segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Uma ideia brilhante

A situação nabantina é tão caótica e decepcionante, nomeadamente ali para as bandas do nosso Gualdim Pais, sempre de arma em riste, que praticamente já ninguém espera nada de positivo. Excepto, talvez, o que resta da formação socialista, agora liderada pela simpática Anabela, que pode muito bem, apesar de tudo e de todos, continuar a  sonhar com a almejada reeleição. Conforme é bem sabido, a esperança é sempre a última coisa a morrer. E quem desiste nunca ganha qualquer competição.
Eis senão quando, neste clima deletério de generalizada descrença, apareceu inesperadamente, qual sonhado oásis em pleno deserto, uma ideia brilhante, genial mesmo, sob a forma de proposta. Devido ao usual constrangimento local, ainda nenhum órgão de informação tomarense noticiou a coisa. Só O Mirante, que não tem qualquer acordo publicitário com a autarquia tomarense e respira outros ares por ser editado alhures, resolveu noticiar o achado. Porque é disso mesmo que se trata. Sucintamente, (que quem me lê tem sempre mais que fazer, salvo erro). sucintamente portanto, aqui vai a bomba genial: O vereador Serrano apresentou, na reunião do executivo autárquico da passada segunda-feira, uma proposta para instalar uma incubadora de empresas na Casa dos Cubos. Isso mesmo. Leu bem. Uma incubadora nos Cubos. Que se saiba, nunca ninguém tinha pensado no assunto dessa maneira. Forçoso é porém confessar que se trata de um verdadeiro achado. Nada mais natural que incubar nos Cubos, não é verdade?

Resultado de imagem para fotos edifício dos cubos tomar
Foto hsantos, a quem se agradece.

Tanto mais que, esclarece a mesma notícia, o proponente Serrano informou os presentes que, em tempos idos, o Edifício dos Cubos foi concebido como "casa de armazenamento e contagem de produtos agrícolas". Assim sendo, salta aos olhos a ainda maior  pertinência da proposta. Armazenamento e contagem de produtos agrícolas ali, à ilharga do Nabão, está mesmo a pedir que a primeira ou, vá lá, uma das primeiras empresas a incubar, seja um gabinete de sondagens. Que nos indique finalmente qual a verdadeira percentagem de nabos nas margens nabantinas. Tanto nabos de raiz como de importação.Tipo "cubanos do contenente", execrados pelo colorido Alberto João Jardim, que Carrão, então a presidir, chegou a convidar para visitar Tomar. O na altura governante madeirense nunca aceitou. Se calhar por ter deduzido que, com um multissecular Edifício dos cubos, Tomar só podia estar a abarrotar de cubanos. Ou como lhes queiram chamar.
Nessa mesma linha, dado o vereador Serrano lamentar também na sua proposta  "a situação limite a que chegou o uso aleatório deste espaço nobre de Tomar, [com] a recente exposição de pássaros em gaiolas, no âmbito da Feira de Santa Iria", poderia a mesma incubada empresa de sondagens fornecer dados credíveis sobre os mencionados "pássaros em gaiolas" e outras aves da urbe. Estou a pensar em aves agoirentas, aves canoras, aves de rapina, papagaios, melros, pássaros de bisnau, frangos e frangas de aviário, galos velhos, galos doidos, pardais de bico amarelo, outros passarões vários... E, como estamos em época de igualdade de género, porque não também informações, a confirmar por cada qual, sobre algumas pássaras da zona?
Vendo um pouco mais longe, podia-se até pensar em  incubar uma empresa de import-export, tendo como core business a importação de estrangeiras, para serem incubadas em Tomar. Actividade com excelentes perspectivas de desenvolvimento, uma vez que há grande e urgente necessidade de estancar a sangria populacional, reconhecida pela própria autarquia na apresentação do projecto de orçamento para 2017. Se necessário, para assegurar o arranque com êxito, autarcas algarvios amigos podiam mesmo indicar alguns assistentes técnicos com vasta experiência nessa área. Tipo Camarinha, por exemplo, especialista em incubação de "bifas".

domingo, 30 de outubro de 2016

A prova oficial da evidente decadência de Tomar



                                                                           ELEITORES  INSCRITOS
     CONCELHOS
     2005
   2015
DIFERENÇA 2005/2015
   2016
DIFERENÇA 2015/2016
ABRANTES
37.546
34.185
      -  3.361
34.063
      - 122
ENTRONCAMENTO
15.772
17.253
      +   1.481
  17.267
         + 14
OURÉM
37.990
42.892
      + 4.902
 42.863
         - 29
TOMAR
38.524
36.327
      -   2.197
36.266
         -  61
 T. NOVAS
31.601
32.036
      +    435
 31.959
         -  77
 ALCOBAÇA  
47.175
49.141
      +  1.966
 49.153
         +  12
 C. da RAINHA    
38.859
45.633
     +   6.774
 45.671
         +  41
 F. da FOZ
50.046
58.039
     +   1.993
57.858
         +  15
 BARQUINHA 
  6.533
  6.367
     -       166
   6.321
         -  46
 CONSTÂNCIA
  3.391
  3.422
     +        31
   3.428
         +  06
 F. do ZÊZERE
  8.118
  7.572
      -     546
   7.575
         +  03
  GAVIÃO
  4.409
  3.615
     -      794
  3.610
          - 05
  MAÇÃO
  7.946
  6.579
     -    1.367
  6.540
          - 39
  PONTE SOR
15.387
14.709
     -      678
14.670
          - 39
  SARDOAL
  3.732
  3.413
     -      319
  3.393
          - 20


                             Fonte: MAI – Resultados eleitorais. Tabela elaborada por N. Araújo e Silva

O quadro supra, elaborado a partir dos elementos oficiais do MAI, que podem ser consultados na Net, em Resultados eleitorais, indica o total de eleitores inscritos em cada concelho, no ano indicado. É portanto factual e indiscutível. A primeira coluna da esquerda indica o concelho. A segunda coluna mostra o total de eleitores inscritos nesse concelho em 2005, A terceira coluna mostra o total de eleitores inscritos em 2015. A quarta coluna permite ver a diferença para mais (+) ou para menos (-) nessa década 2005 - 2015. A quinta coluna mostra o total de eleitores inscritos em 2016. Finalmente, a sexta coluna indica a diferença para mais(+) ou para menos (-) entre 2015 e 2016.
Os concelhos foram escolhidos de acordo com os seguintes critérios: A - Três concelhos médios da faixa costeira, cuja sede não seja capital de distrito, não tenha hospital moderno de 1ª linha, nem Instituto politécnico independente; B - Tomar e quatro concelhos limítrofes de dimensão comparável;
C - Três concelhos pequenos, limítrofes de Abrantes e de Tomar; D - Quatro concelhos limítrofes de Abrantes.
Numa leitura atenta do quadro, a primeira evidência que aparece é a confirmação de que há no país dois grandes grupos de concelhos. Os da faixa costeira, que vão crescendo economicamente e em população, e os do interior, em constante decadência, salvo raras excepções. Na verdade, entre 2005 e 2015, Alcobaça e Figueira da Foz aumentaram o total de eleitores inscritos em quase dois milhares, enquanto Caldas da Rainha, na órbita de Lisboa, chegou quase aos sete milhares de novos eleitores.
Nessa mesma década, mas já no interior do país e na Região do Médio Tejo, Ourém averbou mais quase cinco mil novos inscritos, o Entroncamento mais quase mil e quinhentos, ficando-se Torres Novas pelos 435 novos eleitores. Inversamente, Abrantes perdeu 3.361 e Tomar 2.197 eleitores inscritos. Porquê? Quais as causas da decadência populacional de Abrantes e de Tomar, numa região e numa época  em que a população dos concelhos vizinhos cresceu? Detalhando um pouco mais, nessa mesma década registou-se uma diferença absoluta (aumento em Ourém + redução em Tomar) de 7099 eleitores inscritos, que transformaram Ourém no concelho mais importante do norte do distrito, lugar antes sempre ocupado por Tomar. Quais as causas desse fosso enorme e relativamente repentino? 
Na mesma região e na mesma década, três concelhos vizinhos de Tomar e de Abrantes, mas mais pequenos, conheceram situações diferentes. Diminuíram os eleitores inscritos na Barquinha e em Ferreira do Zêzere, mas aumentaram ligeiramente em Constância.
No último grupo, o dos concelhos limítrofes de Abrantes e portanto mais interiores, o panorama é desolador. Houve acentuada redução de eleitores inscritos em todos eles.
Indo agora à última coluna da direita, a da diferença 2015/2016, registo para a continuação da queda dos inscritos, com Abrantes a perder 122, Torres Novas 77, Tomar 61 e Ourém 29, enquanto o Entroncamento acrescenta 14. Mais abaixo na tabela, Alcobaça, Caldas e Figueira da Foz continuaram a crescer.
Nos concelhos vizinhos de Abrantes e de Tomar, a evolução foi diversa. Barquinha perdeu 46 inscritos, Constância ganhou 6 e Ferreira do Zêzere 2. Já os vizinhos de Abrantes registaram todos uma quebra do número de eleitores inscritos.
Em função destes dados oficiais, julgo ser legítimo dizer que existem no país três grandes faixas, no sentido norte/sul. A faixa costeira, cuja população continua a crescer. Uma faixa intermédia em que há concelhos que crescem, como Ourém, Torres Novas e Entroncamento, enquanto outros definham acentuadamente, como Abrantes ou Tomar. Enfim, uma terceira faixa, a mais interior, na qual o despovoamento é cada vez mais evidente.
Quer isto dizer que, na faixa intermédia onde se situa Tomar, salvo melhor opinião, tudo parece depender da melhor ou pior gestão autárquica, conforme demonstra particularmente o caso de Ourém. De concelho mais pobre e atrasado no distrito de Santarém até aos anos 60 do século passado, conseguiu, graças nomeadamente aos emigrantes regressados e a uma gestão autárquica adequada, transformar-se no mais importante tanto em população como na área económica.
Porque tem Fátima!, dirão as luminárias do costume. Pois tem, respondo eu. Mas não tem grande hospital, não tem regimento de infantaria, não tem Instituto Politécnico, não tem Festa dos Tabuleiros, nem tem Convento de Cristo que, mesmo mal gerido, consegue atrair mais de 250 mil visitantes anualmente. Parece contudo ter autarcas que conseguem resultados positivos. Em Tomar, infelizmente...


sábado, 29 de outubro de 2016

O fiel retrato dos tomarenses


  Cancioneiro da Sustentabilidade

"Isto carateriza bem o povo que somos, bem acomodado no sofá com um comando de 200 canais na mão que quando sai à rua diz mal de tudo e de todos mas que nada faz para mudar o que seja porque há sempre alguém responsável. Se juntarmos a inveja temos o pacote perfeito."
(Semanário O MIRANTE)
Tanto quanto sei, Carlos A. Cupeto nunca viveu em Tomar. Impressiona por isso como parece conhecer-nos tão bem. Se calhar porque afinal falamos todos a mesma língua e temos os mesmos costumes. Trata-se portanto de um problema de idiossincrasia. 
E depois eu é que sou má-língua?!?! 

Precisa-se parteira-vereadora-parteira

Estranharam alguns leitores aquela notícia comentada da eleição de Zézé Parteira para vereadora na Câmara Municipal de Caruaru, no Estado de Pernambuco, Brasil, aqui publicada. Não viram qualquer interesse na mesma, nem qualquer relação estreita com Tomar, ou mesmo com o país. O que faz a distância! Para mim, a relação é tão óbvia que até resolvi omiti-la. Disse para os meus botões: -Se mesmo tu, que estás bem longe de ser uma inteligência, consegues estabelecer a relação Parteira Zézé-Tomar, os teus conterrâneos, sobretudo aqueles de fresca data, que se julgam ainda  mais nabantinos que os nascidos à beira do Nabão, não terão qualquer dificuldade em entender isso e muito mais. Como tu bem sabes, por experiência própria, duramente adquirida ao longo de mais de meio século.
Fiquei portanto, como se calcula, algo confuso ao ser confrontado com a supracitada estranheza. Mas pronto. Estranharam, estranharam. Resta agora explicar, esperando conseguir fornecer claridade aos ainda no escuro. Que devem ser bem poucos, numa terra em que somos todos tão inteligentes. Entre outras qualidades...

Resultado de imagem para fotos de nascimentos de bebe

Na minha tosca opinião, não haver partos no Hospital de Nª Srª da Graça, é no mínimo uma contradição nos termos. Porque é uma desgraça. Com a população concelhia a diminuir a olhos vistos, como querem reverter tal situação, se em Tomar já não nasce ninguém? Há Abrantes, bem sei. Mas não é a mesma coisa. E coloca, entre outros, um problema que continua por resolver. Quando acidentalmente, como já sucedeu, um nasciturno vem ao mundo numa ambulância, devido à circunstância estacionada a meio da barragem do Castelo do Bode, qual virá a ser o seu local oficial de nascimento? Tomar? Abrantes? Escolhem os pais? Está mal, porque não se nasce impunemente em sítio nenhum. Muito menos em Tomar. E se foram os pais a escolher, mais tarde coitados deles! Confesso, a esse propósito, que ainda hoje sofro de uma carência. Não compreendo o que levou a minha mãe a parir-me em Tomar. 
Mas a principal relação entre a pernambucana Mãe Zézé e Tomar, para mim, não é sobretudo essa dos partos onde calha. É antes a da premente necessidade de haver em Tomar, no mínimo, ou uma vereadora-parteira-vereadora, ou uma parteira e uma maternidade em condições.Como já houve. Não só para tentar estancar, com algum êxito, a até agora inexorável diminuição da população. Também e sobretudo para ver se finalmente, com uma vereadora eleita e habilitada, tipo Zézé, ou com parteira e maternidade ao dispor, autarcas, políticos, candidatos a políticos, treinadores de bancada e gestores de mesa de café, logram finalmente parir as ideias e soluções que desde há anos garantem ter para Tomar, mas que ninguém conhece ainda. Por conseguinte, para facilitar o  enriquecimento do até agora paupérrimo debate sobre os problemas locais, aliviando em simultâneo as criaturas em causa. Porque deve ser muito desconfortável, calculo eu, andar pranho de ideias durante tantos anos. Suponho que unicamente por falta de local e de ajuda para o respectivo parto. Donde, maternidade no Equívoco da Levada, que para pouco mais serve e, enquanto não houver uma vereadora-parteira, contrate-se uma Chefe de divisão de partos difíceis, para o quadro de pessoal da autarquia. Já! Está em causa o nosso devir.
Sabem do que se trata? (Perguntar não ofende, dependendo do interlocutor e da pergunta.)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ao dispor de Vossas Senhorias, desde que paguem e não bufem

Mário Cobra

“José Sócrates pagou, entre 2005 e 2015, uma avença mensal de 3550 euros ao blogger António Peixoto, para este elogiar o seu Governo e atacar a oposição. Os pagamentos eram, no entanto, feitos em nome do filho do blogger, António Mega Peixoto, que é assessor de Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, avança o semanário ‘Sol’. António Peixoto, sob o pseudónimo Miguel Abrantes, escreveu durante dez anos no blogue Câmara Corporativa - conhecido por Corporações – opiniões favoráveis aos socialistas” (Correio da Manhã)

Excelentíssimo senhor executivo municipal tomarense, reverências responsáveis por instituições governamentais, sociais ou outras que tais, desde que locais, devido a essa perigosa questão da concorrência, dos territórios de cada um e de outras coisas mais:

Serve o presente para informar, em especial aos mui dignos membros ainda relativamente maioritários do executivo da urbe, que me encontro literalmente disponível para elogiar o vosso exemplar desempenho, assim como para desancar na execrável oposição, por valores muito mais baixos que  os alegadamente pagos pelo honorífico e prestigiado ex-líder socialista. Além disso, a avença a definir pode ser depositada directamente na minha conta, sem necessidade de pseudónimos, de  intermediários ou de outros subterfúgios. 
Celebrado e logo lubrificado o dito convénio, compromete-se este vosso vassalo a ser fiel que nem um cão a Vossas Senhorias e a engrandecer os aspectos mais relevantes da vossa muito profícua contribuição para o  engrandecimento desta cidade, a qual, sem dúvida nem vitupério, como é público e notório, é de longe a mais bonita do país e arredores, graças nomeadamente ao vosso inaudito esforço de bem a servirem, sempre de mangas arregaçadas, com ideias arrojadas e medidas adequadas..
Dou a seguir exemplo do tipo de textos que Vossas Senhorias farão o favor de pagar (se possível antecipadamente, não vá dar-se o caso lamentável de aconteceram grandes atrasos, como aqueles de que se queixam os vossos habituais fornecedores).
Tomar cidade mais linda. Executivo esmerado, no sentido de que o rio seja varrido todos os dias, de forma a correr sempre mais limpo. Ruas aspiradas à carda fina. Sempre despejados os lixos produzidos pela oposição, dando sabonetes a comer aos canídeos, a fim de que os seus pastéis cheirem bem, ao contrário da oposição, tresandando a fedorenta. Os numerosos e modernos sanitários públicos, a fazerem inveja a qualquer país do quarto mundo. O Mouchão, com o segredo do seu miniquiosque a guardar o tesouro dos Templários. O banco dos namorados, onde melhor a oposição se sentasse, a tentar escrever prosa para depois dizer que é poesia, em vez de fazer más figuras, e outras que nem aos ursos lembram. Os jardins tão bonitos quanto, evidentemente, o nosso castelo, sempre irradiante. Ao contrário do que propala a reles oposição, sempre a dizer que à noite está apagado. O nosso convento, Património Mundial, onde o executivo se disponibiliza para dar uma mãozinha na digestão, enquanto a oposição tenta amesquinhar esse usurpado monumento afinal património da edilidade.
Tomar terra de grandes valores onde, ao contrário das atoardas dos maledicentes, o executivo dá exemplos éticos, nunca promovendo os seus correligionários, nem discriminando os opositores. Nem mesmo os da Brigada dos queimados, com vencimentos mas sem funções permanentes conhecidas. 
Tomar terra de tradições, onde o executivo pontifica na participação em todas as procissões. Seja a procissão de deitar flores ao rio, seja a procissão de levar tabuleiros à cabeça. E caso algum dia venha a haver uma procissão dos carecas e outra dos marretas, o que é muito provável, tendo em conta  a recente  proliferação nesse sector, não duvidamos nem um segundo que sempre o executivo se moverá, exímio no erguer o pau de qualquer pendão, enquanto a oposição se tem de remeter ao papel secundário de pegar nas berlotas e ficar-se assim  pelas bordas. Designadamente à borda de um ataque de nervos. Ou será à beira?!
Destaque ainda para o inexcedível trabalho do executivo no desenvolvimento económico do concelho. Só ainda não reuniu de forma exaustiva com os industriais e comerciantes por absoluta falta de tempo. Acontece a quem muito trabalha, designadamente treinando para depois melhor endireitar o pau do pendão. Ao contrário de alguns opositores, que se sentam  à mesa com esses contestatários, conhecidos exploradores da classe operária, porque não têm mais nada para fazer. Só sabem morfar e maldizer.
Comprometo-me outrossim a tratar a oposição sempre com epítetos do tipo incapazes, relapsos, contumazes, atrevidos, labregos, calhardas, bimbos, rústicos, rurais, calhaus, nódoas, provocadores, peçonhentos, frustrados, papagaios, baratas tontas, assim como outros adjectivos, (ou modificadores, conforme consta da nova gramática portuguesa), abaixo de almas do diabo, que Vossas Excelências entendam que devam ser aplicados.É só dizerem. Por escrito, para evitar eventuais mal entendidos.
Certo do vosso interesse e receptividade, solicito o sigilo possível, assim como os meus honorários "por baixo da mesa", como é uso nestas situações. Para primeiro pagamento, junto segue o  IBAN, neste caso o número relativo ao paguem e não bufem. Isto porque o segredo continua sendo a alma de todo o negócio eleitoral, (para não falar dos outros...) e o próximo pleito é já em 2017, sendo que candeia que vai à frente, alumia duas vezes.

Texto editado por António Rebelo

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tão longe e afinal tão parecido...



"A Câmara Municipal de Caruaru voltará a ter uma mulher na próxima legislatura, foi eleita no último dia 02 de Outubro, Maria José Galdino da Silva (Zezé), de 58 anos de idade, natural de Gravatá, Ela é Agente de Saúde e Sanitarista. Tem apenas o Ensino Fundamental Completo.

Zezé Parteira, conhecida também como mamãe Zezé, foi eleita vereadora em Caruaru, com 900 votos, e gastando apenas R$ 21,00 com as fotos e nada mais.

Zezé foi eleita pelo PV, partido da coligação de Tony Gel (PMDB), é a única mulher eleita nesta legislatura. Parteira de profissão, assalariada, gente do povo e da zona rural, será a voz das mulheres mais humildes de Caruaru no Poder Legislativo Municipal."

Fonte:http://www.blogdoedvaldomagalhaes.com.br/2016/10/unica-mulher-eleita-vereadora-em.html

A Câmara Municipal de Caruaru fica no Estado de Pernambuco, cuja capital é Recife. No Brasil a Câmara Municipal é a nossa Assembleia Municipal. O executivo é liderado pelo prefeito, que também é eleito.
900 votos podem parecer pouca coisa. Convém no entanto ter em conta que o Bruno Graça, que não é parteiro nem tem só o ensino básico, foi eleito com 1.827, que o seu colega do Entroncamento conseguiu apenas 968, e que em Constância o PS logrou eleger dois vereadores, com um total de 900 votos.
Certo mesmo certo, creio eu, é que nenhum dos autarcas citados terá gasto na sua candidatura apenas 6 euros e meio (21 reais), como aconteceu com a homóloga brasileira. Outras terras, mesma língua, outros usos eleitorais...

Gente pouco preocupada com a causa das coisas

Há quem tenha visto, no escrito anterior sobre os Pegões  um ataque aos profissionais da Empresa editora Cidade de Tomar. São mentes doentias, de cidadãos movidos a "intrinveja", uma maleita muito comum em Tomar, que pode ser resumida como uma misto de intriga e inveja. No caso em apreço, conforme de resto consta da própria peça, tratava-se apenas e só de restabelecer a verdade dos factos, que antes fora inadvertidamente trucidada pelos autores da notícia, se calhar induzidos em erro pelas informações disponíveis ou disponibilizadas. Acessoriamente, visava-se alertar também para algo geralmente ignorado: Os números apenas mostram; só as palavras é que podem mostrar e explicar.
Indo ao real, para melhor compreensão. Escreve-se, a fechar a notícia citada, publicada no site de Cidade  de Tomar,  que o fluxo de visitantes do Convento de Cristo aumentou exponencialmente após obras de restauro. Excluindo o exagero, é verdade que os números disponíbilizados pela entidade gestora daquele e de outros monumentos mostram isso mesmo. Mostram apenas. Não explicam. Trata-se portanto de uma primeira impressão, que  pode ser -e geralmente é- enganadora.


Resultado de imagem para fotos convento de cristo

Passando à explicação dos números, há que ter em conta, antes mais, a tendência geral. Que é de aumento de visitantes em todos os principais monumentos do país. Com ou sem recentes obras de restauro. Por conseguinte, nada que seja atributo só do Convento de Cristo.   Aprofundando um pouco, constata-se que o Convento de Cristo é dos monumentos mais visitados do país, logo após o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Museu dos Coches, o Convento de Mafra e o Mosteiro da Batalha. Mas, também aqui, há um detalhe importante a ter em conta. Os principais monumentos de Sintra (Palácio de Sintra, Castelo dos Mouros e Palácio da Pena), todos de longe com mais entradas que o Convento de Cristo, não fazem parte das estatísticas do IGESPAR, por serem administrados por outra entidade. Donde resulta que, ao contrário do que por aí consta, o Convento de Cristo é apenas o 6º monumento mais visitado do país, se referirmos só os geridos pelo IGESPAR, e o 9º, se contarmos igualmente com os principais monumentos sintrenses. O que mesmo assim é muito bom, diga-se de passagem, tendo em conta designadamente as más condições de acolhimento dos visitantes. A começar por uma entrada pouco mais que caricata.
Atendo-se apenas ao Convento de Cristo, é verdade que tem registado um constante aumento anual de visitantes, mas isso não se deve, de modo algum, ao mérito da sua gestão. Resulta apenas e só de três factores exógenos: A - O aumento anual de turistas em todo o país, consequência nomeadamente da insegurança nos países muçulmanos, que provocam o desvio para Portugal de importantes contingentes de turistas, sobretudo europeus; B - A evolução natural do turismo nacional, a qual vem proporcionando o aumento generalizado de visitantes em qualquer monumento; C  - O contributo da Festa dos Tabuleiros, nos anos em que se realiza. A título ilustrativo, os três principais monumentos de Sintra (Palácio + Pena + Castelo), passaram em 10 anos (2005 - 2015) de 597.156 para 2.233.156 visitantes anuais. Muito acima, como se vê, do modesto Convento de Cristo.
Estes são os facto explicativos, naturalmente abertos ao contraditório, caso haja quem tenha unhas para tocar semelhante guitarra. O resto são balelas para ganhar a vida, tentar ornamentar curriculos e melhorar carreiras. É humano. Mas não é sério. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Maus funcionários no IEFP

Queixa-se o leitor João Alcobia de ter sido tratado com pouca cortesia e nenhum  profissionalismo nos serviços do IEFP de Tomar. Segundo informações chegadas a Tomar a dianteira, alguns funcionários terão manifestado reiteradamente falta de educação e  falta de zelo para com ele, situações puníveis pelos regulamentos disciplinares em vigor.
Não surpreende que tal tenha acontecido, numa cidade em crise, onde praticamente já só vivem funcionários públicos, pensionistas, aposentados e respectivos dependentes. O que cria inevitavelmente situações em que empregados públicos menos probos e competentes se julgam donos dos serviços nos quais deviam trabalhar, mas infelizmente pouco mais fazem do  que marcar presença e receber ao fim do mês.. Daí resulta por vezes que procuram escapulir-se às suas obrigações, despachando quem a eles se dirige para outros colegas de igual estirpe, que não raro os reenviam à origem. É triste e mesmo algo desumano, mas é mesmo assim que acontece. Sobretudo em Tomar, cuja lamentável mentalidade dominante começa a ser bem conhecida na região.
Tratando-se de serviços em que, geralmente, os cidadãos que a eles recorrem já padecem de problemas sociais, sobretudo da gritante falta de emprego, o mau atendimento passa a ser uma ilustração da velha máxima "O pior inimigo do homem é em geral outro homem." E para quê afinal? Qual a utilidade da falta de profissionalismo? Para humilhar o semelhante? Para evitar ter mais que fazer? 
É claro que também há excelentes funcionários em todos os serviços, os quais felizmente ainda são a maioria. Mas pelo caminho que as coisas levam...
Pobre gente! Pobre terra!