quinta-feira, 28 de março de 2024





Assembleia da República

PSD: DERROTA VALENTE 

CONTRA O DISSIDENTE


Foi um início de sessão bem animado na Assembleia da República. A tal ponto que os comentadores encartados e os das redes sociais confundiram a normal barganha política com algo de burlesco e vergonhoso. Tudo porque, inesperadamente, o PSD não conseguiu eleger o seu candidato Aguiar Branco à presidência da A.R. Foi geral a surpresa e a incompreensão, com muitos a culparem o Chega pela irresponsabilidade, falando mesmo de birra, quando afinal não foi nada disso que aconteceu. As aparências iludem, sobretudo quem se quer iludir.
Desde sempre contra o dissidente Ventura, que ousou abandonar o partido social-democrata, Montenegro foi muito claro, sem todavia esclarecer os eleitores, durante a campanha das legislativas. Nada de conversas com o líder do Chega, em virtude das linhas vermelhas há muito traçadas pela extrema-esquerda e seguidas pelo PS e pelos social democratas, deu a entender o líder laranja, assim induzindo em erro os observadores menos atentos a estas coisas.
Começada a primeira eleição parlamentar, a do próprio presidente do órgão, sem grande poder mas protocolarmente 2ª figura do regime, houve surpresa para todos os partidos, menos para o PSD, onde já se sabia que o Chega ia abster-se ou votar branco na candidatura Aguiar Branco, não por causa das tais linhas vermelhas ou por se tratar de um partido intratável, mas apenas porque Montenegro se recusara a falar com Ventura e pretendia humilhá-lo, forçando-o a votar favoravelmente o candidato do PSD sem qualquer entendimento prévio, nem mesmo uma simples conversa. A punição do dissidente. Não vales nada e votas como o partido quiser, terá querido significar Montenegro.
Seguiu-se o primeiro desastre parlamentar laranja. Aparentando surpresa ante os votos brancos do Chega, em vez de remediarem logo, conversando com Ventura, como seria normal em qualquer parlamento de tipo europeu, insistiram na asneira do banimento de facto do líder do Chega. Procurando demonstrar a alegada irresponsabilidade do partido considerado não democrata, consentiram numa segunda volta eleitoral com três candidatos, de forma a levar o Chega a votar no candidato PS, que assim seria eleito, e provaria ser Ventura apenas um reles traidor.
Falhada a demonstração, seguiu-se a desorientação geral, com Montenegro desafiando a lógica política, ao negociar com o PS, em vez de o fazer com o Chega, o que lhe garantiria na prática um mandato tranquilo, com maioria absoluta no parlamento.
O resultado final, meio mandato para o PSD e a outra metade para o PS, na presidência da A.R., não é bom nem se recomenda. Logo a seguir, os socialistas esclareceram que ajudaram a salvar a situação, mas se mantêm como oposição. Em termos claros, o governo laranja só vai durar enquanto os socialistas quiserem que assim seja. Montenegro tornou-se dependente de Pedro Nuno, uma vez que na A.R. a esquerda é maioritária sem os votos do Chega e da IL
Aos social-democratas resta apenas uma réstea de esperança: que o Chega obtenha um mau resultado nas eleições europeias, já em Junho, assim ficando demonstrado que se trata de um fenómeno passageiro, tipo PRD, o que seria uma vitória para Montenegro na sua luta contra o dissidente modelo Zita Seabra, e lhe daria força na árdua negociação permanente com o PS.
Se, pelo contrário e como tudo parece indicar, Ventura conseguir um bom resultado nas europeias, o Chega terá uma auto estrada à sua frente rumo às autárquicas de 2025, com Montenegro vencido e de abalada, se conseguir sobreviver até lá. Como bem sabe quem tem Mundo, a política é implacável, condenando todos os que obstam ao seu normal funcionamento pragmático. 
É o que se vê por essa Europa fora, e também o caso paradigmático do PCP. Um passado brilhante, uma acção política sem mácula e com muito e bom trabalho político, mas apesar disso os votos são cada vez menos, e sem votos não adianta ter razão, arranjar desculpas, ou continuar a escarnir em relação a quem não vota comunista. Bem pelo contrário.


quarta-feira, 27 de março de 2024


Tribuna do PSD Tomar

PSD TOMAR DEBATE A PROTEÇÃO CIVIL

A conferência sobre Proteção Civil, organizada pelo Partido Social Democrata de Tomar, que decorreu no passado dia 22 de março, deu continuidade a um ciclo de ações de debate em torno dos temas mais relevantes para o concelho.
A primeira intervenção coube à Dra. Cláudia Duarte, Assistente Social e Coordenadora de Projetos Comunitários, que enfatizou a importância das Unidades Locais de Proteção Civil, destacando não só a sua atuação em termos de prevenção, preparação e resposta a situações de catástrofe, mas também o seu papel crucial na construção de comunidades resilientes. Este testemunho foi baseado em casos de sucesso de freguesias de outros concelhos.
De seguida, o antigo Comandante Nacional da Proteção Civil, Dr. José Manuel Moura, partilhou a sua experiência nacional e internacional no domínio da Proteção Civil, proporcionando uma visão estratégica para enfrentar os desafios presentes e futuros nesta área. A sua perspetiva sobre a atual estrutura, a importância da coordenação eficaz entre as diferentes entidades locais, regionais e nacionais, além da necessidade de gestão contínua na capacitação e modernização dos recursos disponíveis nesta área, foi de extrema relevância.
A Proteção Civil assume um papel fundamental na salvaguarda da vida e bens da população, assim como na prevenção, preparação e resposta a emergências e catástrofe. Através da ação concertada de diversos agentes, desde entidades públicas e privadas até aos próprios cidadãos, a Proteção Civil garante a proteção e o socorro em momentos críticos, contribuindo para a minimização de danos e para a rápida recuperação das comunidades afetadas.
A conferência organizada pelo PSD de Tomar abordou de forma abrangente os desafios e as melhores práticas no âmbito da Proteção Civil, contando com a participação de especialistas de reconhecida experiência, assim como com a presença de diversos agentes de Proteção Civil de toda a região que também quiseram participar no debate de ideias e experiências.
O PSD de Tomar agradece a todos os participantes pelo seu contributo neste importante debate, reforçando o compromisso de continuar a organização destas conferências, criando condições para um diálogo aberto e transparente de procura de soluções para o desenvolvimento do nosso concelho.

Tomar, 25 de março de 2024

PSD de Tomar

 


terça-feira, 26 de março de 2024

 


Tribuna de Ana Palmeiro Calado - PSD Tomar

VAMOS SER DIFERENTES ESTE ABRIL


A propósito, da nova lei (já não tão nova), mas que traz variantes, a famosa Lei nº 4/2019 de 10 de Janeiro, que estabeleceu um sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a sessenta por cento (60%), a tal que comporta a melhor das vontades, para que a diferença seja uma responsabilidade de todos.
Em Portugal, no século XXI, a começar a comemorar cinquenta anos de democracia, a luta por direitos ainda se faz presente. E se esses direitos são diferentes, se esses direitos são exclusivos, maior é a batalha, maior é a afirmação.
Um dos pilares europeus dos Direitos Sociais – o Princípio 17 - sublinha que as pessoas com deficiência têm direito a um apoio ao rendimento que lhes garanta uma vida digna, a serviços que lhes permitam participar no mercado de trabalho e na sociedade, e a um ambiente de trabalho adaptado às suas necessidades.
A deficiência, fardo pesado, carrega num registo próximo do absurdo, o peso da sua diferença e aos problemas materiais somam-se muitas vezes os imateriais, barreiras da área relacional, das atitudes e dos comportamentos, as quais impedem sempre o acesso ao exercício pleno da cidadania.
A empregabilidade de inúmeros cidadãos com deficiência continua a ser uma miragem, cá como lá, mas falemos de cá, que é o que nos interessa. Por cá, temos uma lei, aprovada (e muito bem) que garante quotas, a empresas privadas que preencham determinados requisitos, na obrigatoriedade de contratação da pessoa com deficiência. Grosso modo, e não me alongando muito, estabelece o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%. Tal significa que, passado o período de transição da lei, a partir de 1 de fevereiro de 2023, empresas com mais de 250 trabalhadores terão de ter 2% de pessoas com deficiência na sua força de trabalho, e empresas com 100 a 250 trabalhadores terão de ter 1%. Para as empresas com um número de trabalhadores entre 75 e 100, a lei entrou em vigor no dia 1 de fevereiro de 2024. 
E o público, e a função pública? Continua a reger-se por outra lei, já completamente obsoleta, de aplicabilidade sofrível, e até aos dias de hoje podemos afirmar que o Estado não tem feito o seu papel. O número de cidadãos com deficiência trabalhadores da Administração Pública é, no conjunto do universo destes trabalhadores, francamente diminuto, fazendo todo o sentido que o Estado, na sua qualidade de grande empregador, reafirme a sua responsabilidade e tome a seu cargo, o exemplo.
Vem isto a propósito, dos nossos desmandos nabantinos. Sendo a Câmara Municipal de Tomar, um dos maiores empregadores da região, o que tem este executivo feito quanto a este assunto? E não me refiro à simples obrigatoriedade de abrir concursos e nele fixar quotas que deverão ser preenchidas por pessoas portadoras de deficiência, pois isso é um mero exercício “para inglês ver”. 
Vejamos, em 2013, os que tomaram posse. O número de trabalhadores, teve um salto significativo desde 2017 para agora, um aumento de 34% (em 2017 eram 453). Quantos desses são portadores de deficiência? O que se tem feito, pela integração, pela inclusão, pelos direitos fundamentais da pessoa portadora de deficiência. Parece-me que zero, neste caso é mesmo ZERO (não existe copo meio cheio, ou meio vazio, conforme a perspetiva). Uma situação que a todos deve fazer soar sinais de alarme. Não se pode fomentar a inclusão só no papel. A inclusão fomenta-se na ação.
Não é caso único em autarquias socialistas, mas desses, que me perdoem, não embarco na cantiga do atual Presidente, a já cansada e bafienta conversa, “e os outros?”. Eu quero e acredito numa sociedade, que se preocupa e movimenta “céus e terra” para promover uma vida digna, a todos, sem exceção, mas mais ainda quem à partida começa a corrida descalço. Devemos todos, e mais ainda quem tem poder e posição para o fazer, criar condições de vida às pessoas portadoras de deficiência, e aos desafios com que se deparam na vida quotidiana para que a procura da sua autonomia seja uma verdade.
Vamos ser uma Câmara proativa e diferente das outras, vamos ser diferentes a começar já neste abril cinquentenário. É este o desafio que proponho.

Ana Palmeiro Calado

Vice-Presidente do PSD de Tomar

segunda-feira, 25 de março de 2024

 

Imagem copiada do Le Monde, com os nossos agradecimentos.

Reportagem "LE MONDE" (tradução)

EM PORTUGAL ACUMULAR  EMPREGOS 

É CADA VEZ MAIS FREQUENTE

"Apesar dos dados favoráveis do crescimento económico, e da baixa taxa de desemprego, muitos portugueses vêem-se forçados a correr entre vários empregos, para conseguirem fins de mês mais tranquilos, tendo em conta os baixos salários, a inflação e a acentuada subida das rendas de casa."

Sandrine Morel, Enviada Especial Le Monde, 24/03/2024 14H30 de Paris

"À frente do Hospital de Santa Maria, na zona norte de Lisboa, Isabel caminha apressadamente entre os pacientes, dirigindo-se para o parque de estacionamento. Com olheiras bem visíveis, cabelos mal penteados e vários sacos nas mãos, esta médica cirurgiã de 38 anos, que solicitou o anonimato, vai para casa tomar banho, mudar de roupa e tomar o pequeno almoço, antes de voltar a sair para completar o salário numa clínica privada. "Trabalho 40 horas semanais neste hospital público, para ganhar 2 mil euros limpos no final de cada mês, após ter feito seis anos de especialidade em cirurgia. Não chega para viver decentemente, quando já não se consegue um apartamento capaz em Lisboa por 1.300 euros mensais", explica-nos sem esconder o seu cansaço, nem o seu descontentamento, num contexto difícil de falta de pessoal hospitalar. "Tenho de pagar também a creche das minhas duas filhas, e os preços da alimentação continuam a subir. Por isso trabalho também cinco horas semanais numa clínica privada, sem contar as intervenções cirúrgicas que faço nos meus "tempos livres". Tudo junto, faço 60 horas por semana, para conseguir 4 mil euros limpos no final do mês."
Em Fevereiro, o INE publicou o total de portugueses que acumulam dois ou até três empregos. Em 2023 são mais de 250.000, numa população activa de 5 milhões, o que corresponde a 5%. Um record, em contraste com os indicadores económicos à primeira vista favoráveis: crescimento 2,3% em 2023, dívida pública abaixo dos 100% do PIB, muito antes do previsto, e uma taxa de desemprego limitada a 6,5% dos activos. Mais de metade dos desempregados têm formação superior.
Mas é entre os que têm menos qualificações que o emprego cresce mais. A brasileira Márcia Álvaro, 42 anos, é arrumadora de quartos na indústria hoteleira, mas também marceneira. Diego, que não se identificou, é condutor Bolt e entregador de produtos farmacêuticos. 

DIFICULDADE PARA PAGAR CONTAS

Nas ruas de Lisboa, tomadas de assalto pelos turistas, mas também pelos ricos expatriados, nómadas digitais americanos e europeus ou oligarcas russos, as desigualdades são cada vez mais acentuadas, mostrando uma economia a duas velocidades. Por um lado, a capital portuguesa subiu do 20º para o 8º lugar no Barnes City Index 2024, que classifica as cidades que atraem mais ultra-ricos desejando investir no imobiliário de luxo.
Por outro lado, 3 em cada 4 famílias portuguesas tiveram dificuldades para pagar as contas em 2023, segundo o barómetro anual da DECO-PROTESTE, tornado público na passada quarta-feira, 20 de Março. Segundo o inquérito junto de 7 mil pessoas, sobre o peso das despesas com alimentação, educação, habitação, transportes, saúde e lazer, 75% das famílias em Portugal sentem dificuldades, e 7% estão mesmo em situação "crítica". Sem surpresa, é a crise da habitação -acentuado aumento das rendas e dos juros dos empréstimos- que provoca os principais problemas.
Aos 32 anos, Gonçalo Henriques vive ainda em casa dos pais. Arquitecto a tempo inteiro, ganha 1.400 euros mensais, e completa o seu salário como fotógrafo nos tempos livres. "Em 2023 ganhei 6 mil euros  a mais. Não chega para viver sozinho. Só se for num apartamento fraco na periferia. Mas permite-me comprar material fotográfico, frequentar cursos de formação e viver um pouco melhor", explica este cidadão, que deseja a médio prazo especializar-se em fotografia.

"UM MODELO DE ESPECIALIZAÇÃO QUE MOSTRA OS SEUS LIMITES"

"O modelo de especialização da economia portuguesa mostra os seus limites", assinala o economista José Reis, professor na Universidade de Coimbra, "Após a crise de 2011, o crescimento económico baseou-se nos sectores ávidos de mão de obra barata e pouco produtivos, como o turismo e os serviços. Não é sustentável a prazo e torna-se necessária uma reflexão aprofundada." (ver nota do tradutor no final)
A questão dos salários foi um dos grandes temas da recente campanha eleitoral para as legislativas 2024. Após os esforços do governo socialista de António Costa, dirigidos às classes populares, como por exemplo o aumento do salário mínimo, que subiu de 595 euros em 2015 para 950 em 2024, o novo primeiro ministro, o conservador Luis Montenegro, prometeu reforçar as classes médias."

Tradução de António Rebelo, UParis VIII

NOTA  DO TRADUTOR

Lê-se mais acima na reportagem, uma opinião do economista José Reis, professor na Universidade de Coimbra. Diz o ilustre académico que após a crise de 2011, Portugal apostou no turismo e nos serviços, opção que não é sustentável. Parece ser um ponto de vista de marxista com saudades dos operários da indústria pesada, que os factos disponíveis não confirmam.
Por um lado, não se vislumbra como poderia o governo ter limitado drasticamente a corrente turística, algo que até agora nenhum outro país experimentou. Por outro lado,  há exemplos que não confirmam o enunciado pelo respeitável professor coimbrão. Aponto 3, onde a actividade económica depende sobretudo do turismo e outros serviços, e não dá mostras de ser insustentável. Pelo contrário. Refiro-me à Grécia, à Croácia e ao Luxemburgo, mas há mais...


domingo, 24 de março de 2024

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Tribuna de Fernando Caldas Vieira  

Tomar. Um dedo de conversa.

Notícias.

Tomar voltou a estar na comunicação social portuguesa e, como sempre acontece quando o tema não é comida e festa, os motivos foram os piores. O tio que matou o sobrinho, o homem que violou e torturou a mulher, um cadáver no parque de campismo (que não é parque, nem campismo) e o Castelo de Bode a descarregar.
Deixemos de lado o caso do parque das caravanas, ficando só a dúvida se numa instalação à séria um corpo ficaria abandonado tanto tempo. Não vale a pena insistir que a água descarregada na barragem é energia desperdiçada por incompetência das autoridades que tiveram medo de criar encaixe no armazenamento e com isso correr o risco da água para os lisboetas não ser suficiente.
O secretário de estado e o vice-presidente da APA vieram cá gabar-se desta atuação. Lembro a entrevista à Rádio Hertz, em que até o jornalista foi maltratado (2023-06-19).

TOMAR – Hertz questionou secretário de Estado do Ambiente e vice presidente da APA sobre a poluição (youtube.com)

Ficam os casos de violência familiar. A situação é preocupante e está à vista no relatório da Procuradoria de Santarém, conforme notícia do Tomar na Rede

https://tomarnarede.pt/sociedade/em-2023-entraram-no-tribunal-de-tomar-quase-600-queixas-de-violencia-domestica/

Com o detalhe do próprio documento:

https://comarcasantarem.ministeriopublico.pt/sites/default/files/documentos/pdf/str_relatorio_anual_2023.pdf

Sim, no Departamento de Investigação e Ação Penal de Tomar deram entrada 600 inquéritos de violência doméstica, num ano!

As instituições.

A questão é que o poder político tem vindo a lidar da pior maneira com o assunto. Falo com a autoridade de quem alertou para o problema na coluna do Templário que a estimada Isabel Miliciano me dispensava em 2021, com o título de Municipalidades (28 de janeiro e 15 de abril) e por ter sido o único candidato a introduzir o tema na campanha eleitoral autárquica no mesmo ano. Em ambos os casos com o alheamento que me habituei a receber nas minhas intervenções.

https://www.youtube.com/watch?v=5LpH1Xx1ZHM&t=3353s minuto 22:30

A nível autárquico existe a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), organismo que reúne uma série de autoridades e representantes políticos, cuja gestão é presidida por uma funcionária da autarquia, a Dr.ª Tânia Franco, psicóloga.
Tem-se debatido com as instalações atribuídas e com a ineficiência comum a estes organismos. Pelo país fora, os crimes mais hediondos cometidos contra crianças, residem em casos já sinalizados pela CPCJ. No site da Câmara não se consegue extrair nada e nas redes sociais pouco se obtém:

http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/viver/2014-10-07-10-01-38/cpcj
https://www.facebook.com/profile.php?id=100066704264034

Depois temos o tal Espaço M.  A ideia original deveria ter evitado o crime de violação e
tortura. Rapidamente se verificou que ia ser uma inutilidade, reconhecida pelas próprias técnicas que lá trabalham, incluindo a psicóloga da CPCJ (se é que a informação está atual).
Inaugurada com grande divulgação, pela então presidente. (cf imagem)

https://mediotejo.net/tomar-espaco-maria-disponivel-para-apoiar-e-aconselhar- vitimas-de-violencia-domestica/

Em pouco tempo, devolviam vítimas aos agressores.

https://omirante.pt/sociedade/2021-01-17-Tomar-tem-um-gabinete-de-apoio-as- vitimas-de-violencia-domestica

Agora dedicam-se a apoio psicológico. É necessário, mas é pouco. Muito pouco, quase nada.

https://www.facebook.com/municipiotomar/posts/pfbid02VbMX7fCcbVRifbkron1e7S

u29EYxGZydqwRFYXrFy7QrdZEeAqY3r9ctjTE41sTJl

A sociedade.

As pessoas querem soluções. Soluções que lhes escapam e então mobilizam-se em ações de que na prática não tiram resultados: É o laço azul que junta até a vereação dos dois partidos:

https://www.facebook.com/fernando.caldasvieira/posts/pfbid0MFZ8m4dBMD7x3vE5

UiMrdznNx9EpTnxWm5s86e4va3WXUrP26K15UC3jQ8EGFAzCl

Como é obvio, em nada contribui para a prevenção de coisa nenhuma. É a marcha silenciosa, que para além da manifestação de apoio a esta vítima só recria o silêncio do sofrimento de todas as vítimas como ela. Mesmo o apoio já vem tarde.

https://radiohertz.pt/tomar-comunidade-une-se-contra-a-violencia-domestica-e-

promove-marcha-silenciosa-na-segunda-feira/?fbclid=IwAR0K0a_QnfXIb6KJW8p-

3wi73sypneuaHPbBI6ndU5r3hfhJ9R9bnbHum4Y

Mas quando o Município propõe que “para o bem do planeta, desligue as luzes durante uma hora!” vê-se bem como estamos entregues a iniciativas inconsequentes.
Espero que a Filipa (a nossa vítima) recupere e possa vir a retomar a sua vida com a proteção a que tem direito. É inimaginável aquilo por que passou. É preciso que a perda de um dos seus dedos ponha as instituições a deixarem de ser só conversa.

Fernando Caldas Vieira foi cabeça de lista do CDS nas autárquicas de 2021

sábado, 23 de março de 2024


Comparando resultados eleitorais

Atordoamento geral 

sobretudo entre os progressistas


A leitura das redes sociais e da informação mais especializada, mostra que na sequência das recentes eleições legislativas, a principal consequência foi o atordoamento, sobretudo na esquerda dita progressista. Compreende-se. O murro no estômago foi forte e inesperado.
A tal ponto que pessoas inteligentes, incluindo alguns cérebros locais, têm reacções estranhas. Enquanto um propõe que se boicote o pessoal do Chega, fazendo de conta que não existem, outro mostra grande contentamento porque obteve um resultado segundo ele semelhante ao do Chega (50 deputados). Falo do dr. Tavares, do Livre (4 deputados). Segundo declarou "O Chega cresceu 4 vezes, e o Livre também." Um brincalhão, este sr. Tavares.
Procurando ajudar a compreender, digerir ou recuperar, consoante os casos segue-se um quadro comparativo dos resultados da autárquicas 2021 e das legislativas 2022 e 2024, no concelho de Tomar, e só no que concerne ao Chega e à soma das duas formações ditas progressistas, BE e CDU. Os tais cérebros vão procurar denegrir a coisa, alegando que não se podem comparar autárquicas com legislativas.
Não vejo o que possa impedir tal comparação, uma vez que o eleitorado é o mesmo, em  momentos diferentes, e apesar disso, os resultados progressistas nem são assim muito diferentes, pelo menos no concelho de Tomar. Pouco agradáveis, é certo, mas muito homogéneos.


QUADRO COMPARATIVO DE RESULTADOS ELEITORAIS

-----------------------Aut. 2021---------------Leg. 2022-----------------Leg. 2024

---------------------Chega--BE+CDU---Chega ---BE+CDU------Chega----BE+CDU

A. Rib.-Ped.-----3,02%-----8.00%------6,18%.......8,13%...........17,01%------7,99%

Casais-Alv.--------6,04%-----8,57%------9,56%-----7,64%-------20,33%------5,28%

Olalhas------------7,02%-----4,83%------8,29%-----4,63%--------19,57%------2,68%

Serra/Junc.-------7,46%------5,04%------8,99%-----4,80%--------22,33%------5,22%

S. Pedro----------4,53%------6,68%-----12,02%-----6,61%--------25,13%------6,33%

Asseiceira-------5,63%------9,03%------11,60%-----8,77%--------22,97%-----7,79%

Paialvo----------9,31%-----15,75%------12,85%----10,39%-------28,78%-----7.59%

Madal-Bes.-----5,57%-----10,92%------11,53%----10,48%------21,98%------8,80%

Urbana----------6,61%-----11,30%--------9,28%------9,44%-----18,45%------7,42%

Carregueiros--5,13%------16,72%-------10,70%-----10,00%-----20,54%-----7,40%

Sabacheira----1,56%--------8,36%---------5,43%-------6,09%----21,10%-----6,12%

Fonte:resultadoseleitorais.mai.gov.pt

A partir destes resultados oficiais, múltiplas conclusões são possíveis. Contento-me com quatro:

1 - O Chega está em acentuada subida e a extrema esquerda unida em queda lenta mas geral.
2 - Não tem justificação nos números, não sendo por isso aceitável, a atitude esquerdista de desprezo pelo Chega e pelos seus eleitores. Cheira a inveja.
3 -Resulta claramente destes dados que os eleitores do Chega não vêm em geral da extrema-esquerda.
4 - Na maior freguesia do concelho, a da área urbana, o Chega subiu de 6,61% para 18,41% em três anos, enquanto a extrema esquerda unida desceu de 11,30% para 7,42% . E em Carregueiros ainda foi mais acentuado. Regrediram de 16,72% em 2021, para apenas 7,40% em 2024.  Dá que pensar, não dá? Sobretudo quando se tem igualmente em conta que na mesma pequena freguesia, governada pela CDU, o Chega passou de 5,13% em 2021, para 20,54% em 2024. Não acredito que em Carregueiros haja assim tantos fachos. Não será melhor rever a atitude geral? São os eleitores que votam mal? Ou os partidos tradicionais que deixaram de responder às necessidades e aspirações da população em geral?