quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Tomar já é um caso perdido?


Conforme se pode constatar, a notícia é do PÚBLICO de hoje. Para as instâncias nacionais do PS, há no país 10 autarquias problemáticas. Onde os socialistas antevêem dificuldades várias para conseguirem a vitória. No distrito de Santarém há duas: Golegã e Torres Novas.
Uma vez que Golegã é um município com um executivo de apenas 5 membros, resolvi comparar unicamente Torres Novas com Tomar. Nas primeiras eleições livres, em 1976, o PS venceu nas duas cidades. Em Tomar com maioria absoluta, em Torres Novas com maioria relativa.
Seguiram-se, em 1979 e 1982, duas vitórias da AD (PSD+CDS+PPM), ambas com maioria absoluta, nas margens nabantinas, mas apenas relativa nas do Almonda. 
Em 1985, o PSD venceu igualmente nos dois concelhos, apenas com maioria relativa. Volvidos quatro anos a situação alterou-se, passando a haver divergência entre os dois concelhos. Em Torres Novas o PSD continuou a vencer em 1989, mas perdeu sistematicamente para o PS a partir de 1993 Diversamente, em Tomar o PS conseguiu duas vitórias consecutivas, em 1989 e 1993.
Desde 1993, o PS tem vencido todas as eleições em Torres Novas, com maiorias absolutas a partir de 1997. O que perfaz um reinado contínuo de 23 anos.
No actual mandato, iniciado em 2014, pode dizer-se que o executivo torrejano é uma espécie de "jeringonça + 1": 4PS, 1PSD, 1CDU, 1BE.
Em Tomar, pelo contrário, os socialistas perderam sempre a partir de 1997, só vindo a recuperar o poder nas últimas eleições, em 2013. E mesmo assim só uma maioria relativa, com uma vantagem de apenas 281 votos. O que os obrigou a uma coligação de circunstância com a CDU, a qual ainda perdura.
Nestas condições, custa a entender que para os socialistas lisboetas a autarquia torrejana, onde praticamente são reis e senhores há mais de duas décadas,  seja um problema, e a de Tomar, na qual só conseguem manter-se com o apoio da CDU nem sequer seja mencionada.
Uma de três: Ou o PS nacional está muito mal informado, o que não me surpreenderia, dado que a câmara nabantina gosta pouco de esclarecer o que quer que seja. Ou as instâncias socialistas lisboetas estão bem informadas, mas consideram que Tomar é já um caso perdido e sem remédio possível. Ou enfim os socialistas tomaristas estão convencidos de que uma coligação pré-eleitoral com a CDU garante a vitória, pelo que a câmara de Tomar não é para eles problemática.
Em qualquer das hipóteses, não me parece que, no  presente contexto, os actuais detentores do poder nabantino possam vir a vencer de novo, mesmo com o importante reforço CDU, ou sequer a ter a vida facilitada. Oxalá me engane. Todavia, é usual dizer-se que quem não tem dinheiro...e o final da mesma notícia do PÚBLICO não deixa dúvidas:


A não ser que façam a campanha eleitoral a crédito ou, melhor ainda, façam vários peditórios para custear as eleições. Se vier a ser o caso, podem desde já contar com a minha ajuda. Modesta, pois claro. Ou bem que somos, ou bem que não somos!
Isto está bonito, está!

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