casos recorrendo a uma série de perguntas e respostas. No caso presente, trata-se de abordar questões dolorosas para os tomarenses, pelo que devem estes abster-se de ler. Evitam assim alguma eventual apoplexia. E pode até ser que as maleitas locais acabem por ir-se embora, uma vez que a esmagadora maioria da população finge ignorá-las de forma obstinada. E se não forem? Se não forem, depois logo se vê. Enquanto pingarem pontualmente pensões e vencimentos, o resto que se lixe, pensam muitos nabantinos.
Deus nos ajude!

Tomar vista do ar. Foto Helder Afonso, copiada da Rádio Hertz

Forasteiro: - Estou aqui há alguns dias veraneando e gostaria que me indicasse qual é nesta altura e para si o principal problema tomarense?
Nabantino: - Que eu saiba nenhum. Fala-se para aí na sangria da população, e nas dificuldades do executivo para inverter essa situação, mas deve ser só boataria. Invejas...
Forasteiro: - Mas olhe que estive a consultar alguns documentos estatísticos credíveis e não restam dúvidas; a população tomarense está mesmo a diminuir de forma acentuada. Nos últimos dez anos, desaparecem cerca de 3 mil eleitores.
Nabantino: - É natural; as pessoas vão morrendo e os jovens vão para outros lados. Alguns emigram.
Forasteiro: - Pois, mas então porque é que noutros concelhos próximos a redução é menor e nalguns há até aumento da população?
Nabantino: - Isso já não lhe sei dizer. Deve de haver razões.
Forasteiro: - Ainda sobre a perda de população, há quem diga que está relacionada com a falta de emprego.
Nabantino: - É bem capaz. As fábricas fecharam, o comércio também vai fechando e não têm aparecido novas sociedades para substituir.
Forasteiro: -Na sua opinião, a que se deve essa falta de empresas, de investimento em Tomar?
Nabantino: - Estamos longe de Lisboa, sabe; e depois as pessoas não gostam de nós, acham-nos convencidos. Preferem quem é lambe-botas. Não pode ser. Temos de manter-nos dignos.
Forasteiro: - Fala-se também numa série de obstáculos camarários para quem aparece a querer montar empresas. Exigências exorbitantes, custos elevados, taxas exageradas, compadrios vários, demoras...
Nabantino: - Não acredite nisso. É uma aldrabice. Pelo contrário. Esta terra sempre foi madrinha de estranhos e madrasta para os seus filhos. Basta saber bater às portas certas e estar disposto a corresponder.
Forasteiro: - Pode ser; mas diz-se que todas as equipas autárquicas desde o 25 de Abril deixaram muito a desejar em termos de visão política a médio prazo. E consta também que a actual não é melhor. Pelo contrário... 
Nabantino: - Há quem diga isso, mas é só má-língua. Na verdade a autarquia sempre teve e tem uma excelente equipa dirigente e  funcionários competentes e dedicados. Estamos em ano eleitoral, sabe. Por isso há cada vez mais ataques contra a câmara agora PS/CDU. É sempre assim. Querem é tacho, mas nunca fizeram nada por Tomar.
Forasteiro: - Importa-se de me dizer o que faz na vida e a sua inclinação política?
Nabantino: - Sou funcionário superior na autarquia e a minha inclinação política é o trabalho esforçado em prol desta terra, que nem sempre é compreendido, infelizmente.
Forasteiro: - Fico-lhe muito grato. Estou esclarecido. Vou procurar um concelho onde haja os tais lambe-botas de que falou, para criar a minha empresa.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Detestam o resultado

As estatísticas da Google têm também essa vantagem. Permitem perceber o comportamento dos leitores. Neste caso, dos leitores deste blogue. Conforme já desconfiava, são em grande parte negacionistas. Negam-se a aceitar a realidade. que pouco a pouco foram ajudando a edificar, com os seus defeitos e as suas qualidades. De forma que, quando alguém tenta explicar-lhes, com exemplos indesmentíveis, o que está mal, recusam-se a ler. O último texto, Contextualizar, perspectivar, explicar, conseguiu apenas 7 leitores em 184, nas primeiras cinco horas.
Para mim, tanto se me dá. Escrevo apenas para despejar a cabeça, procurando tornar-me útil na medida do possível. Sem qualquer benefício em termos monetários. Mesmo assim, esta curiosa atitude dos tomarenses leitores usuais deste blogue não me parece nada saudável. Nem para eles, nem sobretudo para o concelho, que somos todos nós.
Sou demasiado agreste? Inconveniente? Nem sempre respeitador da educação tradicional? Extremista? É possível. Mas a mais violenta crítica aos autarcas que temos acaba de ser publicada no mais pacato dos órgãos locais de informação, assinada por uma das mais consensuais e competentes jornalistas do bairro:

"Turistas acampam à porta do Parque de Campismo de Tomar"
ELSA RIBEIRO GONÇALVES | 2017-01-19 16:32:58
Casal de turistas belga acampado no exterior do Parque de Campismo













"Um casal de turistas belgas está acampado, esta quinta-feira, 19 de janeiro, à porta do Parque de Campismo de Tomar, equipamento que fechou a 30 de novembro. Não é caso único, de acordo com os moradores das proximidades que dizem que é frequente verem as caravanas ali chegarem e, sem puderem entrar, permanecem no exterior até decidirem o que fazer. Daniel Trad já tinha visitado Tomar há 4 anos com a esposa e, nessa ocasião, utilizou o Parque de Campismo. Desta feita, foi surpreendido com o facto do mesmo estar fechado pelo que, em alternativa, resolveu estacionar em frente ao mesmo. "Pena que assim não pudemos visitar tudo com calma. Penso que a cidade perde muito com o facto do parque estar fechado", disse ao "Cidade de Tomar". A Câmara de Tomar decidiu encerrar o espaço após uma inspeção da ASAE, devendo o mesmo ser reaberto com outra funcionalidade." 
Copiado de Cidade de Tomar on line, a quem agradecemos.

Vem a propósito acrescentar que Luís Ferreira, ex-chefe de gabinete da senhora presidente, afirma aqui que o argumento ASAE é apenas uma treta.
Mais comentários para quê? Continuem assim, que vamos bem. O abismo é já ali adiante.

anfrarebelo@gmail.com







Contextualizar, perspectivar, explicar

Nota prévia
O texto seguinte não é uma opinião. Antes uma análise, tendo por base dados oficiais, que qualquer leitor pode obter nas fontes indicadas, mediante algum trabalho suplementar. Não se trata portanto de dizer mal ou de dizer bem, para usar a linguagem reles de bastantes tomarenses. Apenas de mostrar as coisas como elas são. Por muito desagradáveis que possam ser para alguns. Não foi o autor que fabricou ou inventou os factos. 
Quando todos podem ver, bastando olhar para cima, que o céu está cinzento e chove, é um erro crasso insistir em que está azul e faz sol. Trata-se contudo de uma atitude muito comum entre os políticos tomarenses e entre os seus apoiantes. Chama-se negação da realidade e nunca deu bons resultados.

Procurando informar sempre mais e melhor, tarefa em que tem obtido algum êxito, que cumpre louvar, a Rádio Hertz difundiu uma prosa técnica da NERSANT, sobre investimento no distrito de Santarém. Essa matéria noticiosa, versando explicitamente sobre criação de empresas, pode ser lida aqui.
No essencial, é possível resumir o principal do que nela é dito num simples quadro classificativo:

                                              Cidade                 Empresas criadas em 2016

                                         1 - Santarém...........................177  
                                         2 - Ourém...............................116
                                         3 - Benavente.........................100
                                         4 - Torres Novas.......................95
                                         5 - Tomar..................................77
                                         6 - Almeirim e Salvaterra........59
                                         7 - Abrantes............................58

Numa primeira leitura, o quadro supra não revela grandes anormalidades. Tomar figura num honrado 5º lugar, duas posições acima de Abrantes. Todavia, após leitura mais atenta, não pode deixar de se constatar que criar menos 100 empresas que Santarém, e menos 39 que em Ourém, se não mostra um desastre económico, indica seguramente um preocupante marasmo nessa mesma área. Tanto mais que o tecido económico tomarense e o abrantino não são comparáveis. As empresas de Abrantes exportaram no ano passado quase sete vezes mais que as nabantinas, conforme se constata aqui. Trata-se portanto à partida de coisas diferentes, apesar de incluídas na mesma tabela.
Acresce que, na primeira metade do século XIX, Tomar foi a maior e a única notável vila do território actualmente designado por Ribatejo. E, entre 1844 e 1868, foi mesmo a única cidade do depois e agora distrito de Santarém. O que nos dá uma ideia da longa descida aos infernos da cidade do Nabão. Que ainda não terminou, podendo estar ainda longe do fim. Já foi a mais importante. É agora das menos importantes, conforme mostram os números. E aquela cuja decadência económica e populacional é mais evidente. Até quando? Boa pergunta.
Há de resto outros dados que permitem enquadrar o nosso declínio populacional, o qual resulta fundamentalmente de causas económicas. Sem emprego produtivo, com a função pública a abarrotar, há que calçar os patins e rolar rumo a outros horizontes empresarialmente mais dinâmicos. É o que tem acontecido, de acordo com os dados oficiais disponíveis:
  
 Cidade                     Eleitores inscritos em 2009       Em 2013           Em 2016

1 - Santarém----------------------54.488------------------53.418------------52.452-------------menos 2.036
2 - Ourém-------------------------43.907------------------43.331------------42.863-------------menos 1.044
3 - Benavente--------------------21.245------------------22.965------------23.408--------------mais   2.163
4 - Torres Novas-----------------32.841------------------32.546------------31.959--------------menos   882
5 - Tomar-------------------------38.724------------------37.310------------36.266--------------menos 2.458
7 - Abrantes----------------------36.871------------------35.075------------34.063--------------menos 2.808

Mostram estes dados  oficiais, que podem ser consultados aqui, (e depois trabalhados), a acentuada perda de eleitores inscritos em todos os concelhos da região considerada, excepto em Benavente.
Um quadro classificativo por ordem decrescente das perdas populacionais, mostra o seguinte:

                                  Cidade           Perda de eleitores entre 2009 e 2016
1 - Abrantes-------------------------2.808
2 - Tomar----------------------------2.458
3 - Santarém------------------------2.036
4 - Ourém---------------------------1.044
5 - Torres Novas---------------------882

Concluo, porém, com um balde de água fria, sobre aqueles que eventualmente possam consolar-se com a desgraça alheia, pensando em algo do género "Afinal Abrantes ainda está pior que Tomar". Desengane-se quem assim pensa. Sendo certo que, entre 2009 e 2016, Abrantes perdeu mais eleitores que Tomar, mantém-se a tal questão das exportações, enquanto o quadro a seguir mostra já outra realidade:

                        Cidade                  Perda de eleitores 2013-2016

                                                     1 - Tomar - PS/CDU------------------1.044
                                                     2 - Abrantes - PS----------------------1.012
                                                     3 - Santarém - PSD---------------------966
                                                     4 - Torres Novas - PS------------------587
                                                     5 - Ourém - PS--------------------------468

Donde resulta que o problema não é a cor política de quem lidera, nem a importância populacional da urbe, conforme evidencia o caso de Santarém. Apesar das suas diferenças óbvias, durante o mandato ainda em curso, todos os municípios constantes do quadro conseguiram estancar parcialmente a sangria populacional, menos o de Tomar, que subiu ao primeiro lugar da tabela. Porquê?
Contra factos, não há argumentos. Por isso se diz que os factos são obstinados.