quinta-feira, 28 de abril de 2016

Desculpa de mau pagador

Perguntada sobre o açude indispensável para a roda do Mouchão funcionar, Anabela Freitas alegou que o Nabão ainda tem demasiado caudal, pelo que só mais tarde será possível tal construção. É uma desculpa de mau pagador. Conforme bem mostram as fotos, colhidas esta manhã, o caudal do rio é o normal nesta época do ano. Só os cegos não vêm isso. O "ladrão" está fechado, o mesmo acontecendo com a adufa do Moinho velho.



O que pode muito bem estar a suceder é que a penúria orçamental não permita para já conseguir os materiais necessários à montagem do açude. Explico-me. Má pagadora crónica, das piores do país segundo os dados oficiais disponíveis, a autarquia sofre as respectivas consequências. Que são geralmente bem gravosas.
Os fornecedores habituais, que já estão fartos de conhecer os hábitos da casa, facturam em conformidade, inflacionando bastante os custos. Os fornecedores ocasionais, como é o caso no que toca aos materiais para o açude, só entregam contra pagamento. E tanto quanto sei, devido a variadas tranquibérnias legais, nesta altura do campeonato a câmara estará um bocado desprevenida na área da disponibilidade imediata de numerário. E sem dinheiro, não há palhaço.
É mais um problema arreliante, que me leva a sugerir à nossa simpática presidente que coloque em local de fácil leitura diária, para obrigatória e proveitosa meditação, o célebre verso de Camões, que apesar de zarolho via longe: Erros meus, má fortuna, amor ardente. No caso presente ao contrário, para respeitar a cronologia: Amor ardente, erros meus, má fortuna...
A vida é dura e não vale nada. Mas nada vale uma vida.

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